Viagem de moto até o Mar de Minas

Já tinha ouvido falar muito bem da região, especialmente da Serra da Canastra e tinha feito planos para essa viagem há muito tempo, desde quando eu tinha uma Yamaha Virago 250cc.

Trata-se do contorno do Lago de Furnas, do centro para o sudoeste de Minas Gerais. Região rica de flora e fauna, de beleza cativante. O lago de Furnas é a maior extensão de água do estado, com 1.440 km² – quatro vezes a Baia de Guanabara e é conhecido como o “Mar de Minas”. Abrange 34 municípios com um potencial natural exuberante, formando lagos, cachoeiras, balneários e piscinas naturais que convidam para um agradável passeio de barco, uma pesca esportiva ou para a prática do ecoturismo.

Destaque para os Canyons, formações rochosas com mais de 20m de altura que revelam cenários surpreendentes e belíssimas cachoeiras, perfeitas para um mergulho e muita diversão. Outras atrações da região são o Balneário Furnastur e Escarpas do Lago, um condomínio de alto padrão de luxo que possui uma das maiores marinas de Minas Gerais e infra-estrutura completa para seus moradores e visitantes. A cidade de Boa Esperança também oferece atrativos de ecoturismo, além de uma prainha artificial na cidade que rende bom banho. Várias outras cidades compõem o cenário da região, com muito a oferecer quando se tem um bom tempo.

Atualmente moro em Lagoa Santa (MG), cidade da região metropolitana de BH, mas para a viagem, fui para a casa de minha mãe para sair bem cedo. Saindo de Belo Horizonte, escolhi 6 cidades para as paradas no contorno do lago, denominando como “Rota Mar de Minas”. Capitólio, São João Batista do Glória, Carmo do Rio Claro, Alfenas, Boa Esperança e Formiga, retornando a BH. Fiz a rota sozinho, apesar de ter convidado outras pessoas, mas aparentemente somente eu tinha o tempo disponível, pois estava de férias. Atualmente possuo uma Honda Titan 150cc, 2008. No planejamento, 877km no total, mais alguns quilômetros para a ida aos locais a serem visitados, contudo, ainda não tinha ideia de quanto era. Planejamento de reabastecimento em Formiga, Carmo do Rio Claro e Boa Esperança, isso porque a minha moto está em ótimas condições, chegando a 30 – 31 km/litro na estrada. Parada de 20 minutos de descanso a cada 2 horas de pilotagem.

A viagem estava prevista para 5 dias, mas durou 4, saindo em uma quinta-feira, permanecendo na rota até o domingo. Pernoitei em Capitólio, São João Batista do Glória e Alfenas.

Saindo pela manhã cedo, sentido Betim, BR-262 para acessar a MG-050, sentido Capitólio. Tudo tranquilo, rodei bem até o previsto, na cidade de Formiga. Parada para descanso e reabastecimento, como planejado. Após o relativo descanso, segui para Capitólio. Cheguei tranquilo, cidadezinha simpática, com um braço do lago beirando a cidade. Logo na entrada da cidade havia um posto de informações turísticas onde parei para me inteirar de hospedagem e atrações. As indicações mostravam que os melhores atrativos e hospedagem estavam mais ou menos longe da cidade, cerca de 20 a 25 km de distância. E como explicado no posto, na saída, tanto para a direita quanto para a esquerda, havia atrações. Após algumas pesquisas breves, resolvi ficar em um hotel na entrada, o Minastur. Relativamente barato e ainda tinha um aditivo: eles tinham um convênio com um clube em frente ao hotel, onde poderia ser usado as dependências com apresentação de um voucher.

Após dar entrada no hotel, já segui para a primeira atração que era a Cachoeira Lagoa Azul. Logo na entrada você chega ao Empório Lagoa Azul, que funciona como restaurante da pousada de mesmo nome, mas atende ao público em geral durante o almoço. Paguei R$ 30,00 e recebi uma pulseirinha de identificação que dava acesso a cachoeira durante todo o horário de funcionamento do local (das 9 ás 17h), podendo sair e voltar quantas vezes quisesse. Aproveitei bem, ficando até às 13h. Retornei porque queria conhecer o maior número de atrações para otimizar a viagem. Chegando ao hotel, peguei informações e decidi fazer apenas um lanche rápido para seguir para o Mirante dos Cânions e para a Cachoeira Diquadinha em frente.

A trilha para chegar ao mirante é pequena e fácil, cerca de 100 metros. O visual é incrível e compensa toda a espera para tirar uma foto na pedra mais disputada do ambiente. De cima é possível admirar o belo lago de Furnas e as formações rochosas. A cachoeira fica basicamente em frente ao mirante do outro lado da rodovia. É uma ótima opção de passeio, já que não possui nenhuma taxa de entrada. Segui em uma trilha por aproximadamente 10 minutos até chegarmos na Diquadinha. A cachoeira é bonita e vale a pena a visita, principalmente por ser gratuita, mas se quiser aproveitá-la com mais sossego, programe-se para chegar cedo. Retornei logo ao fim da tarde porque não queria pilotar à noite, uma vez que já começava a esfriar , estava sem agasalho e não conhecia bem a estrada.

