Coatzacoalcos – Tuxplan – 27º dia

Sete horas, promessa de chuva e o frio matinal torna a jaqueta de couro indispensável. Aciono o Start e o motor responde na hora. Em poucos minutos estamos fora da cidade.

Ao passar pelas várias barreiras da Policia Federal e dos Fuzileiros Navais, levanto a queixeira do capacete, dou um largo sorriso e digo “Buenos Dias” e eles não nos incomodam.

Mais um grande comboio dos Fuzileiros Navais passa por nós. Pensei: ainda bem que estão indo em direção contrária à nossa.

Chuva e vento o dia inteiro e fomos bloqueados por uma estrada completamente alagada.

Voltamos e decidimos pousar em Tuxplan, às margens do Golfo do México, próximo a Poza Rica. Nos hospedamos em um hotel da rede Best Western, onde fizemos amizade com o repórter da Associated Press, Alexandre Meneghini (ameneghini@ap.org), brasileiro de São Paulo, trabalhando a sete anos nos EUA. Está a alguns anos cobrindo a guerra dos cartéis do narcotráfico aqui no México. Nos deu várias informações importantes e assustadoras sobre a convulsão mexicana, inclusive que estamos na região mais perigosa do México e que a nossa rota de Tampico para Matamoros é o foco crítico dos conflitos no momento atual.

Em função do contexto, o Roberto tentou despachar a sua moto daqui para o Texas, mas lhe pediram uma semana só para os trâmites de aduana.

Temos alterado o roteiro original várias vezes, em função da maior perspectiva de segurança, como aconteceu na América Central.

Agora, nossa nova previsão de roteiro é Ciudad Victoria (01Jul), Monterrey (02Jul), atravessar a fronteira em Laredo e pernoitar em San Antonio (03Jul); atrasando o nosso cronograma em 2 dias, a serem recuperados nas highways seguras dos EUA.

Amanhã começa a nossa roleta russa, e por isso, mais do que nunca, peço ao Grande Arquiteto do Universo que continue a nos livrar de todo mal.