RoadStock Preview 2013

Pensando em aproveitar as características geográficas, climáticas e históricas de Minas Gerais criamos o RoadStock (RS#1) um evento focado em um público apreciador das estradas e que não se sente a vontade nos grandes eventos motociclísticos, marcados por alto custo financeiro, muito cromado e baixa quilometragem. Os participantes do RS#1 percorrerão um circuito de cerca de 1500 quilômetros a ser vencido em três dias.

Em 2013 percorremos o trajeto, que é intercalado por duas noites regadas a festas, cidades históricas, e muito rock’n’roll. Confira o diário de bordo.

Dia 1 – BH-Araxá

Saímos de Belo Horizonte/MG às 8h20min da manhã do posto da Av. Amazonas com Av. Francisco Sá com destino a Araxá, via Franca/SP, 620km pela frente. Rodamos bem. A estrada estava vazia a maior parte do tempo, mas fazia muito frio com o vento cortando o rosto (estávamos de capacete aberto).

A estrada até Passos é pedagiada, e o valor cobrado de motocicletas é R$ 2,20 por praça de pedágio, ora valido, ora não, pois em alguns trechos a estrada estava ruim. No trajeto existem muitos bons postos de abastecimento, passando por diversas cidades. Logo depois de Piumhi a estrada percorre as margens da represa de Furnas, com um visual maravilhoso. Vale a pena diminuir um pouco a velocidade para apreciar a paisagem. Paramos para almoçar no Restaurante do Turvo, um pouco antes de uma ponte que atravessa a represa, depois de Capitólio. A especialidade da casa é a Traíra sem espinho, o prato para duas pessoas dá para três tranquilamente. O preço final foi R$ 66,00 por pessoa, já com as bebidas. Paramos por 1 hora exatamente.

Diablos Motorcycle Culture
RoadStock
The righ mileage & low drama ride
26 a 28 de Julho

A estrada depois de Passos estava com o asfalto ruim, com alguns pontos de retenção para recapeamento, mas melhorou significativamente quando entramos no estado de São Paulo, com um “tapete” em toda sua extensão. Paramos para abastecer em Franca e aproveitamos para pedir informações sobre a saída para Araxá, já que não existem placas indicativas.

Continuamos rodando num asfalto em perfeitas condições e fomos abençoados com o segundo ponto marcante da estrada, um vale extenso, com um visual maravilhoso, formado pela represa de Jaguará, com uma ponte na divisa dos estados de SP-MG.

Como já imaginávamos, a estrada piorou muito quando voltamos a Minas. Seguimos até o destino final desse primeiro dia numa estrada simples, vazia e com extensos campos secos, chegando a Araxá às 17hs em ponto, com um pôr do sol maravilhoso. Ficamos hospedados no Hotel Morada do Sol, bem atrás da Igreja Matriz. O quarto triplo, sem ar condicionado, saiu por R$160,00 para os três. Sentamos no Duk Pub, que fica próximo ao hotel, onde jantamos, tomamos alguns chopes, e assistimos a um ótimo show de rock.

Resumo

(Belo Horizonte – Betim pela BR381, pegando um trecho da BR262 até Juatuba, virando para a MG050 até Itaú de Minas, onde pegamos a MG344 e MG444 até a divisa do estado de SP, onde passamos a rodar na Rod. Eng. Ronan Rocha (SP345) até Franca. Saindo em direção a Araxá pegamos a Rod. Cândido Portinari (SP334) até a divisa com Minas, seguindo pela MG428).

Dia 2 – Araxá – Diamantina

Acordamos às 9hs, tomamos café da manhã e saímos às 10hs com destino a Diamantina, distante 524km. A primeira parte da estrada é surpreendente. A maioria de serra, com umas das paisagens mais bonitas de todo o trajeto, passando bem por cima da serra, com planícies de um lado e região montanhosa do outro. Por descuido erramos o caminho, já que o combinado era virar no trevo para Abaeté. Seguimos em direção a BH por uma estrada lotada de caminhões e com um trecho em terra e meia pista pronta para receber um asfalto novo. Paramos na cidade de Bom Despacho para abastecimento e pegamos o pior trecho do percurso. Uma estradinha simples, toda descascada e cercada por fazendas de cana.

