Expedición Misiones

Este é o relato e as fotos do nosso mais recente moto passeio, durante o qual percorremos com nossa Honda XR 250 Tornado, 2.560 km das estradas do sul do Brasil e norte da Argentina para visitar os 7 povos das missões, sendo um deles patrimônio cultural da humanidade, no território do atual Rio Grande do Sul e também 3 sítios arqueológicos no Norte da Argentina, também patrimônios culturais da humanidade pela Unesco.

Saímos de casa dia 16/05, exatamente as 04h57. Nosso planejamento previa um deslocamento de 580 km até a cidade de Passo Fundo (RS), onde pernoitamos.

Optamos por ir pela BR-280 até Mafra (SC), onde pegamos a BR-116 sentido sul, até Vacaria (RS). Depois seguimos para oeste na BR- 285, conhecida por cortar o Rio Grande do Sul de leste a oeste.

Portal em Lages/SC
Divisa de estados
Cruzando a ponte sobre o Rio Pelotas.
Chegando a Vacaria (SC), exatamente na hora do almoço. Para as Missões ainda faltavam 398 km (como se os 2 km fizessem diferença para inteirar os 400 km).
Para seguir o planejamento, faltavam apenas 173km.
Chegamos a Passo Fundo depois de longas retas e muito movimento de caminhões.
Quilometragem até o momento.
Descanso para nós, inclusive para a companheira de viagens.
À noite fomos conhecer o monumento ao grande artista da cidade, Teixeirinha.
O segundo dia começou rendendo bem. Em pouco tempo estávamos passando por Panambi
Bomba muito moderna em Panambi
A placa diz São Borja, mas antes de ir até lá, temos muito para ver em Santo Ângelo, Entre-Ijuís, São Miguel das Missões e São Nicolau.
Museu militar em Panambi
Quase lá, a placa indica a Rota das Missões!
No trevo de Entre-Ijuís, a primeira cruz missioneira que vimos. No caminho seriam muitas.

Em Santo Ângelo

Agora sim, estrada de terra 😀

Optamos por percorrer o máximo possível por estradas de terra. Além da paisagem ser muito bela, dessa forma podemos conhecer mesmo a realidade do local. Sempre buscamos esse contato com a natureza em nossos passeios.

Após cerca de 20km, chegamos ao Sitio Arqueológico de São João Batista

Após visitar o sítio, rumamos pela mesma estradinha, e mais 25 km, chegamos a São Miguel das Missões, onde fomos para aPousada das Missões, um ótimo hostel. Havíamos lido a respeito, mas com a confirmação do amigo jacaré, fomos diretamente para lá. A pousada é temática, todos os ambientes nos remetem a história guarani, presente na região até hoje.

À noite, vimos o show de som e luzes, que conta a história do povo guarani e da utopia proposta pelos jesuítas no século XVI e XVII.

No dia seguinte, partimos seguindo a estrada de chão. Conhecemos o sítio arqueológico de São Lourenço Martír e em seguida rumando para São Nicolau, onde o que sobrou após tantas guerras, convive com a população que imigrou para a região no século XX.

Neste trajeto, próximo a São Luiz Gonzaga, foi a única vez que a polícia nos parou. O policial apenas conversou, não pediu nenhuma documentação, contou um pouco sobre a região e sugeriu que entrássemos na Argentina por Porto Xavier ou Porto Mauá, porém fazíamos questão de ir até São Borja, conhecer a terra dos presidentes, Getúlio Vargas e João Goulart.

Data de 1730, fundido em bronze.
Antes de pegar a estrada rumo a São Borja, fomos visitar o sítio de São Miguel Arcanjo, o mais preservado de todos.
Vários campos rumo a São Borja, muitos caminhões e muito vento nesse trecho.
Bem vindo a São Borja. Para quem gosta de história, principalmente história militar, nessa cidade está o Regimento João Manoel, importante força da arma de cavalaria.
Antes de qualquer coisa, vimos o Rio Uruguai, antigo sonho.
Em São Borja visitamos o museu Getúlio Vargas e a casa onde viveu João Goulart. Infelizmente, fotos não são permitidas nos dois locais.

Já havíamos entrado em contato com a Fronttour (Câmbio) e a Proteges (Carta Verde). A cotação estava amiga, R$ 0,27, e a Carta Verde para 15 dias custou R$ 30,00. Os procedimentos foram muito rápidos.

Com a Carta Verde e dinheiro no bolso, ou melhor escondido, rumamos para a Ponte Internacional, cruzando o Rio Uruguai. A ponte tem pedágio, valor de R$ 8,00 para moto.

Na aduana fomos bem tratados, apenas perguntas básicas, onde iriamos, documento da moto, habilitação, carta verde, apenas perguntaram se havia apenas roupas na bagagem, dissemos que sim, e quiseram saber onde ficava nossa cidade.

Em São Borja visitamos o museu Getúlio Vargas e a casa onde viveu João Goulart. Infelizmente, fotos não são permitidas nos dois locais.

São Borja faz fronteira com Santo Tomé, na província de Corrientes. Percorremos cerca de 10 km em uma ruta provincial e chegamos à Ruta 14, importante ligação de Buenos Aires com a região de Misiones.

Posadas 146 km, vamos lá ver o Rio Paraná, fronteira com o Paraguai.

Em Posadas, Rio Paraná

Ao fundo o Rio Paraná e Ponte Internacional Roque Gonzalez (Posadas-AR / Encarnacion-PY)

Antiga estação ferroviária

Visitamos as reduções jesuíticas guarani de Santa Ana, Loretto e San Ignacio Miní, onde assistimos ao Espectaculo Imagem y Sonido, pelo valor de $ 130.

O que podemos dizer, é que essa viagem foi muito boa para vermos uma realidade diferente da nossa, passamos por lugares cheios de história e dessa forma podemos nos entender melhor. Com certeza, nunca esqueceremos deste passeio.

Quanto à moto, se comportou muito bem. Utilizamos um óleo sintético, o que possibilitou fazer toda a viagem sem necessidade de troca. Apesar de levar ferramentas e reparadores de pneu, nenhum deles foi necessário.

Agora é planejar o próximo desafio!


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