Liberia – Esteli (Parcial = 426 Km / Total = 10.547 Km)
Um céu nublado nos acordou bem cedo. Fizemos nossa higiene, arrumamos a bagagem nas motos e fomos tomar café.
Logo estávamos percorrendo a Pan-americana. Estradas boas, a 90 km/h. Alguns quilômetros antes da fronteira com a Nicaragua, em Peñas Blancas, começamos a ultrapassar pela contramão uma fileira imensa de grandes caminhões. Chegou a um ponto em que estava cada vez mais difícil avançar, pois as carretas gigantes estavam sendo estacionadas, cruzando e bloqueando a estrada, em ambas as mãos. Alguns caminhoneiros já estavam há dois dias esperando na fila para fazer a aduana e passar para a Nicaragua. O serviço tartaruga aduaneiro provocou este protesto e o prejuízo era geral.
Depois de esperarmos algum tempo sob um calor intenso, resolvemos arriscar. O primeiro obstáculo era a roda traseira direita do caminhão, que estava a alguns centímetros do meio fio, sem deixar espaço suficiente para as Harleys passarem. Além disso, próximo a roda, junto ao mato que crescia no declive lateral, alguém havia se agachado e feito as suas necessidades básicas naquele local. Assim, caso eu deslizasse com a moto no pequeno barranco, seria quase certo minha bota destruir aquela grande obra de arte fecal. Como aquela visão imunda bem ali do nosso lado dava ânsia de vômito, a cobri com um jornal. Com muito custo, um ajudando ao outro, conseguimos passar. Alegria! Andamos um pouco, contornando os caminhões e nos deparamos com outro obstáculo mais difícil ainda. Infelicidade. O para-lama dianteiro esquerdo de outro gigante bloqueava a nossa passagem. Paramos as motos, conversamos um pouco com alguns caminhoneiros e ficamos esperando o desespero nos dar coragem.
Outra vez resolvemos partir para o risco. Desta vez precisamos da ajuda de outra pessoa para ajudar a segurar a moto inclinada para fora da estrada enquanto realizava a passagem. O Roberto passou, aparado por mim e um rapaz. Na minha vez, levei um grande susto, quando inclinei a moto para o declive. Pensei que não retornaria mais. Felizmente, o Roberto e o rapaz conseguiram segurar. Ufa! Foi um desespero. Mas, conseguimos.
Na saída da Costa Rica fomos assessorados pelo tramitador Alan que nos ajudou com as motos, Como não combinamos preço, cada um de nós morreu em 20 paus (dólares).
Logo a frente, fomos fazer o ingresso na Nicaragua. Em taxas e seguro, nos cobraram 54.00 e com o tramitador Catcho e sua equipe, cada um deixou 10 paus.
Seguimos em frente, mais uma vez com chuva, em boa estrada ladeada peça mata, chegamos a Esteli, e nos alojamos em um razoável hotel. Disseram que tem WiFi, mas não tem nem sinal.
Amanhã, vamos por um novo roteiro, a fim de sair da Nicaragua através da fronteira em El Spiño, acatando as sugestões dos motoristas de caminhão, porque as outras possibilidades, segundo eles, estão infestadas de ladrões e perigosas demais.
PHD Artur Albuquerque
Fonte: http://phdalaska.hwbrasil.com/site/ e http://www.phd-br.com.br/
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