Viagem de moto até o Chile

Durante 19 dias entre abril e maio passado fizemos uma viagem de moto de 9.530 km e percorremos estradas do Brasil, Argentina e Chile com o objetivo de conhecer a Cordilheira dos Andes, os Caracoles, Viña del Mar, Valparaiso e Vulcões no Chile além de Mendoza e Bariloche na Argentina.

As motos que utilizamos para realizar essa viagem foram:

  • BMW 1200 Adventure GS Premium – Kellermann Rocha
  • Yamaha Fazer 600 – Marco Aurélio Lima
  • Honda CB1300 – Carlinhos Cabral (com Gisele)
  • Suzuki GSX – Leandro Moreira
  • Yamaha Tracer – Paulo Barreiras (com Andrea)

O percurso durou ao todo 19 dias de pura alegria e satisfação, já que o grupo é bem entrosado e sempre realizam pequenas viagens e participam de eventos juntos. O clima de camaradagem e companheirismo foi uma constante durante toda a viagem.

Para tornar a viagem mais prazerosa, estabelecemos algumas diretrizes, como paradas a cada 200 km e a cada três dias rodados, um seria para descanso e turismo.

Optamos por fazer a saída do Brasil por Foz do Iguaçu, já que a imigração local é bem fácil e organizada e também pretendíamos visitar as cataratas do lado argentino.

No dia 20 de abril, Kellermann e eu saímos de Caraguatatuba onde moramos e seguimos até Itupeva para pernoite. No dia seguinte encontramos com o restante do grupo que veio de São Paulo e seguimos até Foz do Iguaçu, onde permanecemos um dia para turismo.

Saímos de Foz para Resistência na Argentina, depois para Pozo del Molle e no terceiro dia chegamos a Mendoza. Foi um percurso com muitas mudanças de temperatura, chuva e frio. Chegamos “acabados”! Mas um lindo dia de turismo pela bela Mendoza e suas vinícolas restabeleceu a energia de todos.

No dia seguinte nos preparamos para a grande aventura de atravessar a Cordilheira dos Andes e percorrer os Caracoles. Muito frio e longas filas de caminhões para a aduana chilena, mas como estávamos de moto, tivemos permissão para ultrapassá-los e foi relativamente fácil chegar lá, exceto uma hora parados no pedágio e mais uma hora de aduana. Nosso receio maior era a estrada fechar por causa de nevasca, pois no dia anterior já havia caído neve. O percurso valeu mais que todas as dificuldades que enfrentamos na estrada: a belíssima paisagem dos Andes coberta de neve!

A descida dos Caracoles foi emocionante e ficamos extasiados! Finalmente, depois de tudo isso, à noite, chegamos a Viña del Mar. Este era nosso destino desde que começamos a falar sobre esta viagem, mas deixamos a volta em aberto para decidirmos quando chegássemos.

Resolvemos ficar em Viña del Mar para turismo e cuidar das máquinas, fazendo as revisões e trocando óleo e filtro. Conhecemos Viña e a linda Valparaiso! Depois começamos a decidir nossa volta, pois o objetivo inicial foi satisfatoriamente alcançado. A meta que estabelecemos foi não voltar pelo mesmo caminho da ida.

Então com dois roteiros nas mãos, escolhemos pelo segundo: Sul do Chile e seus Vulcões Villarrica e Osorno e passar por Bariloche. Que volta maravilhosa!

Saímos de Viña e fomos direto até Temuco, onde comemos o melhor ceviche de camarões da minha vida! Depois de passar pelos vulcões, seguimos até Villarrica e Osorno.

Só então fizemos a aduana para a Argentina, que foi muito tranquila desta vez! Passamos pelos maravilhosos lagos andinos e chegamos a Bariloche. Claro que ficamos um dia lá para conhecer.

De Bariloche o grupo seguiu para Santa Rosa. De lá fomos para Rosário e depois Corrientes, Foz do Iguaçu, Ourinhos, São Paulo e Caraguatatuba.

Achei muito interessante quando chegávamos nas cidades dos países que visitamos, as pessoas ficavam impressionadas perguntando como nós motociclistas percorríamos distâncias tão grandes (pelo simples fato de poder rodar de motocicleta), enfrentando frio, chuva, ventos e demais desconfortos que uma viagem longa nos proporciona. Entretanto a satisfação de poder realizar uma expedição desta magnitude é gratificante! Mesmo com essa viagem maravilhosa, o prazer de voltar pra casa e poder contar com o apoio dos amigos e familiares foi muito emocionante.

Fizemos um adesivo para o nosso grupo com título de Trancos & Barrancos e colamos a cada parada. Algumas vezes presenteamos às pessoas que nos abordaram como recordação da nossa passagem.

Não houve nenhum imprevisto, como pneu furado, erro nos acessos, etc.. A viagem foi cuidadosamente estudada pelo menos seis meses antes. Além disso, tínhamos GPS para auxiliar nas rotas e andar nas cidades. Também levamos os destinos e as distâncias a percorrer impressas em papel nas bolsas tanque que iam direcionando os pilotos.

Fomos parados apenas uma vez pela polícia rodoviária, uma abordagem de rotina, nem documentos pediram, queriam apenas olhar as motocicletas e puxar assunto.

Saudação especial às esposas que foram nesta viagem. Todos os dias às 7h da manhã estavam preparadas e prontas para encarrar mais um dia de poeira, sempre com sorriso nos lábios e dando uma força especial para o sucesso da empreitada.

Obrigado amigos e até uma próxima aventura…


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