Quero relatar para vocês, amigos viajantes, a pequena, porém satisfatória viagem de dois dias até Serra Negra com minha CG Titan 150, que apelidei de Negra Li, acompanhado de minha esposa Kátia, que me faz companhia em 95 por cento das minhas viagens de moto.
Cansado da rotina, do estresse e correria da nossa agitada São Paulo, resolvemos colocar a motoca na estrada para uma pequena viagem de dois dias, com o objetivo de fugir do cotidiano, admirar a natureza, ver belas paisagens e fazer novas amizades.
Antes de iniciar a viagem, deixamos reservada uma pousada distante cerca de 6 km do centro da cidade de Serra Negra.
Saímos de São Bernardo do campo, no ABC Paulista. Às 6h50 estávamos na rodovia Anchieta, que fica a uns 3 km de nossa casa. Corrente esticada, pneus calibrados, uma câmara de ar reserva, o tanque cheio, Deus no coração e pé na estrada.
O caminho seguiu tranquilo e sem chuva, com temperatura agradável, na casa de seus 17 graus pela manhã.
O trajeto incluiu Rodovia Anchieta, Av. dos Estados, Juntas Provisórias, Anhaia Melo e rodovia Fernão Dias, sentido Atibaia.
Após rodar por uns 100 km, fizemos uma pequena parada para esticar as pernas e beber um pouco de água. Depois seguimos para Monte Sião, pelo caminho que vai até socorro SP, que por sinal é um caminho bem interessante pro motociclismo, muito bonito.
Por volta das 10h da manhã do domingo, chegamos a Monte Sião (MG), cidade que fica na divisa com São Paulo. Por sinal, uma cidade bem cuidada e com uma pracinha bem estruturada pro turismo. Tomamos um café da manhã reforçado e fomos conhecer um pouco da cidade, que é muito conhecida pelo comércio de roupas, com preços bastante interessantes. Acabei comprando uma camiseta por apenas R$ 20 reais. Kátia optou por não levar nada dessa vez, até porque não tínhamos muito espaço na mochila para trazer muitas coisas.
Após conhecer um pouco da Cidade, tocamos até a pousada em Serra Negra. No caminho, passamos por Águas de Lindóia e Lindóia, onde paramos para algumas fotos no portal da cidade. Como estávamos só com dois dias disponíveis, não entramos para conhecer a cidade de Água de Lindóia, outro dia a gente retorna e conhece.
Próximo a Águas de Lindóia, paramos no posto de combustível e enchemos o tanque da Negra Li. Gasolina custando R$ 4,48 o litro, próximo ao valor que pago no APB Paulista.
Chegamos a Serra Negra por volta das 12h30, por um caminho bem off road, com subidas gigantescas de estrada de terra e cheio de pedras soltas. De moto CG 150, com piloto pesando 106 kg de barriga vazia kkk, garupa pesando 79,9 kg (se falar 80 quilos arrumo confusão kkk) e mais uns 15 quilos da mochila cheia de roupas e capas de chuva… Ô saudade da minha Honda Falcon 400, que subiria essas ladeiras sem nem reclamar.
Como estou trabalhando de moto atualmente, tive que optar por uma moto o mais econômica possível, então comprei a CG 150, que por sinal é uma ótima moto, mas para viagem acaba deixando um pouco a desejar no conforto, velocidade de cruzeiro e em subidas, mas tudo bem. No final da história o que vale a pena mesmo é a aventura vivida e os perrengues acabam sendo futuras histórias para filhos, netos e amigos.
Após muitas ladeiras (Jesuissss) chegamos à pousada, onde dormiríamos de um dia para o outro. Colocamos nossa bagagem no quarto e fomos nos refrescar na piscina da pousada e admirar a cachoeira que ficava ao lado da piscina com vista muito bonita lá de cima.
Pedimos umas cervejas para refrescar os pensamentos e uma porção para beliscar. No local tinha algumas mesas de madeira com sombra, lugar bem bacana pra relaxar da corrida rotina do dia a dia.
No final da tarde fomos para nosso quarto, descansar e optamos por não sair à noite. Se foi difícil chegar à hospedagem de dia, com tanta subida e pedras soltas, imagina de noite, levando em consideração que as ruas de terra não tinham sequer iluminação e nem sinal de celular. Uma queda por ali ou uma pane na moto não seria muito interessante. Melhor descansar.