No dia seguinte, já munido de informações, segui para a Ponte do Rio Turvo, onde concentram-se alguns atrativos e a maioria das operadoras de passeios de lancha. Fechei um passeio de 3 horas por R$ 50,00. Passamos por diversas atrações como cachoeiras e piscinas naturais, onde se pode banhar. Mais uma vez, apenas fiz um lanche rápido e parti para a Trilha do Sol. Este local compensou todo o passeio até então. Um lugar lindo, com piscinas naturais e cachoeiras que valem a pena a entrada. Fica em uma propriedade particular onde cobra-se R$ 40,00 por pessoa. Na frente, a recepção, um restaurante e, ao lado, algumas redes para se descansar à sombra das árvores e uma piscina pequena. Atrás, a trilha que vai para as cachoeiras e piscinas naturais com monitores. Um espetáculo a região e também os atrativos, com destaque para a “Poço Dourado”, um local onde chega-se a um ribeirão de águas cristalinas, adentra-se andando um pequeno cânion com água até as canelas. Nas paredes, as pessoas erguiam pequenos totens de pedras brancas (vide fotos anexas) dando um ar de paisagismo ao local. No final, uma cachoeira linda com um poço reluzente e límpido, que chega até a emocionar. Por mim, este local valeu toda a viagem.

Retornei ao hotel ao final da tarde e, como eu havia dito, pode-se aproveitar o clube em frente com apresentação de um voucher. Utilizei a sauna pagando apenas R$ 5,00.

No dia seguinte, levantei um pouco mais tarde, me despedi dos funcionários do hotel onde fui muito bem tratado e segui para São João Batista do Glória. Parei no primeiro atrativo que foi a Cachoeira da Cascata. Entrei pelo Cascata Ecoparque, pagando R$ 25,00 após uma choradinha. O lugar muito bonito, com cerca de 3 piscinas naturais com pequenas quedas d`água que oferece um bom banho.

Fiquei por lá cerca de 2 horas e meia e segui para o “Paraíso Perdido”. Já havia ouvido falar bem deste local e também por pesquisas, por isso deixei a Cascata logo. O Paraíso Perdido é um dos principais atrativos do município. Trata-se de um complexo de cachoeiras com água cristalina, piscinas e pedras que formam tobogãs naturais. O local possui ainda infraestrutura com banheiros, área de camping e um restaurante com comida típica mineira. Além disso, é bem sinalizado com orientações para a segurança dos visitantes, monitores e guarda-vidas com equipamentos. O acesso ao Paraíso Perdido é pela Rodovia MG-050, próximo ao km 315 (placas no local), pegando uma estradinha de terra batida, em boas condições, por cerca de 10 km.

Local muito bonito, muito bem cuidado, com barracas de alvenaria para aqueles que estivessem desprovidos de barracas, como meu caso.

Levantei cedo, ainda amanhecendo, e fui para Carmo do Rio Claro. Antes, uma passada no Complexo da Usina Hidroelétrica de Furnas para conhecer o lugar e tirar fotos. Saí da MG-050 pegando a MG-265. Chegando a Carmo do Rio Claro, cidade simpática, colhi informações e vi que os atrativos eram os mesmos de onde já havia passado. Acesso via lancha. Resolvi então seguir para Alfenas, antes subindo a Serra da Tormenta, onde há local para vôos de parapente e paraglider e a capela de N. S. da Aparecida.

Estradinha boa, com paisagens bonitas. Pela MG-491 cheguei a Alfenas no fim de tarde e procurei local para pernoite. Acabei mudando para outro que não o do planejamento, uma vez que a lotação estava esgotada. Também o mesmo do anterior, sentindo que deveria partir para a próxima cidade.

Pela MG-369 rumei para Boa Esperança. Escondida no Sul de Minas, entre um lago e a Serra da Boa Esperança, a cidadezinha preserva suas tradições culturais e gastronômicas, além dos belos cenários naturais. Cartão-postal da região, o Lago dos Encantos, formado pela represa de Furnas, é frequentado por moradores e visitantes que chegam em busca de passeios de lancha, de caiaque e de jet ski, entre outras atividades náuticas. Fiquei a maior parte do tempo em uma prainha artificial ali na cidade. O Parque Estadual da Serra da Boa Esperança tem trilhas, cascatas, cânions, cachoeiras e mirantes. Os adeptos da caminhada também marcam presença no entorno do lago. E, enquanto se exercitam, apreciam as colinas tomadas por plantações de café. No final do dia, o pôr do sol colore o espelho d’água e garante o espetáculo.

Finalizado o que já havia planejado, tomei o caminho de volta para BH pela MG-369 até Campo Belo e de lá pela MG-354 até Formiga. Retomei à MG-050 chegando à noite a BH.

As mais bonitas atrações estão nos primeiros trechos até Carmo do Rio Claro, conforme visto no relato. Mas o restante do passeio vale a pena como a estrada com lindas paisagens, pontes sobre o lago e braços.

Agora já planejo fazer este roteiro novamente, porém, no sentido contrário, para visitar diversos outros atrativos que não vi.

Forte abraço à todos e boas estradas.


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