Vamos para o Jalapão?” Disse meu amigo Avê. – É muito longe? – Não, é pertinho, logo aí. (depois de mais de 18 anos participando como apoio do Rally dos Sertões, é pertinho para ele)
Como não tinha planejado nada para o final de ano, resolvemos ir com a família. 2000 km de ida de caminhão levando as motos,
2 dias de viagem e chegamos a Ponte Alto. Eu estava achando que chegamos ao nosso destino, mas agora que começava a aventura de 400km.
Descarregamos a minha moto, dos meus filhos, 2 Kawasaki KX 65 (isto mesmo, 65 cilindradas, 2 tempos). E as motos que o Avê usa para os passeios pelo Jalapão, Kawasaki KLX 450.
Começamos o passeio no dia seguinte, rodando 50km de estrada com muito cascalho e pedras, até um rio pequeno, para a primeira parada, abastecimento e um lanche. As mulheres estavam na pickup levando os mantimentos e combustíveis. Depois de meia hora, voltamos para a estrada para mais 70km até a nossa primeira parada: Rio Novo. Um rio grande com corredeiras cristalinas. Armamos nosso acampamento para passar a noite. Tinha uma prainha onde pudemos brincar com as crianças, pescando e soltando os peixes. Eram tantos que até mordiam os pés, tirando a pele escamada.
No dia seguinte, nosso destino seria Mateiros. Mas antes, paramos nas Dunas do Jalapão, um lugar protegido e bonito, indescritível. Um rio passa em uma duna fina na cor amarela, muito frágil na minha opinião, acertaram em proteger esse patrimônio natural.
Depois, continuamos nossa aventura, e aí começaram os problemas… Estava com a moto 2 tempos e andando com os meninos na média de 40 a 50 km/h. A minha moto parou de funcionar. Já imaginando que a vela tinha encharcado, tirei a vela, limpei bem e coloquei de volta. Continuamos a viagem, mas depois de 40km, faltando pouco para chegar em Mateiros, começou a falhar de novo. Como era o último do grupo, meu filho mais novo não me viu parando e continuou a viagem com o Avê. Começou uma chuva de verão, com raios, vento, trovoadas e chuva de granizo. Resolvi esperar, pois se tirasse a vela e caísse água no motor, ficaria mais complicado. Meu filho continuou andando com o Avê, na chuva, caiu no barro e começou a chorar. O Avê escondeu a moto dele e o levou na garupa até a pousada, onde o pessoal estava esperando. Depois, pegou a pickup para buscar a moto.
Enquanto esperava a chuva passar, observei a imensidão do deserto mais verde do mundo. Um tatu apareceu na minha frente, andando calmamente para cruzar a estrada.
Quando a chuva parou, consegui consertar a moto e continuei. Encontrei com o Avê, que vinha na pickup. Carregamos a moto e o menino e fomos até a pousada. E que pousada, parecia um oasis no deserto.
Resolvemos passar os dias seguintes em Mateiros para conhecer as cachoeiras e fervedouros do jalapão, que é uma nascente onde você não consegue afundar. Não dá para descrever a sensação, só indo ver, vale muito a pena.
Na volta, conversei com os meninos para eles irem no carro, imaginando que estavam cansados, pois eram mais de 200 km de estrada. Que cansados nada, eles queriam voltar de moto.
Depois de muito cascalho, areia, estradas longas e 5 horas rodando, conseguimos chegar em Ponte Alto, cansados, mas com um grande sorriso de satisfação.
Quem quiser conhecer o Jalapão de moto, fale com o Avê, pois ele faz passeios com as motos off-road, ideais para andar nas estradas do jalapão: www.expedicaojalapao.com.br
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