Saí de São Paulo capital, por volta das 7 horas da manhã do dia 15 de Fevereiro de 2015, um domingo de carnaval, com destino a Búzios no Rio de Janeiro. Mas para entender o porquê dessa viagem, vamos voltar no tempo quatro meses antes, quando ela foi desenhada pela vida, mas principalmente, uma recompensa por boas ações.
Eu estava na Avenida Vidal Brasil, prestes a entrar na Marginal Pinheiros em São Paulo, saindo de uma aula, quando avistei uma Kawasaki KLR 650cc, dessas que não tem no Brasil. E ainda por cima toda pintada de preto. Difícil de reconhecer. Curioso, fiquei olhando a moto pra tentar identificar qual era o modelo e como as bagagens estavam organizadas. Afinal, é sempre bom aprender com os outros. Foi então que o motoviarrrrrrero que estava sobre ela, reparou que eu estava com a mesma cara que um senhor de idade sem óculos faz, ao tentar ler letras minúsculas… Ele fez um sinal com as mãos para mim de que estava tudo OK.
Respondi fazendo um sinal para ele vir até onde eu estava, já que não tinha como eu voltar na mão em que estávamos. Ao trocarmos alguns cumprimentos, e pelo que entendi das frases do que portunhablamos, ele estava com dificuldades para conseguir entrar em contato – por ter um telefone da Argentina – com seu amigo Fernando, também Argentino, mas que morava aqui em São Paulo.
Ao saber que o nome do amigo dele era Fernando, o mesmo nome do meu irmão, emprestei meu telefone para que ele conseguisse falar com seu amigo. Ele estava com um probleminha na suspensão e precisava achar seu amigo, que por sinal, tinha uma oficina de moto e iria lhe ajudar.
Perguntei se ele estava com fome. Ele disse que sim, tinha acabado de rodar de Curitiba até a capital Paulista.
Como obviamente me identifiquei com ele (longe da zona de conforto, de casa, perdido em um centro urbano como São Paulo e com fome…), sugeri irmos para onde estou morando para comermos algo, esperar seu amigo sair de um cliente e enquanto isso trocarmos experiências conversando sobre viagens de moto.
Foi tudo bem rápido, trocamos contato e nos despedimos.
Quatro meses depois nos falamos através do facebook e ele me convidou para ir conhecer Búzios, onde estava passando alguns meses trabalhando e vivendo.
Não pensei duas vezes.
Fui da cidade de São Paulo até Taubaté pela Rodovia Dutra. Então desci até Ubatuba, por onde continuei seguindo em direção ao norte pela Rodovia Rio Santos, até Trindade. Lá tomei uns banhos de mar, uns de chuva, e fiz um acampamento semi-aquático! Hahahaha.
Nunca comprem uma barraca no Extra!! Sério!! Haha. Mas aprendi me divertindo!
Enquanto as cidades ferviam com o carnaval, eu desmontava acampamento às 7 horas da manhã, feliz, montando tudo na parceira que fecha todas as minhas trips, a Yamaha XT 600.
Seguimos – a XT e eu – curtindo, vivendo e registrando tudo. Na segunda, 16 de Janeiro, fiz de Trindade até Búzios onde lá me encontraria com Los Hermanos. O Visual é realmente Indescritível. Sem dúvidas, o litoral brasileiro é abençoado!
No total foram 1800km rodados em três dias, com algumas breves paradas em praias, que por algum motivo, me chamavam a atenção.
Só uma pergunta: qual é a capital da Argentina?? Se você pensou em Buenos Aires ou La Plata, está totalmente equivocado(a): é Búzios meu amigo(a)! Nunca vi tanto Hermano em um só lugar!
E descobri que rivalidade é só no futebol mesmo. Fiquei em uma casa com sete argentinos. Tomamos muito “mate”, conhecemos juntos diversas praias que proporcionaram momentos memoráveis!
E eu era o único Brazuca em terras brasileiras. Vai vendo…
Mesmo estando em minoria absoluta, enchi o peito diversas vezes e afirmei – “não tem muito o que se discutir… somos muito melhores en la pelota e pronto!.” O que era motivo para algumas risadas e também caras feias! Hahaha
Resumindo
Foram três dias na estrada e mais três com os novos amigos, usufruindo e contemplando o que a região tem de melhor para oferecer.
Bastante contato com a natureza e reflexões sobre a relação do homem com o meio ambiente. Além é claro ter conhecido praias paradisíacas as quais mostrei no vídeo abaixo.
Espero que sempre possamos influenciar e contribuir para melhorar tudo aquilo que percebemos estar errado. Principalmente ao tratarmos de onde vivemos. Do nosso Planeta.
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