Passamos por Pompéu às 13hs, já mortos de fome, mas decidimos parar mais à frente, pois os postos de gasolina não eram muito confiáveis. Rodamos no trecho mais quente da estrada, mas as plantações de eucaliptos amenizaram um pouco o calor. Por fim chegamos à BR040, e pela primeira vez em dois dias rodamos em uma estrada duplicada. Viramos no trevo de Curvelo em direção ao destino final do segundo dia: Diamantina. A estrada estava muito boa, mas sem muitos pontos de ultrapassagem. Paramos para almoçar e abastecer quase no posto Chalé, na entrada de Curvelo, que tem um buffet a quilo com churrasco, matando a nossa fome às 15hs.

Chegamos a Diamantina quase no pôr do sol, passando pelo ponto alto de todo o trajeto, um trecho de serra, com as paisagens mais incríveis que pudemos presenciar em estradas de Minas, nos obrigando a diminuir a velocidade para apreciar tudo com atenção. Estrada simples, mas em ótimo estado.

Estacionamos as motos na casa de parentes, já que as pedras do centro da cidade não permitem a rodagem das motos. Recebemos então uma ligação com uma surpresa, nosso amigo Luciano Nunes havia chegado para se juntar ao trio diabólico: Rogerio Pateo, Marcelo Diogo e Wagner Lanna.

Depois de um banho e lanche saímos para comemorar o sucesso da viagem. Sentamos na praça da cidade, que estava cheia, visto que era o último fim de semana do Festival de Inverno da UFMG.

Resumo

(Saindo de Araxá pela BR146, e BR262 até o trevo para Bom despacho. A ideia inicial era virar para Abaeté na MG176, mas pegamos a MG164 até Pompéu, e depois a MG420 até a BR040. No trevo, pegamos para Curvelo na BR135 e para Diamantina na BR259 e BR367).

Dia 3 – Diamantina – BH

Acordamos às 10hs, e depois de um café da manhã reforçado, saímos ao meio dia para o retorno a Belo Horizonte. Este último dia seria mais tranquilo, uma vez que já estávamos cansados. Decidimos ir devagar e pular o último trecho, bem conhecido por nós, passando por Baldim e Lagoa Santa. Paramos para tirar algumas fotos no trecho de serra, mas o sol estava forte e a estrada quente.

Paramos para almoçar e abastecer em Curvelo. Comemos um lanche rápido, pois chegaríamos a BH antes do previsto.

Chegamos a Belo Horizonte às 16hs, muito cansados, mas com o sentimento de dever cumprido. Foram exatamente 1.515,5km de porta a porta, encurtando o trajeto total em aproximadamente 100km do combinado inicialmente, com o erro no segundo dia e a desistência no terceiro.

(Saindo de Diamantina pela BR357 e BR259 até Curvelo, depois BR135 até a BR040, seguindo por ela até BH).

A ideia inicial de rodar 1600km em três dias, com a estratégia de trechos mais longos nos dois primeiros bastante acertada. Nosso objetivo foi cumprido, sem nenhuma ocorrência mecânica nem apertos com ultrapassagens perigosas e buracos na pista. As estradas, em sua grande maioria, estavam em ótimo estado, mas o frio cortante no primeiro dia exigiria um capacete fechado, jaqueta de couro e cachecol. Não tivemos problemas com abastecimentos nem com gasolinas de má qualidade, pois pudemos contar com muitos bons postos no caminho. No segundo dia o erro no trajeto contribuiu negativamente com um aumento na quilometragem e estradas em péssimo estado. O sol muito quente e o vento frio enganam, e o uso do protetor solar é essencial. Sugiro também um protetor labial. Para o ultimo dia, é recomendável chegar em casa rápido, pois o desgaste e o cansaço são grandes.

Em 2014 aguardamos todos que quiserem curtir muitas horas de estrada e momentos únicos com os amigos e imagens de paisagens inesquecíveis.

Inscreva-se e bora rodar com a gente! roadstockbrasil.com

Participantes:

  • Marcelo Diogo (HD Softail DeLuxe 2012)
  • Rogerio Do Pateo (HD Dyna 2010)
  • Wagner Lanna (HD Fat Boy Special 2012)
  • Luciano Nunes (HD Softail DeLuxe 2010)

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