Olá amigos, venho por meio deste maravilhoso site, que aumenta ainda mais nossa paixão pelas duas rodas, comentar sobre a viagem de moto que fiz este mês com a esposa (Kátia) na Valentina, nossa Yamaha Fazer 250 ano 2011 até Morretes (PR) para conhecer a Estrada da Graciosa.
Cerca de duas semanas antes da partida fizemos um pequeno, porém necessário planejamento, estudando o trajeto de ida e volta, a previsão do tempo, definimos a bagagem a ser levada e providenciamos uma revisão geral da moto.
Levamos na moto o suporte de GPS, que ficou pelo caminho nos primeiros 40 quilômetros de viagem rssss. Mas isso eu explico mais tarde.
Bagagem amarrada, tanque cheio e pneus calibrados um dia antes da partida para não perdermos tempo. Enfim, tudo certo. Deitamos cedo com o propósito de descansar bem, porém, a ansiedade falou mais alto e quase não conseguimos dormir. Pensei até em sair de casa meia noite, mas como a iluminação nas estradas nem sempre e tão boa, desistimos e, após conseguir dormir um pouco (bem pouco), às 4h20 lá estávamos nós acessando a Via Anchieta, que fica bem próximo à nossa casa.
A temperatura estava agradável, fazia 24 graus às 4h20 da manhã. Nossa descida de serra foi tranquila, apenas com alguns caminhões e poucos carros.
Quanto ao suporte de GPS, estava muito pra baixo, fui ajeitar e ele se desprendeu do guidão, caindo na rodovia. Passou perto da minha mão direita. Tirei a mão do acelerador e quase consegui pegá-lo (mas só quase) rsss. Felizmente ainda não estava com o celular, então o prejuízo foi muito menor. Ufa.
Às 6h10 já tínhamos passado por Peruíbe, no litoral de São Paulo. Estávamos quase em Itariri quando o sol começou a nascer, nos proporcionando um amanhecer muito bonito. Paramos um pouco para a primeira pausa, esticar as pernas e beber um pouco de água, após 130 km rodados. O tempo estava aberto e sem previsão de chuva.
Continuando viagem, não tínhamos pressa para percorrer nossos abençoados 431 km, então fomos em uma velocidade constante de 90 a 100 km/h, contemplando as belas paisagens que o caminho oferece.
Rodamos mais cerca de 90 km e paramos para um café da manhã. Aproveitamos para ir ao banheiro e verificar a bagagem na Valentina. Como instalei um alforje lateral para levar a bagagem, mas não coloquei o afastador, o alforje ficou um pouco pra baixo e o lado esquerdo pegou na roda e rasgou um pouco (por sorte, pouca coisa), então peguei uma cordinha de elástico e amarrei melhor a bagagem. Fico bom.
Seguimos tranquilos, na velocidade limite e com bastante atenção.
Por volta das 8h acessamos uma das maiores rodovias em extensão do nosso querido e bonito Brasil, a BR-116, que naquele trecho é chamada de Rodovia Regis Bitencourt. Muitas carretas e caminhões dividiam a pista, que era duplicada. Que eu me lembro, o caminho todo que percorremos. Por sinal, uma boa pista. Apenas com alguns buracos, que em muitos trechos estão sendo tampados.
Às 10h já estávamos cruzando a divisa dos estados de São Paulo com o Paraná. Paramos para bater uma foto, descansar e hidratar um pouco. Logo parou uma Ténéré 250 e um casal com o mesmo propósito de tirar uma foto da placa e descansar um pouco. Nos cumprimentamos (união que o motociclismo proporciona) e seguimos viagem.
Às 11h30 chegamos ao começo da Estrada da Graciosa e, claro, parada obrigatória para fotos.
Encostamos em um quiosque para tomar água de coco bem gelada (o calor era grande) e avisar os familiares que chegamos bem. Depois iniciamos a descida da famosa Graciosa (oooo serra maravilhosa).
A estrada é de pista simples e de paralelepípedos, que quando chove, acredito, fica bem escorregadia. Como o dia não estava chuvoso, a descida foi tranquila. A garupatroa ficou encantada com a serra e eu também, claro. Muito verde, quedas d’água, flores parecendo buquês gigantes e alguns mirantes para comtemplar a paisagem e tirar fotos. Os passarinhos esbanjam alegria em meio à mata fechada e cantam bonito. Alguns quiosques ao longo da serra, que serviam pastéis, água de coco, caldo de cana, entre outros. Como já tínhamos comido um pastel minutos antes, resolvemos não parar no quiosque e voltar depois. Só fizemos mais uma parada próximo a uma ponte de ferro onde fica uma bonita cachoeira para comtemplar a paisagem. Depois seguimos em busca da pousada que tínhamos reservado.
