60 dias sobre duas rodas para percorrer 10.000 km, sob sol e chuva, frio e calor, conhecendo e documentando a natureza e as pessoas, registrando e divulgando o que virem. Estes são os objetivos de três estudantes que, pilotando duas Suzuki Intruder de 125 cc, partiram de Foz do Iguaçu no Paraná em direção ao México, de onde pretendem atravessar o oceano para a “Ilha de Fidel”.
Alexandre Martins, 33, é de Rio Preto, SP e estuda Relações internacionais, Ary Neto tem 27 anos, é de Santo André, SP e estuda Antropologia, Renan Peixoto, 21, é de São Gonçalo, RJ e estuda Desenvolvimento Agrário. Eles são estudantes da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, têm histórias diferentes, mas compartilham a paixão pela motocicleta e uma ideologia que os levou a realizar esta viagem cujo objetivo é participar do Congresso Internacional de Ensino Superior que ocorrerá em Havana, Cuba, além de produzir um documentário com informações sobre as condições da educação pelos países que conhecerão.
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Brasil, Argentina, Chile, Peru, Equador, Colômbia, Panamá, Costa Rica, Nicarágua, El Salvador, Guatemala, Belize, México e Cuba são os países que pretendem percorrer durante a viagem, que iniciou no dia 15 de dezembro.
Os três venderam itens pessoais e trabalharam em empregos alternativos para juntar dinheiro para a viagem. Ary Neto, por exemplo, passou um tempo vendendo alfajor, enquanto Renan Peixoto trabalhou cortando grama. Alexandre vendeu seu carro. Isto para conseguiram o dinheiro para comprar as pequenas motos.
Muitas pessoas ajudaram os estudantes através de doações ou estão oferecendo abrigo durante a viagem. Quem puder também pode ajudar o trio, basta acessar o blog Motopangea – clique no nome do blog para acessá-lo -, e saber como ajudá-los a concluir o projeto (clique no desenho da vaquinha à direita). Apesar de já terem saído para a estrada ainda não conseguiram todo o recurso que precisam para a viagem.
Clique no link Postagem mais recente existente no fim da página à esquerda, para navegar no diário da viagem e acompanhar como está sendo o dia a dia desta aventura e conhecer alguns “perrengues” pelos quais eles já passaram.
Dois parágrafos extraídos do blog:
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“O Ary atualizou rapidinho o blog e leu uma matéria sobre a Unila publicada numa revista. Enquanto mendigamos dinheiro para pagar nosso combustível, a gasolina de alguns carros oficiais da universidade levam senhores a motéis. Senhores! Senhores! Sorrindo para a câmera sem saber que estamos vendo, chorando que dá pena quando sabem que estão em cena, sorrindo para as câmeras sem saber que são filmados, um dia o sol ainda vai nascer quadrado! Estão nas mangas dos Senhores Ministros, nas capas dos Senhores Magistrados, nas golas dos Senhores Deputados, nos fundilhos dos Senhores Vereadores, nas perucas dos Senhores Senadores. Senhores! Senhores! Senhores! Minha Senhora! Bandido! Corrupto. Senhores! Senhores! Enfim, enquanto nos fudemos para conseguir gasolina outros usam gasolina para fuder com o dinheiro público!”
Viajar de motoca é uma opção que evidencia o quanto é possível colocar os sentidos em contato veloz com o mundo natural. A sensação da viagem de dentro de um carro ou de um ônibus é sempre intermediada pela lataria protetora do meio de transporte. No caso da motocicleta, a relação é visceral. Direta. Por isso é tão intensa e pode ser tão fatal. Parece haver um amálgama entre a paisagem e o conjunto motocicleta-motociclista. Se faz frio, o corpo sente a temperatura em dobro. Se faz calor, o corpo frita e responde com caudalosos suores. Se venta, como foi o caso de hoje, o corpo pende, e a busca tensa por devolver o corpo à posição de equilíbrio gera uma sensação claustrofóbica em pleno espaço aberto, como se estivéssemos entre duas muralhas apertadas. Só a chuva ainda não se apresentou aos nossos sentidos. Mas já é esperada.
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