Nos dias 11, 12 e 13 de Julho de 2014 realizamos uma parcial do Circuito dos Diamantes – Estrada Real – MG, pela MG 010, passando pelos municípios mineiros de Conceição do Mato Dentro, Serro, Milho Verde, São Gonçalo do Rio das Pedras e Diamantina, estendendo o percurso até a Vila de Biribiri.
O percurso total pode ser feito em um dia, mas não se aproveita o que é oferecido nas cidades, nem os atrativos naturais da região, que são muitos. Foi decidido então dividir o percurso em 3 fases, correspondendo cada fase a um dia. Decidimos também levar barracas para acampar, fogareiro, etc., ou seja, foram necessários alforjes e bauletos.
Fomos 6 pessoas, todos com motos on/off Road, com as respectivas motocicletas:
César Boareto com uma Ténéré 250, Carlos Silva com uma Lander 250, Phillipe Guimarães com uma XRE 300, Roger com uma Tornado 250, Marco Antonio com uma Falcon 250 e o Renato Correa com uma Transalp 750.
Marcamos a saída para as 5 horas da manhã do dia 11, em um posto de gasolina na Av. Catalão. Sabendo que poderia surgir algum imprevisto, marcamos esse horário para que houvesse tempo hábil para que se corrija ou solucione o problema. Dali já sairíamos com pneus calibrados e abastecidos de combustível.
Como previsto, Renato esqueceu a carteira com dinheiro e documentos. Por sorte que não era tão longe e ficamos lá no posto esperando. Partimos às 5h45min com um trânsito tranquilo e sem problemas.
A pista está muito boa até um pouco depois da cidade de conceição do Mato Dentro, onde começa a estrada de terra, próximo às mineradoras. A primeira parada para um breve descanso foi no mirante da estrada de Cardeal Mota, na Serra do Cipó. Aproveitamos para algumas fotos também.
Como já era conhecida por todos, decidimos não parar em Conceição do Mato Dentro e seguir direto para o Serro, onde seria a próxima parada para descanso. Nos trechos das mineradoras, acabamos por fazer diversas paradas devido ao monitoramento da passagem de caminhões das mineradoras. A estrada de terra até próximo à cidade de Serro está bem batida, não é ruim.
Chegando ao Serro, fizemos uma parada de descanso e aconteceu algo muito angustiante, mas também engraçado: Renato perdeu a chave codificada da Transalp, ou achou que perdeu. Procurou nos bolsos, capacete, luvas, jaqueta e não encontrava. Todos procuramos pelo chão próximo da moto e nos arredores e nada de achar a chave. Já achávamos que alguém havia encontrado e entregado em algum lugar. Encontramos uma funcionária da prefeitura que iria levar o Renato até a Rádio comunitária para comunicar a respeito da chave. Decidimos então colocar a moto em algum lugar, trancar e pedir a alguém de BH para trazer a chave reserva. Com isso, já dávamos o dia como morto conforme o planejado.
Nesse intervalo, resolvi ir buscar algumas barras de cereais na minha moto que estava ao lado da Transalp. Abaixei-me e peguei as barrinhas e ao me levantar, entre o meu saco de dormir e a mochila, o que estava lá? Sim, a chave da moto. Me parece que o Renato desceu da moto e ao arrumar as coisas, colocou a chave em cima da minha mochila e na movimentação, ela escorregou parando entre a mochila e o saco de dormir.
Voltei dizendo que encontrara a chave e que cancelassem todas as medidas. Foi um alívio geral. Para aproveitar mais o tempo, montamos nas motos e partimos em direção a Milho Verde. Alguma parte de estrada de terra e próximo, já com asfalto ( e bom ). Antes da cidade, cerca de 3 km antes, fomos até a Cachoeira do Moinho. Uma das maiores e mais belas da região. Seu nome é devido à existência de dois moinhos antigos, utilizados para transformar milho em fubá. Possui ótimos poços com água cristalina, perfeitos para banho. Descendo existem duas grandes quedas que mais à frente formam o Rio Jequitinhonha. Possui um bar que funciona quando há maior fluxo de turistas, o que não era o caso. Talvez devido ao frio, havia somente dois casais e algumas crianças.