O calor estava aumentando cada vez mais. Continuamos a descida pela Graciosa, passamos o acesso para Morretes e continuamos mantendo à esquerda, já que a pousada não ficava no centro e sim na própria Graciosa. Pousada que indico, simples, porém muito limpa e organizada: Cabanas do Curupira, no quilômetro 29,5 da Estrada da Graciosa.
Encontramos a pousada, conversamos um pouco com o filho do dono, que nos recebeu, e fomos descansar um pouco. Levamos a bagagem para o quarto e deixamos apenas o baú traseiro na moto, para os passeios por Morretes.
Após um bom banho e umas 2 horas de descanso, era hora de conhecer a cidade. Pegamos a Valentina, que esqueci de relatar, já estava com gasolina que tinha abastecido na Régis Bitencourt, e seguimos para Morretes, mas não tiramos fotos no centro. Esquecemos.
Fizemos moto turismo pela cidade, que por sinal é muito bonita, e fomos procurar um restaurante para almoçar. Como já estava um pouco tarde, por volta das 3h30, os restaurantes já estavam fechando, então que tal apelar para um lanche? Uma senhora, que já estava fechando seu restaurante, nos indicou uma lanchonete, ali próximo. Então fomos lá. Pedimos um lanche pra cada e uma bela cerveja enquanto o lanche não ficava pronto. A fome era grande, não tínhamos almoçado, só beliscando coisas leves ao longo do percurso. Mais um lanche pra cada e mais uma gelada pra comemorar a nossa chegada ao destino.
Quando íamos embora, a chuva caiu com forca, então permanecemos mais uns minutos para esperar a chuva parar, ou pelo menos diminuir. Em frente à lanchonete tinha um supermercado. Fomos até lá e compramos alguns alimentos: suco, pães e cerveja, caso quiséssemos comer e beber algo durante a noite na pousada. De dia não haveria muita necessidade, já que o café estava incluso na estadia por R$ 140 e almoçávamos na cidade ou em outro local.
Fizemos nossa pequena compra, colocamos no baú da moto e seguimos para a pousada, que ficava a uns 8 km de distância do centro. Acesso fácil por rodovia asfaltada, bem tranquilo, mas chegamos molhados. Então, banho e descanso, porque o dia seguinte seria cheio de passeios e lugares novos para desbravar.
Acordamos por volta das 7h e fomos tomar café às 8h, horário que iniciaria o serviço até às 10h. Assim que sentamos para o café o dono da pousada veio até nós, deu as boas vindas, se apresentou e conversou um pouco com a gente, nos falando sobre os lugares turísticos da região. Ao ouvir sobre as paisagens e cachoeiras, a ansiedade só aumentava.
Café tomado, separamos duas garrafinhas de água, colocamos no baú da moto (nosso porta malas kkk) e seguimos sentido Antonina, cidade vizinha a Morretes, distante 7 km da pousada onde estávamos.
Tinha pesquisado antes da viagem um lugar chamado Ponta da Pita em Antonina, que parecia ser muito bonito. Pedimos informações a moradores do local e fomos até lá. Ponta da Pita ficava a 13 km da pousada. Local de praia que se junta com o rio. Cheiro de mar com aparência de rio, muito bacana. Como ainda era cedo, por volta das 10h30, muitos quiosques ainda estavam fechados, talvez abririam mais tarde. Ficamos por lá conhecendo um pouco do local, tiramos algumas fotos e a Kátia até arrumou um balanço para brincar, relembrando a infância.
Por volta das 12h fazia bastante calor, 35 graus mais ou menos (eitaaa calorrrr nosso querido Paraná). Subimos na Valentina e fomos sentido Morretes novamente, em busca de algum lugar para nos refrescar. Pegamos a rodovia que liga Antonina a Morretes e mantivemos a direita para acessar a Estrada da Graciosa. Após 28 km chegamos à ponte de ferro, aquela que paramos no dia da chegada pra fotos, mas dessa vez seria para um refrescante mergulho.