E no dia seguinte acordamos bem, devido ao descanso prolongado, separamos uma garrafa com água e fomos até a cidade, com o objetivo de chegar até um mirante, conhecido como Alto da Serra. Mais subida por vir.
Colocamos o trajeto no Google Maps e fomos surpreendidos pelo erro de localização do aplicativo. Como ele nos guiou até a hospedagem, acabamos confiando e seguimos por ele, mas para o mirante o caminho estava errado e fomos parar em algumas chácaras de moradores locais, com subidas íngremes de terra, muito esburacadas. Ô lugar pra ter subidas kkk.
Garupatroa, teve por algumas vezes que descer da moto para que a Negra Li conseguisse subir. Foi bom para exercitar o esqueleto kkk.
Perguntamos a moradores locais que informaram para colocar no GPS o hotel São Mateus, que eu estaria bem próximo ao mirante. E quando estávamos bem próximos, já sabe, mais subidas.
Valeu a pena o esforço. O mirante foi uma das vistas mais bonitas que já vi nesses onze anos de motocadas por aí.
Estacionamos a motinha, que já estava cansada de tanta ladeira, e fomos contemplar aquela maravilhosa natureza, o tempo estava aberto e fazia sol. Encontramos uma moça que estava por lá também admirando a bela natureza, puxamos assunto e fizemos amizade ( coisas que o motociclismo proporciona). Ela estava também com uma CG Titan 150 e disse ser moradora de Serra Negra há alguns anos, mas por falta de serviço teve que deixar a cidade e ir morar em outra cidade maior a 120 km de lá (Não me lembro o nome da cidade).
Ela se chamava Aline, ou melhor ainda chama rsss, e estava em Serra Negra não só para passear, mas para visitar sua mãe que ainda mora por lá, segundo ela.
Ficamos cerca de uma hora por lá, nos despedimos de nossa amiga motociclista, tiramos algumas fotos de recordação, e descemos as ladeiras com cautela, tomando um certo cuidado na hora de apertar o freio da frente, para não levar nenhum tombo, já que machuca e estraga a moto.
Fomos sentido centro da Cidade. Chegando por lá, estacionamos a motoca e fomos refrescar a garganta com uma bela cerveja gelada em um barzinho que fica de frente para a praça principal. Saindo de lá fizemos uma volta pela cidade a pé, afim de conhecer um pouco do centro da cidade.
A fome apertou, e então encontrei uma placa que indicava, sefl service, incluído suco e sobremesa por R$ 11,99 (12 reais, porque não me devolveram meu 1 centavo de troco). Achei o preço bastante interessante e resolvemos entrar para conferir, não nos arrependemos. Comida saudável e tudo quente, variedade de pratos, saladas, sucos, água e sobremesas, tudo incluso. No ABC, infelizmente, não encontramos isso.
Bem alimentados até demais, era hora de retornar para o ABC. Tocamos até a hospedagem, uma ducha, uma pequena descansada, e nos despedimos do dono, Gustavo, que por sinal um rapaz cordial e receptivo.
Saímos de lá às 15h e após uns 40 minutos de estrada o tempo fechou. Parecia noite. Fizemos uma breve parada para beber uma água de côco e aproveitamos para colocar as capas de chuva. Caso ela viesse, não precisaria parar novamente.
A chuva caiu bem fraca e por uns 3 minutos, mas a pista estava toda molhada, provavelmente algum tempo atrás tinha chovido forte pela região. Fizemos mais duas paradas para descanso e beber um pouco de água, e às 7h da noite estávamos em casa, cansados da aventura, porém com uma enorme gratidão a Deus que nos abençoou a cada quilômetro rodado (e a cada subida que parecia parede kkk), com novas fotos para recordar no futuro, novas histórias para contar, novas paisagens guardadas na memória e novas amizades, algumas duradouras outras não.
Rodamos 437 km no total e não tivemos nenhum tipo de problema na moto, nem no percurso.
Forte moto abraço a todos os viajantes e aventureiros do nosso querido e bonito Brasil. Que Deus proteja nossas empreitadas.
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