Eu não sou um fã de ralis de motocicleta. Eu gosto de parar quando quiser parar, comer em restaurantes locais, que não sejam de grandes cadeias de restaurantes, freqüentado pelos locais e ficar em motéis funky (contanto que eles sejam limpos e seguros). Além disso, é muito mais fácil de conhecer pessoas novas e interessantes quando você está sozinho.
Deixe-me refletir “sozinho” por um momento. Eu realmente não gosto de ficar sozinho, assim eu tento me conectar o tempo todo com as pessoas quando estou viajando. Quando você chega em um restaurante de posto de gasolina ou em um motel no Novo México em uma moto com uma placa da Geórgia, todo mundo quer falar com você.
{loadmodule mod_custom,Anúncios Google Artigos}
A viagem que estou descrevendo foi a primeira que fiz sozinho depois de perder minha companheira por 38 anos, Paula, (P para mim e para sua família e amigos) para um câncer de pulmão, seis meses antes. P pilotava sua própria moto – uma Harley Sportster 883 ano 2003 cor pérola edição 100º Aniversário – que ela amava. Tinha 61 anos e era uma excelente motociclista.
Ela adorava viajar mais do que qualquer coisa – bem, quase nada. E nunca se queixou do frio ou chuva ou como o cabelo dela ficava depois de um longo dia na estrada.
No início eu planejei esta viagem de 8.300 quilômetros com hesitação. Aos 66 anos, não tinha certeza se seria capaz de realiza-la pensando nos rigores da estrada e do dia-a dia. Pensei muito se ficaria entediado, cansado ou com saudades de casa. Que surpresa agradável ao descobrir que eu era mais forte e mais confiante que imaginava. Resolvi viajar por estradas secundárias sempre que possível, a fim de melhor aproveitar as cores locais.
E vamos para a estrada
Deixei Gainesville em uma terça-feira, 01 de maio.
Eu pilotava uma Harley Road King Classic ano 2001. Tinha um grande rack traseiro para a bagagem, e sobre ele uma bolsa T-Bag de 40 litros repleta de roupas – eu não vou cometer esse erro novamente, quase todo lugar que eu fiquei tinha lavanderia. No topo da T-Bag ia uma mochila pequena para os sapatos de reserva – na estrada eu usava uma pesada bota com ponta de aço revestida de Gore-Tex que protegia meus pés da chuva e do calor.
No banco do passageiro levava uma caixa de isopor pequena com leite, suco de laranja, cerveja (para a noite – álcool e motociclismo não andam juntos), queijo, cenoura crua e aipo. Em cima desta caixa ia outra bolsa de tecido pequena com mapas rodoviários, barras de granola, passas, biscoitos, amendoim e outros. Estes foram fixados com cordas de elástico super-dimensionadas. Nos meus alforjes iam ferramentas, o manual de funcionamento da moto, peças e manuais de serviço, capa de chuva e uma capa para a moto. Eu também tinha uma lista de todas as concessionárias da Harley no país, um telefone celular e, claro, uma máquina fotográfica.
Em um dia ensolarado, quente e brilhante, eu peguei a Ga 60 em Gainesville, Geórgia, indo para o norte da cidade. Ao norte do nosso belo lago Lanier, que desviava a noroeste para a Ga 136. Este é um percurso lindo através das montanhas do norte da Geórgia.
Para os leigos, devo explicar que não há nada como a sensação de andar de moto pelas estradas sinuosas de uma montanha. Em um carro (uma “gaiola”, para os motociclistas), a vista lá fora é enquadrada pela janela pela qual você está olhando. Em uma motocicleta, você faz parte da paisagem. Elas também exigem um pouco mais de habilidade e concentração para uma série de curvas em ziguezague. É uma experiência emocionante e um grande sentimento de realização.
{loadmodule mod_custom,Anúncios Google Artigos}
Parei para almoçar no The Cookery Restaurant do Flying J em Resaca. Meu objetivo era evitar as cadeias de restaurante, mas eu estava com fome e este lugar parecia bom porque tinha muitos caminhões estacionados. Eu não fiquei desapontado.
Sentei-me no balcão onde os caminhoneiros estavam discutindo o tráfego norte e sul na Interestadual 75. Eu lhes falei que estava em uma viagem de moto e perguntei se alguém sabia de um bom caminho para o oeste e norte, que evitava a interestadual. Todos eles recomendaram que eu fosse por Cloudland Canyon. Então eu me deliciei com as experiências com moto que eles contaram. A harmonia é imediata entre os pilotos.
Depois do almoço, eu continuei para oeste para a linda Cloudland Canyon, o que seria um grande lugar para passar a noite. Confira as cabines para alugar neste lindo parque localizado na região noroeste da Geórgia na borda ocidental da Montanha Lookout e formado pelo desfiladeiro Sitton Creek Gulch.
