Aos 59 anos, eu nunca tinha feito uma viagem de moto de mais de 1000 km. Depois de mais de um ano de meio de planejamento, entre os dia 17 e 23 de dezembro passado, fiz uma viagem com meu filho Diogo, que tem 29 anos, até Punta del Este no Uruguai, percorrendo cerca de 4.500 km ida e volta.
Utilizamos uma Suzuki VStrom 1000 e uma Kawasaki Versys 650 durante essa viagem. O roteiro também previa visitas às Serras do Corvo Branco e do Rio do Rastro, em Santa Catarina.
E foi para lá que fomos no primeiro dia na estrada. De Arapongas (PR), até Urubici (SC), onde fica a Serra do Corvo Branco, são cerca de 900 km. Dá pra fazer em um dia, desde que não se perca muito tempo na estrada. Chegamos no começo da noite e dormimos em Bom Retiro, município vizinho a Urubici.
{loadmodule mod_custom,Anúncios Google Artigos}
Era de manhã e garoava quando fomos para a Serra do Corvo Branco. A estrada de acesso é de chão batido e tem uns 5 km. A Serra, como era de se esperar, tem curvas bem acentuadas (180 graus) e em apenas alguns pontos é asfaltada. Pra descer, tudo bem. Subir exige atenção e braço. Quem for prá lá de moto custom, com garupa e em dia de chuva, vai sofrer pra subir… Bem diferente é a Serra do Rio do Rastro, que fica há poucos quilômetros dali e é pavimentada do começo ao fim. Mas só é possível apreciar sua beleza com tempo firme.
Depois seguimos direto para Criciúma (SC), e de lá pegamos a BR-101. Ótima estrada e muito bem sinalizada, principalmente quando ela vira freeway, já no Rio Grande do Sul. Íamos nos orientando pelas placas. Curiosamente, já bem perto de Porto Alegre, cadê as placas? Erramos o caminho e entramos no centrão da cidade bem na hora de rush. Ninguém conhecia a capital gaúcha e pra sair e pegar a BR-116 foi o maior sufoco. Placas? Esquece. Foi só perguntando!
Aliviados, seguimos para Camaquã, a cidade do arroz, onde dormiríamos. Diária barata (R$ 120,00 quarto duplo), boas acomodações e café da manhã.
Tanto a VStrom quanto a Versys se mostraram muito valentes. Mas a Suzuki gastava bem mais que a Kawasaki – por causa da diferença de potência. Quando a minha chegava na reserva, a do Diogo ainda tinha pouco menos de meio tanque. Não fiz média, mas acho que o consumo da VStrom foi de 14/15 km por litro. Velocidade média entre 120 e 130 km/h.
{loadmodule mod_custom,Anúncios Google Artigos}
Pra não dizer que não aconteceu nada de extraordinário com as motos, o Diogo ficou praticamente sem freio antes de chegarmos em Camaquã. Os dois parafusos que prendem a pinça no garfo dianteiro se soltaram. Ainda bem que não enroscaram nos raios. A nossa sorte é que a cerca de 50 metros do local havia uma loja de moto peças. Os parafusos originais da Kawa não tinha, mas tinha dois prisioneiros do motor da CG 125 que caíram como uma luva!!
Apesar de uma reta só até o Chuí, o Diogo e eu “conseguimos” nos desencontrar. Parecia que tudo conspirava para isso. A viagem atrasou muito. Fomos nos encontrar só no dia seguinte, já em Punta del Este, com os nervos à flor da pele. Mas logo passou.
Na primeira noite eu fiquei em um hostel super barato – 17 dólares a diária, sem café da manhã. Só molecada. De madrugada dava prá ouvir tudo que se fazia. Precisa explicar?
Fiquei preocupado porque não havia garagem e a moto teve que dormir meio pra fora.
No dia seguinte fui até o hostel onde o Diogo tinha se hospedado e me instalei ali.
{loadmodule mod_custom,Anúncios Google Artigos}
Apesar de estar começando o verão, um vento frio incomodava. Tanto que tivemos que vestir as jaquetas para sair de moto e conhecer a cidade. Gente muito legal. Mas o custo de vida é caro demais. Gasolina custa mais de R$ 5 o litro. Mas era festa e nós não estávamos muito preocupados com isso. Só não podíamos exagerar.
Um dos atrativos mais bacanas foi o pôr do sol. Essa foi a imagem que ficou de Punta del Este. E o frio no verão…
À noite, no hostel, comemos o tal do churrasco uruguaio. Sinceridade? Eu não percebi diferença do nosso churrasco. Minha grande surpresa é que me deram de aperitivo uma dose de “Velho Barreiro”. Aí, sim, eu gostei.
No dia seguinte acordamos bem cedo, abortamos o café da manhã, arrumamos as tralhas na moto e pegamos o caminho de volta pra casa. Outros 2 mil e poucos quilômetros. Chegamos a Canela (RS) no final da tarde. Nos acomodamos num hotel simples e barato, R$ 130 a diária, muito barato, considerando que estávamos às vésperas do Natal. Canela é contígua a Gramado.
Na serra, perto de Caxias, comprei vinho para presentear. Onde coloquei? Minha moto estava equipada com o bauleto e duas malas laterais e ainda sobrou espaço.
{loadmodule mod_custom,Anúncios Google Artigos}
Irati (PR), foi a próxima parada para dormir. Fomos recebidos com um delicioso churrasco na casa do Friedel e da Rose (muito melhor que o churrasco uruguaio servido no hostel em Punta del Este).
No sábado, dia 23, pé na estrada de novo. Pegamos congestionamento na BR-376, próximo a Ponta Grossa e muita chuva na Serra do Cadeado, em Ortigueira, mas tiramos de letra. Chegamos a Arapongas no meio da tarde.
Dois dias depois, o Diogo enfrentou mais 1000 km de volta a Belo Horizonte.
Resumo:
Viagem fantástica. Quem puder, faça.
Eu deveria, mas não somei os gastos. Acho que cada um gastou menos de R$ 2.000,00. O Diogo comprou alguns pesos uruguaios, mas eu, não. Paguei a maioria das despesas com cartão e em geral os estabelecimentos aceitavam a nossa moeda.
{loadmodule mod_custom,Anúncios Google Artigos}
Dicas importantes:
Providenciar o seguro carta verde e não esquecer a carteira de identidade.
Revisão minuciosa da moto antes de sair e lubrificar bem a corrente. Eu passava óleo Bardhal B12 a cada 400/500 km. O Diogo, graxa em spray da Motul.
Deixe um comentário