Eu e minha Bros de São Paulo ao Ceará

Você talvez reconheça essa moto das fotos. É minha Honda Bros 160cc ano 2017. Ela já apareceu aqui no Viagem de Moto, numa aventura até o Deserto do Atacama. E porque é que estou te contando isso? Pois essas duas viagens estão “interligadas”.

Essa viagem de moto pelo Nordeste estava programada para janeiro de 2019, mas por alguns problemas fui obrigado a adiá-la, sem data definida. Dois meses se passaram e lá estava eu chegando ao Pacífico, depois de cruzar o Atacama. Foi uma viagem incrível e inesquecível, mas assim que voltei, a ida ao nordeste voltou a martelar minha cabeça.

Depois de alguns meses de programação e busca por recursos, lá estava eu novamente na estrada, dessa vez SOZINHO e para a MAIOR VIAGEM QUE JÁ FIZ ATÉ HOJE… Eram muitos os objetivos dessa aventura e alguns deles eram o encontro com amigos e parentes por boa parte do trajeto.

Saí de São Paulo (capital) no final de outubro de 2019, sentido Belo Horizonte, Minas Gerais. Quando as pessoas veem o mapa acham que foi preconceito com o Rio de Janeiro, mas o desvio foi para visitar meus pais que moram a 630 km de distância e infelizmente não posso vê-los com a frequência que gostaria. Dito e feito. Cheguei à casa dos meus pais já no início da noite e permaneci lá no dia seguinte, curtindo uma bela comida mineira e o afago dos coroas. Estrada (Fernão Dias) sem novidade pois conheço como a palma da mão.

No 3º dia parti em direção a Vitória no Espírito Santo. Bastante frio nas Serras Capixabas, mas cheguei. Lá me encontrei com um colega de faculdade. Mariocas. Grande amigo. Curtimos uma praia, jantamos e dormi pra seguir cedo no dia seguinte.

No 4º dia o destino era Porto Seguro na casa de outro amigo. Dessa vez um amigo ainda do colégio. Grande Carlitos. Ainda na saída bateu saudade do Atacama quando vi na Ponte que atravessa de Vila Velha pra Vitória uma placa de um coqueiro de lado, que significa para ter cuidado com os ventos. A estrada estava bem melhor do que quando ia pra Bahia na adolescência. E Porto Seguro, como sempre, linda. Chovendo, ficamos em casa colocando o papo em dia. O jantar essa noite foi pizza. Uma delícia.

O destino do 5º dia era a Península de Maraú na casa do meu irmão mais velho. Depois de muita chuva e alguns erros no caminho, cheguei à temida e péssima estrada de Barra Grande. Muita terra, buracos e um longo trecho de areia fofa. Com o coração quase saindo pela boca, cheguei assustado. Um ano antes eu tinha ido de carro e prometido que voltaria com minha moto, mas não imaginei que passaria tanto medo. KKKKK. O jantar foi um belíssimo Sanduba regado a Bacon. Heheheh.

Por lá permaneci no 6º dia, num trabalho ambiental de limpeza das praias pois foi a época em que houve o desastre com o óleo no litoral do nordeste.

No 7º dia, parti meio sem destino. Cheguei a Salvador pelo Ferry e consegui pilotar até Praia do Forte, ainda na Bahia. Pensa num estado GRANDE!!!! Primeira pousada/hotel da viagem. Sem novidades, além de um vizinho de quarto que se divertiu bastante com sua namorada/esposa. KKKKKKKK

Assim que acordei fui logo pra estrada, pois esse seria o trecho mais longo a ser percorrido em um único dia. Foram aproximadamente 730 km. Não que seja uma distância absurda, afinal cheguei a rodar quase 1200 km no primeiro dia da viagem ao Atacama. Mas dessa vez era no Nordeste e o destino, Recife. Cruzei os estados de Sergipe e Alagoas e cheguei a Pernambuco já de noite. Lá fiquei na casa do Renan, um grande amigo que fiz quando morei por lá em 2014. Fizemos um belo passeio pelo centro velho, ao som de Nação Zumbi e jantamos uma bela Pizza.

No 9º dia acordei cedo, troquei o óleo da motoca, cruzei a Paraíba e cheguei ao Rio Grande do Norte. Fiz uma parada no Marco Zero da BR-101 em Touros e segui pra São Miguel do Gostoso. Lá jantei um Sanduba chiquérrimo e dormi cedo quando vi pela internet uma pousada super barata em Canoa Quebrada, o destino final da viagem.

Acordei cedo e corri para o Ceará. O destino do 10º dia foi a tal pousada em Canoa Quebrada. Lá chegando, corri para as dunas pra ver o belíssimo pôr do sol. No dia seguinte permaneci em Canoa e andei pelos marcos e pontos turísticos da cidade como os letreiros (verdadeiro e falso) com nome e símbolo da cidade, a tal da Brodway e muito mais. Esse foi o último dia de “ida”. Era hora de voltar…

No 12º dia saí de Canoa sentido Natal para visitar o Maior Cajueiro do mundo. Por algum motivo, me perdi no sertão e saí próximo a Pipa. Já estava com saudade de casa e cansado da viagem. Não iria voltar nem @#&(%$#@. KKKKK. Fiquei em Pipa mesmo. Lugar maravilhoso diga-se de passagem. Lá tive um pequeno problema bancário. O Banco resolveu não deixar eu movimentar meu dinheiro. Com apenas alguns trocados no bolso, desespero sem saber até como pagar a pousada, tive que ficar algumas horas ao telefone com meu gerente. Problema resolvido, bora curtir a cidade.

De Pipa continuei na estrada no 13º dia. Passei pelas Dunas de Cacimbinhas. Vou ser bem sincero, é um dos lugares mais bonitos que já fui. Lindo demais. Depois fui ao Marco Zero da Transamazônica em Cabedelo e à Ponta do Seixas em João Pessoa, o ponto mais oriental do continente americano e consequentemente da parte continental do Brasil. Parei em Recife novamente, troquei o óleo da motoca e fiquei na casa do meu amigo Renan.

De Recife segui para Aracaju no 14º dia dessa longa aventura. Fiquei em um hotel e descansei bastante. Saí apenas pra padaria, comprei um lanche e voltei pra dormir cedo.

No 15º dia saí sem destino, passeando pela cidade e acabei parando em Itacaré, já na Bahia. Que lugar incrível. Pousada super legal, barata e a cidade é um encanto.

De lá segui novamente sem destino e cheguei a Nanuque em Minas Gerais. Parei pra comprar um lanche em um Supermercado Mineirão, que não via desde minha infância. Depois de hospedado, estiquei a corrente da moto e apaguei.

No 17º dia voltei à casa dos meus pais em Belo Horizonte, onde permaneci no dia seguinte, de novo só curtindo os mimos dos coroas. Encontrei o Rapunza, um grande amigo e grande músico.

No último dia, 19º dia de viagem, parti de Belo Horizonte pra minha casa em São Paulo, onde cheguei no início da noite.

No total foram 8038 km rodados por 10 estados do Sudeste e Nordeste Brasileiro. Felizmente, como todas as viagens que fiz até agora por 14 estados brasileiros, Chile, Argentina e Paraguai, nenhum problema. Esse é o benefício de fazer manutenções preventivas.

Se quiser ver o filme dessa aventura, prepare a pipoca e dá play no vídeo!!!

Para saber mais sobre a Viagem de Bros e Fan até o Deserto do Atacama, tecle aqui.


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