Não há poeira, asfalto esburacado, dunas, sol quente, costelas em estradas de terra ou bolsões de areia que desanimem o espírito aventureiro de Alexandre Guimarães, o Xandão, 32. No mês passado, o motociclista pegou sua Lander de 250 cc e partiu de Belo Horizonte rumo às belezas do Jalapão, na região do Estado do Tocantins, um dos principais roteiros de ecoturismo e turismo de aventura do Norte brasileiro.
Xandão é acostumado a desafios. De bicicleta, em 2008, enfrentou 630 km de Ouro Preto a Paraty (RJ). De moto, foi até os Lençóis Maranhenses, percorrendo, em dois meses, 6.700 km no início deste ano. Em 80 dias de mochilão, em 2009, passou por quatro países sul-americanos e conheceu a Amazônia.
Desta vez, o Jalapão o seduziu. Ao lado dos amigos Arthur Colini, Daniel Peroni e Samuel Peroni (os dois último voltaram na metade do caminho por problemas pessoais), Xandão enfrentou mais de 4.000 km para conhecer as famosas dunas e cachoeiras, além das peculiaridades locais.
No Parque Estadual do Jalapão, o povoado do Mumbuca reúne descendentes de escravos, que transformam o capim dourado em peças de artesanato. “Para as crianças, levamos balas, bombons e pirulitos. Foi uma festa”, conta Xandão, em gesto de retribuição.
Habilidades
O percurso do Jalapão não foi fácil. Entre pausas para descanso e acampamentos, era preciso muita força nas pernas e braços para não ficar pelo caminho. Histórias de atoleiros não faltaram. As dores nas costas e a temperatura alta também se juntaram às dificuldades.
Acostumado a viagens desde criança, Xandão, que não concluiu a graduação em Turismo, trabalha com o pai, dono de restaurantes. A próxima aventura será em 2012, quando encara a Transamazônica, rodovia faraônica que corta sete Estados, inaugurada na década de 1970, e que, em grande parte, não é pavimentada.
Em percurso desconhecido, vale GPS e consulta à internet
Xandão e os amigos não precisaram de GPS porque estudaram bem o percurso. Mas para quem não conhece o trajeto, a dica é procurar na internet os chamados tracklogs, que são as marcações de alguém que passou por um trajeto pouco conhecido.
“Se você tiver o GPS e não tiver os tracklogs, não adianta nada porque não tem no satélite os trechos que você está fazendo. E, se tiver, pode estar errado. É melhor perguntar a pessoas que já foram”, sugeriu Xandão.
A areia pode ser a grande vilã de uma aventura para o Jalapão. Por isso, é sempre bom diminuir a velocidade da motocicleta para evitar acidentes. “Em um trecho desse, que não tem resgate, não tem carro de apoio, é bem viável você estar em velocidade menor”, recomenda Xandão, sem acidentes na aventura. (TN)
Equipamentos essenciais
Capacete, calça com proteção nos joelhos, jaqueta com proteção nos ombros, cotovelo e costas, luva, viseira escura, bota de cano alto, balaclava, relógio, óculos escuros.Na moto. Mala tanque (para colocar objetos, como máquina fotográfica e mapas), alforge, bauleto, galão, ferramentas.
Camping
Lanterna, saco de dormir, barraca, colchão inflável, utensílios.
Alimentação
Água, mel, hidrotônico, rapadura, atum, macarrão instantâneo, pão, biscoitos, salame italiano, queijo, castanhas, frutas secas, cereal, banana, uva passas, granola, chocolate, salsicha, sopão.
Higiene
Escova e pasta de dentes, protetor solar, papel higiênico, repelente, xampu, hidratante, desodorante, remédios, kit de primeiros socorros, creme para assaduras, pomada para picada de insetos.
Artigo enviado por Alexandre Henrique Guimarães, autor do blog, Xandão na Estrada.
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