Somos Giancarlo e Mariju, de Santa Catarina. No mês passado nós fizemos uma viagem de moto de 3,7 mil km pelo Uruguai e Argentina em uma Yamaha Ténéré 660 e vamos compartilhar com vocês a história dessa viagem.
1º dia de viagem
Saímos da cidade de São José, na Grande Florianópolis (SC), às seis horas da manhã do dia 11 com a moto equipada com dois baús laterais de fabricação própria, baú traseiro e mala de tanque com destino a Chuí (RS), um dos extremos do Brasil.
Os primeiros 200 km foram de adaptação e ansiedade. Depois de percorridos quase 300 km de estrada, próximo à divisa entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul, vi que teria que abastecer, mas deixei passar alguns postos e passamos o primeiro susto da viagem. Andamos quase 50 km sem nenhum posto, a maior parte com a luz de reserva de combustível acesa. Por sorte, antes da pane seca, encontramos um posto na rodovia que segue para Pelotas.
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Ao passar por Rio Grande, uma das cidades mais antigas do Brasil e sede do primeiro time de futebol do país, resolvemos entrar para conhecemos a cidade e, por volta das 16h30min, seguimos viagem.
A estrada até Chuí tem um trecho de quase 150 km que é uma reta sem fim e sem muito movimento. Uma parte passa pela Reserva do Taim, onde podem ser avistados animais atravessando a pista, por isso, é bom passar de dia e com muito cuidado.
Minha velocidade de cruzeiro chegou a 160 km/h. Aliás, o vento contra na região é muito forte, o que fez o consumo da Ténéré cair para cerca de 8 km/h. Posto de combustível só de 40 em 40 km, então não perca a chance de abastecer. No meu caso, não foi necessário levar combustível extra.
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Nesse trecho ocorreu um incidente: a Mariju deixou cair o celular, que se espatifou no chão e deu perda total.
A estrada de São José (SC) até Chuí está em boas condições e a maior parte é em pista dupla. No Rio Grande do Sul, via Pelotas, o trecho é simples, tem algumas obras na pista e a sinalização à noite é perigosa.
Para aumentar o conforto, utilizamos bermudas de ciclistas e, para a garupa, comprei uma almofada de silicone.
No Primeiro dia foram 987 km percorridos em 14 horas de viagem, com um gasto de três tanques e meio de combustível.
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Chegamos ao Hotel Internacional, na avenida principal do Chuí, por volta das 20h30min, com o pôr-do-sol muito bonito.
A cidade é como as demais de fronteira, muitas lojas e muitos camelôs. Não encontramos muitos motociclistas na viagem
2º dia de viagem
Passamos a manhã visitando as lojas e conhecendo a cidade, que é bem pequena. Aproveitei para trocar o óleo da moto, que completou 5 mil km naquele dia.
Atravessamos a Fronteira. Estava levando a Carta Verde, mas a única documentação que nos pediram foi a identidade e nos deram apenas um bilhete assinado para entrar no Uruguai.
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Encontramos uma dupla de motociclistas, um de Florianópolis (SC) e outro gaúcho. Eles nos contaram que passaram pela Praia do Cassino, pela praia, onde sofreram muito com atolamentos e quedas. Estavam dando apenas uma volta.
A estrada era de pista simples e com pouco movimento. Depois de percorrer cerca de 50 km, nos deparamos com um alargamento na pista e pinturas de faixas no chão. naquele trecho a rodovia serve como pista de pouso de pequenos aviões.
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No distrito de Rocha, visitamos um forte, aberto ao público e que vale a visita pela paisagem.
O vento de contra também é forte e quase todas as rótulas de entradas nas cidades estavam em obras, mas tudo bem sinalizado.
Em direção à Montevidéu, depois da entrada para Punta Del Lesta, a rodovia vira duplicada, mas tem muitas sinaleiras.
O sol de frente estava muito forte, verdadeiro incômodo para viajar, apesar de muito bonito.
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Os postos de combustível são frequentes e a gasolina, que lá é chamada de Nafta, custou uns R$ 5,00 o litro.
Chegamos a Montevidéu por volta das 20h. A cidade é muito fácil de conhecer. São avenidas largas e bem sinalizadas.
3º dia de viagem
Aproveitamos para conhecer a capital uruguaia. Fomos à Beira-Mar, percorrendo todo o trecho até o porto. Montevidéu é uma cidade bonita, limpa, onde as pessoas aproveitam bem os espaços públicos.
Na cidade velha, tentamos encontrar um estacionamento que aceitasse moto. Depois de umas quatro tentativas frustradas, deixamos a moto em uma esquina, onde havia várias outras estacionadas. Com cadeado na roda, paguei R$ 5,00 para o flanelinha.
A cidade velha é muito bonita. Fizemos tudo a pé, tudo muito próximo.
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A noite, deixamos a moto no hotel e fomos a um Cassino de táxi. As corridas são geralmente de 60 pesos uruguaios e os táxis são bem acessíveis. Uber também é fácil de encontrar. Perdemos R$ 100,00 (uns 1,000 pesos uruguaios).
Eu esqueci de habilitar meu celular para o roaming, então fiquei sem sinal, mas no Uruguai você pode comprar um chip e usar, é fácil e mais barato. Mas não fizemos isso.
No final o cansaço bateu e estávamos mortos.
4º dia de viagem
Saímos de Montevidéu por volta das 10h30min debaixo de um calor de 40º em direção à cidade de Colonia Del Sacramento.
