Com um pouco de insegurança, mas muita disposição, eu (João) e a Manu subimos na moto e as estradas rumo à capital da Argentina, Buenos Aires. Com um pouco de planejamento e duas semanas de tempo livre, a intenção era passar o Natal em Montevidéu e o fim de ano em Buenos Aires.
Como a moto é pequena, uma Honda CB Twister 250cc, tivemos que improvisar algumas coisas para ficarmos mais confortáveis durante a viagem. Para conseguir viajar por mais tempo, fizemos almofadas com espuma e tecido e prendemos no assento. Já para diminuir a vibração nos pés, que acontecia após algum tempo de viagem, costuramos espumas na sola das botas. E não poderiam faltar os equipamentos padrão como a balaclava, luvas, calças e jaquetas com proteção para queda.
Para a moto, levamos algumas ferramentas e vacinamos os pneus com aquele líquido selante de furos. Também levamos óleo para motor. Felizmente, não precisamos usar nada disso!
1º dia – de Guarapuava (PR) até São Sepé (RS):
Saímos bem cedo, lá pelas 5h e só paramos para tomar café, almoçar e algumas vezes para conferir no GPS do celular se estávamos no caminho certo. Mesmo assim, pegamos uma saída errada e tivemos que rodar 20 km em estrada de chão com muito barro.
Como a moto é uma Naked e tem pneus lisos, perdemos uma hora e com muita dificuldade chegamos ao asfalto de novo. Depois disso, começamos a prestar mais atenção nas placas.
Pegamos chuva logo após o almoço. No começo foi só garoa, mas depois foi forte até chegarmos ao hotel. Pensamos em parar, mas já estávamos muito molhados mesmo usando os forros impermeáveis da roupa, então seguimos viagem para chegar ao destino com o dia claro. Pousamos num hotel de beira de estrada.
740 km percorridos.
2º dia – de São Sepé (RS) até Montevidéu:
Saímos de madrugada de novo, pois queríamos chegar ao destino o quanto antes. As roupas estavam todas molhadas e passamos muito frio com o vento. Só depois de 3 horas elas começaram a secar.
Decidimos atravessar a fronteira com o Uruguai em Aceguá (RS), mesmo sem achar muitos relatos do pessoal que passa por lá. Os trâmites foram tranquilos. Trocamos dinheiro com um rapaz na rua mesmo, pois era domingo e estava tudo fechado.
As estradas do país vizinho são muito boas, porém tem poucos postos de combustível e pontos de parada. Chegamos à capital e achamos o Hostel bem fácil. Ficamos lá por 3 dias e depois seguimos para Buenos Aires.
693 km percorridos.
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3º dia – de Montevidéu até Buenos Aires:
A intenção era subir até a fronteira dos dois países em Fray Bentos, mas a previsão era de temporal, então no dia anterior compramos as passagens de Ferry Boat pela empresa Colonia Express.
Rodamos até Colonia del Sacramento de moto e de lá pegamos o Ferry. Quando chegamos a Buenos Aires, queríamos passar pela avenida mais larga do mundo com a moto e ver o Obelisco, mas como o trânsito de BsAs é um pouco caótico e lento e a moto começou a esquentar muito, pois rodávamos umas 3 quadras por minuto, desistimos. Decidimos então mudar a rota e sair daquele trânsito rumo à casa que alugamos pelo AirBnb.
Passamos 6 dias conhecendo a cidade, que na minha opinião foi pouco tempo.
181 km percorridos.
4º dia – de Buenos Aires até São Borja (RS):
Estradas ótimas, todas duplicadas e com limite de velocidade de 120 km/h e às vezes até 130 km/h. Foi o dia que mais rodamos.
Demoramos um pouco na fronteira. Tivemos azar de uns ônibus chegarem à nossa frente na hora de fazer a imigração. Chegamos a São Borja lá pelas 17h e fomos até o centro da cidade para achar um hotel.
860 km percorridos.
5º dia – de São Borja (RS) até Passo Fundo (RS):
Aproveitamos para dormir até mais tarde e descansar. Rodamos pouco nesse dia. Temos parentes em Passo Fundo, por isso decidimos fazer uma visita e acabamos posando por lá.
380 km percorridos.
6º dia – de Passo Fundo (RS) até Guarapuava (PR):
Viagem tranquila. Como a quilometragem foi pequena, não cansamos muito.
460 km percorridos.
Rodamos 3500 km no total, felizmente com poucos imprevistos. A moto se comportou bem, fazendo uma média de 32 km/litro. A gasolina (Nafta) do Uruguai e Argentina não tem álcool e isso provavelmente contribuiu para a média alta, visto que estávamos em 2 pessoas, 2 alforjes (23 litros cada) e um baú de 45 litros. Rodamos em uma velocidade média próxima aos 100 km/h.
Essa foi nossa primeira viagem longa de moto e, sinceramente, foi muito legal. Mesmo com o cansaço, chuva e dificuldades, o que sobraram foram ótimas histórias.
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