Guaratinguetá – Rio de Janeiro – 116º dia

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América do Sul, Brasil

Guaratinguetá – Rio de Janeiro (Parcial = 306 Km / Total = 47.127 Km)

Às 08:00h em ponto, nos despedimos da Silmara. Eu, Claudia e Jacob pegamos a estrada. Sob um belo céu azul de primavera, chegamos a Piraí, no posto de gasolina, onde fica a Casa do Mamão. Em poucos minutos, começaram a chegar várias Harleys e a Bandit 650 do meu filho, Alexandre Montenegro. Eram os amigos que vinham do Rio de Janeiro. Foi com forte emoção que abracei o meu filho, o irmão Roberto – companheiro na Expedição Alaska – e o irmão Balaciano – que articulou com outros amigos a recepção na estrada. Após muitos abraços dos amigos e fotografias, seguimos juntos, em um longo trem de motocicletas, até a Loja da Harley-Davidson, que permanecia aberta além do horário normal para nos receber.

A nova loja H-D do Rio de Janeiro, a Rio Harley-Davidson, é ampla e bonita, conforme o padrão norte-americano e as novas políticas de proximidade com os clientes e de prestação de serviços com qualidade vão garantir o sucesso contínuo, que a Rio H-D está fazendo por merecer.

Sobre a viagem, as distâncias de cada percurso diário foram registradas no Diário de Bordo, em função da quilometragem entre a partida e a chega, entre as cidades. Não considerando os percursos adicionais dos passeios na mesma cidade ou outra cidade fora da rota da viagem, por exemplo. Assim, a Electra partiu do Rio de Janeiro marcando 23.260 km no odômetro total e chegou ao Rio de Janeiro marcando 75.505 km, perfazendo 52.000 km, durante todo o transcurso da Expedição. Foram gastos dois jogos de pneus Dunlop, um para ir e outro para voltar. E as manutenções consistiram basicamente na troca de óleos e filtros.

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Eu já gostava da minha Harley e agora, depois das experiências que passamos na estrada, tenho orgulho dela.

Em uma viagem dessa magnitude, no mínimo, temos oportunidade de perceber nossa vida à distância e na imensidão silenciosa dos desertos, pensar muito e retificar ou ratificar alguns conceitos, que norteiam a nossa existência.

Um episódio que me marcou muito ocorreu em uma das muitas conversas, na Costa Rica, com Don Miguel. Ele comentou que muitas pessoas dão valor a certas coisas importantes na vida, somente, depois que as perde. E observou que na minha viagem, era como se eu tivesse perdido tudo, na minha vida, temporariamente. E me perguntou o que me fazia mais falta, dentre as coisas que eu tinha deixado para trás. Sem qualquer sombra de dúvida, lhe respondi imediatamente; minha família e meus amigos. Percebi que eles são muito mais importantes do que eu poderia imaginar. Além disso, comentei com ele que três coisas foram fundamentais para superar os momentos mais difíceis: à noite, as mensagens de apoio da minha família e dos meus amigos; além das minhas orações ao Criador, que me davam forças para suportar a solidão, vencer o medo e avançar a cada dia; e pela manhã, ao acionar o start e o TwinCan (tipo de motor H-D) pegar de pronto, me dava a certeza de que menos aquele dia me separaria de meu destino.

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Com os conhecimentos que adquiri nas situações mais críticas, seria bem mais fácil fazer esta viagem, novamente. Mas, dificilmente, o faria sozinho, porque a solidão potencializa demasiadamente a saudade, a incerteza e o medo. Contudo, as boas experiências superaram muitíssimo as poucas experiências ruins. Mas, todas elas contribuíram para o meu aprendizado e para uma melhor consciência sobre os meus próprios limites, me mostrando um pouco mais quem realmente sou. Então, me descobri bem menor do que eu pensava ser e concluí que ao realizar a viagem ao Alaska, dei um passo mais além do que eu pretendia. Assim, sem o esforço da minha família, o apoio dos meus amigos e a cobertura da Harley-Davidson seria muito mais difícil realizar a Expedição e superar as adversidades, sozinho.

Registro o meu sincero agradecimento a minha família, a todos os amigos do Rio de Janeiro, do Brasil e das Américas pelo apoio importante, sob todas as formas, que recebi. E agradeço a Rio Harley-Davidson pelo apoio de material e serviços essenciais, além da recepção na Loja, neste Dia da Chegada. Sem esse inestimável apoio coletivo, com certeza, tudo seria bem mais difícil ou impossível. Agora, que estacionei a Electra na minha garagem, preciso me readaptar ao cotidiano, dedicar as horas vagas ao texto do meu segundo livro e quando estiver pronto para publicação, iniciar a busca de patrocínio.

Aos que me acompanharam nesta magnífica aventura, fiquem com Deus e muitíssimo obrigado pela boa companhia.

PHD Artur Albuquerque
http://phdalaska.hwbrasil.com
www.phd-br.com.br


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