Mas eu ainda não tinha concluído as 250 milhas para o dia que havia planejado, então eu continuei no nordeste do Alabama, onde eu virei para o norte no Tennessee seguindo a oeste do lindo lago Nickajack. Eu andei ao longo da margem sul do rio Tennessee e em paralelo com a linha férrea por vários quilômetros até cruzar o rio através de uma ponte de aço em New Hope.
Através do Tennessee
Eu viajei para o oeste através de Sewanee, Tennessee, lar da University of the South e seu espetacular campus no topo da montanha. Eu amo campi universitários, passei cerca de 35 anos neles, então eu decidi ir até a montanha e ver o local.
É uma pequena jóia! Parei para conversar com alguns alunos a passear pela quadra. Vi que eles vestem trajes acadêmicos interessantes, como nas antigas universidades da Grã-Bretanha do século 18, o que faz um cenário encantador.
Continuei viagem passando por Winchester, Tennessee. Uma frentista me disse que Winchester era em homenagem ao general James Winchester da Revolução e da Guerra de Indiana. É também a cidade natal da cantora Dinah Shore. Eu amo as pessoas que se orgulham de sua comunidade, como em Gainesville.
Viajei para oeste para Fayetteville, no Tennessee, onde passei a noite. Eu passeei pela cidade onde vi algumas encantadoras casas históricas.
De manhã, eu cruzei o braço ocidental do rio Tennessee e, mais tarde, atravessei o rio Mississipi em Arkansas. Eu estava cumprindo meu planejamento, mas eu deveria ter escolhido um lugar mais interessante para passar a noite que Marion, Arkansas. As pessoas sequer pareciam gostar de lá. Era uma cidade do agronegócio, sem o orgulho que todos nós sentimos da indústria avícola daqui.
Meu terceiro dia estava nublado, com chuva. Viajando para o oeste, Arkansas é plana e desinteressante nesse trecho – principalmente arrozais em ambos os lados da estrada. Eu parei para um almoço maravilhoso no Grill do Bill em Conway, Arkansas – o seu bolo de carne era soberbo. Assim como a garçonete, que era bem atraente.
Na conversa ela parecia genuinamente interessada em conhecer a minha viagem, querendo saber o meu itinerário e porque eu escolhi viajar sozinho. Conversamos por um bom tempo e ela me deu instruções para sair da cidade. Desnecessário dizer, ela recebeu uma boa gorjeta.
{loadmodule mod_custom,Anúncios Google Artigos}
De Conway, eu continuei para Russellville, Arkansas, onde eu desviei para o sul ao longo da extremidade leste do Lago Dardanelle, outra das maravilhas da região. Logo ao sul do lago, virei na direção oeste para Fort Smith, depois de atravessar o rio Arkansas, que tinha cerca de uma milha de largura, com praias arenosas. Flui a sudeste das Montanhas Rochosas por 1.500 milhas até que desagua no Mississipi.
Eu fiquei em um motel de luxo em Fort Smith onde lavei alguma roupa. Naquela noite eu aprendi que Fort Smith é onde fica o Camp Chaffee do Exército, onde Elvis alistou-se e perdeu o seu topete e bronzeado.
O Oeste Selvagem
Na manhã seguinte, fui para o oeste. O clima estava quente no início mas rapidamente esfriou – mas sem chuva. Depois de cruzar o rio Arkansas novamente, entrei em Oklahoma e experimentei um passeio fantástico através do país do gado e cavalo. Eu gosto de fazendas pitorescas com potros recém-nascidos e brincando com suas mães.
Parei em Seminole, Oklahoma, para o almoço. Este acabou sendo um lugar especial.
As principais ruas de Seminole ainda são de paralelepípedos – um passeio interessante em uma moto. Eu tive um grande almoço em um restaurante latino local chamado Polo’s. Os proprietários eram índios mexicanos. Eles eram um jovem casal e conduziam seus filhos e o restaurante de maneira bem informal. Eu brinquei com as crianças e aprendi um pouco sobre Oklahoma (que é plana e com muito vento), enquanto eu aguardava a minha refeição. Grande pequena cidade.
No final do dia, cheguei em Hinton, Oklahoma, onde encontrei um bom motel. Durante a noite eu aprendi com os locais que Hinton foi criada após o “Sooners” abocanhando todos os terrenos livres, quando os Estados Unidos doou 3 milhões de hectares anteriormente pertencentes aos nativos americanos. Era óbvio que eu estava, enfim, no Oeste.
Bill Rezak se aposentou em 2003 após 10 anos como diretor da Alfred State College, em Alfred, Nova Iorque. Antes disso, ele foi reitor da Escola Superior de Tecnologia em Southern Polytechnic State University, em Marietta. Ele e sua esposa Paula mudaram-se para Gainesville e Paula foi diagnosticada com câncer de pulmão em maio de 2004. Ela faleceu no final de 2006, mas não sem antes aproveitar bem seu tempo em sua motocicleta.
Deixe um comentário