O motociclista italiano Massimiliano Perrella, de 33 anos, está realizando uma viagem de volta ao mundo com sua moto. Já percorreu mais de 60 mil quilômetros, passou por quatro continentes e 19 países. Atualmente ele encontra-se no Brasil, na cidade de Passo Fundo no Rio Grande do Sul e depois pretende seguir para Florianópolis em Santa Catarina.
Massi, como é chamado pelos amigos, vivia em uma pequena cidade chamada Termolli, de cerca de 30 mil habitantes e quase mil anos de história. Trabalhava como diretor comercial e também com publicidade, mas sentia que faltava algo em sua vida e sempre tinha o sonho de viajar de moto pelo mundo. “Ao final decidi largar o trabalho, vender o carro e sair. A principio, minha mãe falou que eu era louco, mas depois, quando meus pais viram que eu tinha cuidado, se tranquilizaram e hoje são meus fãs”, se diverte Massimiliano, que hoje mantém contato com a família pela internet.
A primeira etapa da viagem, que durou sete meses, foi com destino à Austrália. Depois de chegar ao destino, Massi voltou para Itália, onde trabalhou por dois anos para levantar os recursos que precisava e iniciou a segunda etapa de sua volta ao mundo de moto. Mandou a motocicleta Honda Africa Twin 750cc de navio e embarcou em um vôo para o Chile. Está há quatro meses percorrendo as estradas da América do Sul e há um mês está no Brasil.
O próximo destino deve ser Florianópolis, onde quer trabalhar para buscar novos recursos necessários para seguir a viagem, com destino a Ushuaia, na Patagônia. Depois ele planeja seguir pela América Central e América do Norte, encerrando a aventura no Alasca, e dando a primeira volta ao mundo.
“A motocicleta saiu da Austrália para o Chile de navio e eu vim de avião. Em alguns lugares estou só de passagem, em outros eu paro, moro alguns meses, trabalho e guardo dinheiro para viajar. A maioria do dinheiro é para manutenção da motocicleta, por que eu vivo com muito pouco. Quero terminar essa viagem no Alasca, encerrando a volta ao mundo. Depois eu não sei, pretendo continuar. Meu sonho é uma nova viagem pela África, mas é uma outra etapa”.
A hospedagem de Massimiliano em todos estes países, na maioria das vezes, é organizada por uma comunidade na internet, onde conhece pessoas que recebem hóspedes. Quando não consegue uma casa para dormir ele acampa. Entre os itens que carrega na moto encontra-se uma barraca.
O momento mais marcante da viagem, até o momento, segundo Massimiliano, foi a visita a um orfanato no Nepal.
“Eram 14 crianças no orfanato e foi o lugar mais lindo pelo qual passei, pela sensação vivida, pela relação entre nós. Foi o momento mais especial de toda a viagem”.
Massi é enfático ao dizer que o lugar onde foi melhor recebido durante toda a viagem foi o Irã. “Em todos fui bem recebido, mas em primeiro lugar está o Irã. Para eles, um hóspede está em segundo lugar, depois de Deus. Se eles te reconhecem na rua como um estrangeiro, um viajante, te convidam para visitar sua casa. É um país bastante fechado, mas que tem muita vontade de conviver. Falam que é um país perigoso, que há terroristas, mas são muito tranquilos, amigos”, enaltece o viajante, que fala portunhol muito bem e é fácil de compreender.
Fotos: arquivo pessoal
Fonte: wh3.com.br e www.australiatwin.it
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