Na estrada levamos um susto: a moto, que estava a uma velocidade de uns 150 km/h, foi perdendo a velocidade, sem nenhum aviso no painel. Encostei e ela desligou. Como estava muito quente, tiramos a jaqueta e tentei dar partida, mas não deu sinal. Comecei a olha em volta sem nada por perto.
Tentei encontrar algum fio solto, ou algo fora do comum, mas não encontrei. Depois de 10 minutos, a moto deu partida. Montamos e seguimos viagem, sem problemas.
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Alguns motociclistas me disseram que a Ténéré tem um problema na posição do CDI, que esquenta muito. Mas na autorizada disseram que é mito e que não sabem me dizer o que houve.
Chegamos a Colônia Del Sacramento por volta das 14h. Cidade pequena e muito aconchegante, foi uma das primeiras do Uruguai e foi colonizada por portugueses e espanhóis.
Decidimos deixar a moto em Colônia, pois o preço da passagem para a travessia em um barco para a Argentina é muito alto. Pagaríamos R$ 1.600,00 (ida e volta para duas pessoas mais a moto). Encontramos um estacionamento fechado e deixamos a Ténéré lá. Assim também evitamos um temporal, que fez estragos naquele dia.
No embarque do Buquebus, encontramos dois casais de motociclistas de Santa Catarina que estavam indo para Ushuaia, em uma das pernas de uma longa viagem para o Alasca.
Um dia depois, um dos casais sofreu um acidente, o vento teria derrubado a moto e eles, infelizmente, tiveram que ser hospitalizados. Queremos deixar nossa solidariedade aos amigos da estrada e a torcida para que logo voltem à estrada.
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Embarcamos sob uma tempestade e fizemos a travessia do gigante Rio da Plata, em cerca de 1h30min. Chegamos a Bueno Aires depois de um grande tumulto esperando as bagagens na esteira.
5º dia de viagem
Como decidimos deixar a moto no Uruguai, não vou relatar como foi o dia em Buenos Aires, capital argentina.
6º dia de viagem
Voltamos para o Uruguai de Buquebus. Pegamos a moto no estacionamento e partimos em direção a Punta Del Leste, onde chegamos por volta das 16h. Estava frio, nublado e ventava muito.
Cidade bem agradável, ficamos hospedado no Hostel Tas de Viaje, bem localizado e confortável.
7º dia de viagem
Saímos de Punta Del Leste sob chuva forte. Antes de iniciar a viagem ocorreu um imprevisto: a moto dormiu na rua e por isso fui obrigado a colocar um cadeado no freio do disco. Pela manhã, esqueci de tirar o cadeado e, na saída, o tombo foi certo. A mala lateral pressionou a perna da Mariju (duas semanas depois ainda estava roxo). Mas não tivemos nenhum problema mais sério.
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Nesse dia tivemos outro incidente com a Ténéré. Notei que o freio traseiro (ABS) estava perdendo força. Parei para vistoriar e vi que a pastilha de freio ficou pressionada e furou. Um buraco que estragou todo o disco de freio. Então, sem o freio traseiro partimos em direção à Tapes (RS).
A chuva forte nos acompanhou por cerca de 100 km e depois o sol apareceu.
Chegamos a Tapes, na Lagoa dos Patos, por volta das 21h, fomos muito bem recebidos por uma Tertútlia.
8º dia de viagem
Saímos de Tapes por volta das 9h. Fixei a GoPro na proteção da carenagem e, após sair da cidade, a uma velocidade de 130 km/h, o suporte da câmera quebrou, atingiu meu joelho e perdemos a câmera. Mesmo procurando no mato, não teve jeito e não a encontramos. Várias e várias imagens foram perdidas, infelizmente.
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Por volta das 13h chegamos a Criciúma (SC), almoçamos e partimos por volta das 16h em direção à nossa casa em São José, onde chegamos por volta das 20h, já com saudade da estrada e pensando na próxima aventura. Quem sabe não nos encontramos por aí?
Um abraço a todos os amigos motociclistas.
Detalhes da viagem:
- São José – Uruguai e Argentina
- Moto: Yamaha Ténéré 660 ano 2017
- Período: Novembro 2017
- Piloto: Giancarlo
- Garupa: Mariju
- Bagagem: Dois baús de alumínio, baú traseiro Givi e mala de tanque
- Km Inicial: 3.800
- Km final: 7.586
- Total: 3.786 km
- Percurso: Ida: São José / Chuí / Montevidéu / Colônia do Sacramento (onde a moto ficou em estacionamento) / Buenos Aires (Buquebus, sem a moto)
- Volta: Colônia do Sacramento / Punta Del Leste / Tapes / Criciúma / São José
- Abastecimentos: 14
- Consumo: 322 litros
- Consumo médio: 12 km/litro
- Total gasto em combustível: R$ 1.481,00
- Velocidade de cruzeiro: 130 km/h
- Velocidade Máxima: 170 km/h
- Maior distância percorrida em um dia: 978 km (São José – Chuí)
- Maior tempo pilotando: 14 horas
- Acessórios usados: protetor de farol, protetor de carenagem e motor, descanso para os pés, descanso central, suporte da GoPro, Speed Control (piloto automático), apoio de costas no baú traseiro, almofada de silicone para a garupa, comunicador de capacete TCom VB X-2, protetor facial de neoprene, óculos de sol, luvas, jaquetas, botas, calça de ciclista com almofada conforto.
- Ferramentas: vacina para pneu com câmera, alicate, duas chaves de fenda, espátula, catraca, chave estrela, jogo de chave Allen, bomba de encher pequena, lanterna, câmera estepe para os pneus traseiro e dianteiro, garrafinha de óleo para corrente, corda e catraca, chaves de boca.
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