De moto pelo Circuito do Ouro

Há algum tempo já havia planejado este passeio. Não é uma “viagem de moto” extensa, mas é algo para ocupar um dia inteiro.

Embora o tempo estivesse um pouco chuvoso aqui em Minas Gerais, resolvi meio que “de supetão”, sair em um Domingo de sol com algumas nuvens. O fiz em uma Yamaha Virago 250s, ano 99.

O plano era fazer uma parcial da Estrada Real, o Circuito do Ouro, no Estado de Minas Gerais, que compreende as cidades de Sabará, Caeté, Barão de Cocais, Catas Altas, Ouro Preto, Itabirito, Rio Acima e Nova Lima, retornando a Belo Horizonte.

De Sabará para Caeté foi feito pelo “Caminho Velho”, parte do Caminho do Sabarabuçu. Após a chegada a Caeté, voltamos para a BR 381. Se fosse realizado pelo planilhado da Estrada, parte é por estrada de terra e, por se tratar de uma custom, não sabia se a estrada estava em condições que não para uma trail.

O planejamento era saindo de Belo Horizonte, parar para almoço e reabastecer em Catas Altas e, logo depois, seguir até Itabirito. Ali, iria verificar como estavam as condições da estrada para Rio Acima, que também é de terra.

Saí às 9 horas de um domingo, com sol e algumas nuvens. Pouco movimento na BR 381 até Sabará. Passando pela cidade, algumas fotos, depois entrei no caminho velho (262) e passei pelo lugarejo de Pompéu, pertencente à Sabará. Bons restaurantes de comida mineira e bares. Continuei subindo a serra pela 262, que, apesar das muitas curvas, é de um visual bonito e a pavimentação continua boa. Em determinados pontos conseguimos ver algumas cidades como Barão de Cocais, Raposos, Rio Acima. Neste caminho uma parada para fazer fotos junto aos marcos da Estrada Real.

Chegando a Caeté, na entrada da estrada para Barão de Cocais, resolvi perguntar como estavam as condições da estrada. Se estivesse boa, talvez valesse a pena ir por ela, porque é de um visual muito bonito também. Nesse momento vinha um rapaz em uma CG 125 e pedi informações a ele. O rapaz disse que, como havia chovido, havia muita lama e em alguns trechos haviam passado um trator. Resolvi ir mesmo pela BR 381. Agradeci e voltei em direção à saída.

Quando da passagem por São Gonçalo do Rio Abaixo (pelo trevo da MG 436) caia uma chuva. O interessante é que alguns metros à frente podia-se ver a estrada seca e com algum sol. Não parei para colocar capa. Segui, molhei um pouco, mas logo já estava seguindo pela parte seca novamente.

Chegando a Barão de Cocais, parei um pouco para um suco, descanso, algumas fotos. A cidade é pequena, com algum casario e Igrejas de 400 anos. Tudo muito simples, mas agradável. Segui então em direção a Catas Altas pela MG 129. Próximo a Santa Bárbara, em um trecho de descida, podia-se ver chuva novamente. Desta vez parei para colocar a capa e aproveitei para fazer uma foto da chuva lá embaixo. Decidi não entrar em Santa Bárbara e seguir direto para Catas Altas. Asfalto molhado, muitas curvas, reduzi a velocidade um pouco como segurança.

Chegando a Catas Altas (sem chuva), já era por volta de meio dia. Cidade também pequena, mas bonitinha, agradável. A parte histórica com casario antigo, Igreja e um cruzeiro datados de muitos anos também. O visual para as montanhas com paredões de pedras é lindo. Após algumas voltas fui almoçar. Havia um restaurante de muro e estrutura de pedras, bonito e que ficava bem ali em frente à igreja no centro. O restaurante La Violla Brasserie, é muito bom. Recomendo. Comi muito bem. Fiquei sentado um pouco lá fora admirando a paisagem.

Continuei descendo a MG 129 e me lembrei que havia passado somente uma vez pela cidade de Mariana. Resolvi então fazer uma passagem rápida por lá. Continuei descendo a MG 129, muito agradável, pavimentação muito boa, belas paisagens, com exceção das partes próximas às mineradoras. Impossível não entristecer com o que é feito por elas. Belas paisagens sendo descascadas.

Em Mariana, gostei do visual da parte histórica. Tal qual Ouro Preto, com destaques para a Maria Fumaça (antiga composição férrea ligando Mariana e Ouro Preto) e as igrejas juntas, Igrejas São Francisco de Assis e Nossa Senhora do Carmo. Uma caminhada por ali a pé porque as ruas são de paralelepípedo, o que não é muito aconselhável para as customs.

Rodas na estrada novamente, segui em direção a Ouro Preto. Já muito conhecida por mim, passei por ali, olhei algumas coisas e voltei para a estrada. Saí da MG 129 e adentrei a 356, indo em direção a Itabirito. Ali já começa algum movimento maior de caminhões e carros. Um pouco depois do distrito de Cachoeira do Campo fomos surpreendidos por um certo engarrafamento. Passei devagar entre os carros parados e, ao final, tratava-se de um protesto de moradores de uma localidade ali. Após meia hora, fui para um cantinho à esquerda e segui como se estivesse entrando para a localidade. Após passar pelo pessoal, dei a volta em uma rotatória e ganhei de novo a 356. Com esse tempo que perdi resolvi não passar em Itabirito. Seguiria direto para a entrada para a MG 030 indo para Rio Acima.

Passei por Itabirito e chegando a entrada da MG 030 notei que o sol já estava baixo. A estrada era de terra e eu não queria ir por ela se ficasse escuro. Entrei e andei uns 150 metros e não gostei da estrada. Como iria em velocidade baixa, talvez escurecesse e não seria bom. Retornei então para a 356 segui até a BR 040. Essa é a parte ruim do passeio, porque a rodovia é péssima, cheia de ondulações e buracos e grande movimento de caminhões.

Cheguei a BH já anoitecendo. Estava chegando em casa um pouco cansado, mas satisfeito pelo passeio. Recomendo ao pessoal de Belo Horizonte e daqui de perto para realizarem este passeio. Belas paisagens, boa comida, pavimentação das rodovias boas (exceto a 040). Fui sozinho, mas acredito que indo uma turma boa, dá para aproveitar bem os bares e outros atrativos das cidades.

Abraço à todos e bons caminhos !


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