Local muito agradável, com lugar pra banho, quiosque que vende pastéis e lanches. Tinha também quiosques com churrasqueiras que ficavam ao ar livre, disponíveis para qualquer morador da região e turistas de onde quer que seja.
Entramos na água e ficamos um bom tempo dando bons mergulhos. Depois pegamos a moto e seguimos para uma cachoeira, mais pra baixo que a garupatroa tinha visto e me avisou. Essa é a vantagem de andar com garupa rsss. Quando você não vê algo interessante porque está concentrado na estrada, a garupa pode ver.
Paramos a Valentina em uma portaria em frente à cachoeira e perguntamos a um rapaz que cortava a grama do local como funcionava para acessar. Ele nos informou que era cobrado um valor de R$ 20 para deixar a moto estacionada até o fim da tarde e podendo utilizar o banheiro. Mas se almoçássemos no restaurante, o valor não seria cobrado. Foi o que fizemos, já que o estômago já estava nas costas. Aproveitamos para conhecer o prato típico da Cidade, o barreado, que é acompanhado por um pirão bem saboroso.
Almoçamos com uma gelada nos acompanhando e depois fomos para a cachoeira. Demos um tempo na sombra para não entrar na água de barriga cheia e logo caímos pra água novamente (só assim pra amenizar o calor de 36 graus). Depois de alguns mergulhos na cachoeira, que tinha dois laguinhos bacanas, no fim da tarde retornamos para a pousada.
Nas Cabanas do Curupira tem uma rede e uma mesa com cadeiras em uma pequena sacada. Muito bacana para ficar lá fora a noite, só não pode esquecer de passar repelente. Como a Kátia já tinha levado algumas picadas, preferiu ficar dentro do quarto. Eu passei um pouco de repelente e fiquei do lado de fora, bebendo uma merecida cerveja gelada. Afinal, não iria mais dirigir, então pude ficar tranquilo.
Por volta das 22h30 o repelente que passei não estava mais fazendo efeito e as picadas começaram a surgir, então fui pra dentro dormir.
No dia seguinte não foi diferente, Café da manhã às 8h, água gelada no baú da moto, roupa de banho por baixo da roupa e seguimos para conhecer a cachoeira do Jajá, que fica em Morretes sentido Florianópolis, via BR-277. Não sabíamos ao certo o caminho, mas nos informamos um pouco antes com um frentista e colocamos o endereço no GPS. Você (leitor) deve estar se perguntando, mas o suporte do GPS não tinha sido perdido? Sim, mas a garupatroa, mais uma vez em ação, segurou o celular na mão para ir vendo o endereço.
Rodamos aproximadamente 35 km e chegamos à cachoeira. Pedimos informação em um restaurante em frente e uma senhora nos informou que era lá mesmo. Deixamos a motoca em um estacionamento grande e descemos por uma escada com caminhada curta de uns 3 minutos (ufa! rsss) até a cachoeira, que por sinal é uma mais bonitas que já fomos na nossa vida. Um poço grande para banho e uma queda de água bem bonita. Kátia também gostou bastante.
Ficamos lá entre mergulhos e conversas com outras pessoas que conhecemos até 1h30, então subimos a escadaria e fomos conhecer a segunda queda. Uns 5 minutos de caminhada que requer muita atenção devido às pedras escorregadias, pois tem muito lodo. Ficamos por lá uns 20 minutos e descemos para almoçar. A fome já era grande naquele horário.
Almoçamos no restaurante que fica no estacionamento onde a motoca estava. Colocamos o tênis, passamos um pouco de protetor solar e rumamos para a pousada. Mais 35 km de volta. Sem problemas, já que estávamos alimentados e descansamos um pouco no restaurante.
Fizemos o retorno sem pressa, comtemplando as belas paisagens que a BR-277 nos oferecia. Rodovia de pista duplicada e ótimo asfalto.
Fomos até o centro de Morretes para tirar dinheiro e abastecer a Valentina, para deixar pronta para o retorno a São Paulo no dia seguinte. Aproveitei para calibrar os pneus. Depois seguimos para a pousada.
Mas o que fazer na pousada às 4h da tarde? Então partimos para ponte de ferro na Graciosa novamente. Mais 16 quilômetros. Ainda bem que a moto e econômica rsss.
