Para aproveitar o feriado de Tiradentes, eu e mais cinco amigos decidimos pegar estrada rumo à Serra do rio do Rastro, passando também pelo Rastro da Serpente e o litoral de Santa Catarina.
Saímos de Jacareí, interior de São paulo, no dia 21 de Abril em seis motos: Eu com minha Shadow 750, Heleno com sua midnight preta, Willian com a midnight azul, Plinio com uma NC700, Wendel e João em duas XRE 300.
Saímos cedo para cruzar São Paulo e pegar a rodovia Castelo Branco sentido Sorocaba, aonde iríamos descer em direção ao rastro da serpente. Apesar do estresse da capital, a estrada estava boa e o dia perfeito pra rodar de moto.
Já na Castelo Branco encontramos muitos motociclistas na estrada e nos postos, todo mundo aproveitando o feriado pra rodar. E assim foi o resto do dia.
Passamos por Sorocaba sentido Capão Bonito, onde começa o Rastro da Serpente com suas inúmeras curvas, e onde fica o famoso bar/portal.
Estrada muito legal para brincar com as motos e a vista muito bonita, porém demos azar porque havia alguns trechos em reforma, em terra, e também com o sistema de pare e siga em alguns pontos, fora o trânsito intenso de caminhões devido às obras.
Chegamos a Apiaí e íamos fazer uma parada para um lanche quando um dos nossos companheiros, o Heleno, ao estacionar a moto, sofreu um acidente e a moto caiu sobre sua perna. Depois de muita insistência, levamos ele até um hospital próximo e foi constatada uma fratura na perna esquerda. Ficamos bastante tempo esperando o guincho para buscar a moto e ele para voltar para casa. Nesse tempo, depois de muita conversa com o grupo, com dor no coração, resolvemos continuar a viagem sem o companheiro. Infelizmente estamos todos sujeitos a isso.
Voltamos para a estrada já escurecendo e conseguimos viajar até Ribeira para procurar um lugar para dormir.
No dia seguinte acordamos cedo para rodar o máximo possível e recuperar o tempo perdido no dia anterior. Sem muitas paradas, passamos por Curitiba e pegamos a BR 116 sentido Lages (SC). Nada muito interessante além da estrada. O clima estava meio estranho por ter um a menos no grupo, mas continuamos firmes a viagem.
Chegamos a Lages quando uma chuva despencou sobre nós. De Lages até São Joaquim pegamos uma estrada ruim e em reforma. Não tinha sinalização e com vários desníveis. A chuva não deixava enxergar quase nada na estrada e o frio apertava. Sem lugar pra parar, fomos direto até o primeiro posto que achamos.
Chegamos a São Joaquim ensopados e tremendo de frio. Achamos uma pousada com um único quarto pra nós cinco, pois não tinha mais nada disponível. Sem frescura, pegamos um secador de cabelo para tentar secar as roupas. Depois de um passeio pela cidade, apagamos.
No dia seguinte, o tão esperado momento de percorrer a Serra do Rio do Rastro. Saímos sentido Serra com um grupo grande de motociclistas que também estavam na cidade. Depois da chuva, achamos que não iríamos conseguir ver nada da paisagem, porém o tempo abriu e ficou um dia lindo. Chegamos ao mirante bem cedo para apreciar o visual maravilhoso do lugar. Ele ainda estava vazio. Enquanto comprávamos patches, o lugar encheu de motociclistas de todos os cantos do Brasil. Ficamos por lá mais um tempo e descemos as muitas curvas de quase 180°. O lugar é fantástico!
Paramos para abastecer em Lauro Muller e encontramos um senhor de uns sessenta e tantos anos em uma GS650. Começamos a conversar, ele estava há três dias andando de moto pela região, sozinho, e estava indo para casa em Garuva (SC), então se uniu ao grupo e seguimos o dia todo juntos. Passamos por todo o litoral de Santa Catarina. Um visual lindo, cidades lindas e estradas muito boas. Chegamos a Garuva quando já era noite. O senhor era dono de uma pousada muito legal e então passamos a noite no lugar.
No último dia de viagem pegamos as motos e fomos sentido São Paulo, sem muito para ver, só rodar. Pegamos um trânsito travado até descobrirmos um caminhão tombado na rodovia. Fizemos um desvio e seguimos com a estrada completamente livre, só pra nós. Passamos pelo caos da capital e a sensação de estar em casa já se fazia presente. Chegamos a Jacareí à tarde, todos cansados, porém felizes por termos completado a viagem.
No total foram 2.350 km rodados, com alguns problemas pelo caminho, mas uma ótima viagem, com certeza, e muita historia pra contar.
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