Após o descanso e um “banho de gato”, tomamos as motos e fomos para Milho Verde. Fomos para o Camping e bar do Sr. Ademar, por indicação do Roger. Um bom local, amplo gramado, com estrutura pequena, mas boa, chuveiro quente e banheiros limpos. Diária razoável com café da manhã por R$ 5,00 e é servido almoço (ótimo, diga-se de passagem) por bom preço negociável.
Montamos acampamento e fomos conhecer a Cachoeira do Lajeado e o sítio do Lajeado. Um lugar muito bonito, infelizmente com pouco fluxo de água devido ao período de estiagem dessa época do ano. No leito do rio de águas claras, algumas formações de poços rasos, que se assemelham a ofurôs como dizem por lá. Com o sol se pondo, retornamos ao acampamento para descanso. Tomamos um bom banho, comemos, demos uma voltinha pela cidade e depois fomos dormir.
No dia seguinte levantamos cedo, tomamos um delicioso café e fomos conhecer um lugar em São Gonçalo do Rio das Pedras. Passamos por um caminho que foi usado por tropeiros, subimos uma serra e chegamos ao local. Deixamos as motos próximas a uma porteira e seguimos á pé. 15 minutos de caminhada e chegamos a um leito de pedras onde em dias sem estiagem corre um riacho. Acima, um poço com uma quedinha d’água, ótimo para banho. Descendo esse leito de pedras, há um local onde se adentra uma pequena caverna e, no fundo, outra queda d’água com cerca de 4 metros. Passamos um tempinho ali e depois retornamos.
De lá seguimos para conhecer um local chamado Capivari, onde fica a Cachoeira do Tempo Perdido. No meio do caminho, como eu não estava me sentido bem devido a um antigo problema de saúde, decidi partir para Diamantina e esperar o restante do pessoal lá. Eles seguiram para a cachoeira e eu para Diamantina.
Eram 15 horas quando saí de Capivari. O trecho da estrada de terra até Diamantina é difícil, então resolvi ir pelo asfalto, pela MG 367. Retornei a Milho Verde e peguei o asfalto até lá. A pavimentação estava boa, muito vento no alto da MG 367 chegando a Diamantina. Fui para o HI Hostel Diamantina, local bem recomendado, o que comprovei quando estive lá. Tudo bem limpo, boas acomodações, ótimo atendimento por parte da D. Rita e D. Geralda. Após um banho, enquanto esperava o restante do pessoal, fiquei conversando com dois britânicos que estavam por lá. Intermediei a negociação deles sobre pagamento com a dona do hostel porque não entendiam bem o português. E daí conversamos um pouco. Eles fizeram o trecho da Estrada Real de bicicleta, me admirei muito com o relato e até coloquei nos planos futuros.
Mais tarde o restante do pessoal chegou. Todos de banho tomado, fomos ao centro histórico comer e voltamos para dormir. No dia seguinte seria a etapa final, a Vila de Biribiri.
No dia seguinte, levantamos um pouco mais tarde devido ao cansaço dos dias anteriores. Tomamos ótimo café da manhã e partimos para Biribiri. O lugar é muito bonito, não conseguimos visitar todas as cachoeiras, mas vimos o principal, que é a vila e a fábrica, ciceroneados pelo Sr. Juscelino, afilhado de JK, que com muito boa vontade nos mostrou tudo. Almoçamos ali e retornamos ao Hostel Diamantina para pegar os alforjes com nossas coisas. Montamos tudo nas motos e partimos de volta para BH. Pelo avançado da hora e compromissos de alguns para o dia seguinte, retornamos pela 259 e 040, sem intercorrências.
No mais, aguardamos uma nova volta a estes lugares porque ainda há muito o que visitar por lá. Recomendo este passeio.
Forte abraço e boas estradas!
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