O calor era muito forte e o suor escorria pelo capacete. Como a Graciosa é repleta de arvores, o calor diminuiu um pouco. Paramos em um quiosque próximo à ponte de ferro e logo um rapaz (motociclista) que estava em uma Ténéré 250 puxou assunto. – Vem de onde? E eu respondo – Do ABC paulista. – A bacana. – E você? E ele responde: – Curitiba. Disse que já conhecia o local e então conversamos um pouco (sobre motos e viagens, claro kkkkk).
Me despedi do recente amigo que o motociclismo nos proporciona e fomos até o quiosque. Pegamos uma água de coco pra cada e ficamos por ali alguns minutos. Depois descemos por um acesso e entramos na cachoeira novamente. Ficamos por lá uma meia hora e então começou a trovejar e ventar um pouco. Achamos perigoso ficar na água naquelas condições e saímos. Fomos até a moto, colocamos a roupa e seguimos para a pousada. Um pouco tristes por saber que se tratava do último dia naquele lugar maravilhoso, mas felizes por termos visitado novos lugares de belezas indescritíveis.
Em poucos minutos percorremos os 16 km com chuva, vento e trovões que nos acompanhou pelo percurso. Chegamos à pousada, descansamos um pouco e era hora de arrumar a bagagem, no dia seguinte sairíamos as 5h30 para o retorno a São Paulo. Fui até a cabana onde mora o responsável pela pousada para fazer o pagamento dos 50% que faltavam e ele me aconselhou a subir a Graciosa às 6h, já que a serra não tem iluminação. Seria mais bonito e mais seguro. Então foi o que fizemos, deixei o alforje lateral montado na motoca e o restante da bagagem praticamente todo arrumado na mochila que iria no baú traseiro, para acordar tranquilo com praticamente tudo arrumado.
Acordamos no dia seguinte às 4h40 sem despertador (ansiedade até para ir embora, ninguém merece rsss). Comemos um pão que tínhamos comprado na véspera e uma Coca-Cola. Guardamos a mochila no baú e iniciamos o retorno para casa.
Saímos de lá às 6h10 com o dia ainda escuro e após uns 7 km subindo a Estrada da Graciosa, o sol deu o ar da graça. As montanhas apareceram no fundo, é claro. Parada pra fotos de recordação. Após algumas fotos, seguimos viagem. Subimos a Serra da Graciosa devagar e com poucos veículos. Chegando à Régis Bitencourt, a neblina fechou e uma pequena garoa, que fez com que eu enxergasse só uns 15 metros à frente. Segui dessa forma por uns 20 quilômetros e então o sol voltou a surgir, clareando a estrada e mandando embora a neblina.
Rodamos cerca de 80 km e fizemos nossa primeira parada para um café da manhã. Depois rodamos por mais mais 100 km e mais uma breve parada para esticar as pernas e beber um pouco de água. Mais à frente o calor começou a pegar, então paramos para um suco de açaí (Guaraviton) e comer uma das barrinhas de cereal que levamos para comer tanto na ida quanto na volta, para ir beliscando algo ao invés de almoçar, que pode pesar no estomago e desanimar um pouco a viagem.
Paramos também para abastecer e verificar a bagagem.
Acessamos a BR-101 para retornar via litoral (mesmo caminho da ida). Em Mongaguá fizemos mais uma breve parada para um rápido lanche e passar um pouco de protetor solar. O calor era grande, em torno dos 35 graus. Pegamos a Via Anchieta. Devido ao cansaço acumulado ao longo da viagem, as costas e a bunda pediam descanso, então fizemos nossa última parada no meio da serra (Anchieta) para esticar as pernas e um tomar um gole de água. Continuamos em direção à nossa casa, mas antes de chegar, paramos no Recanto do Mineiro para almoçar e comemorar nossa aventura.
Chegamos em casa por volta das 4h30, já com vontade de voltar pra lá no dia seguinte kkkk.
Agora o planejamento é para a próxima viagem, para Foz do Iguaçu (sem data definida ainda).
Nossos corações estavam felizes pelo que vimos de bonito ao longo dessa empreitada. Uma enorme gratidão a Deus, que nos protegeu durante nossa viagem. Agradecemos também aos parentes e amigos que nos acompanharam (via internet). Obrigado Kátia (garupatroa) e Valentina (motoca).
Forte moto abraço a todos os motociclistas viajantes e aqueles que ainda não rodam, mas que estão planejando para fazer parte do incrível mundo das duas rodas.
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