Camino de las Altas Cumbres

Olá pessoal, hoje faço um relato resumido dos últimos dias e será o ÚLTIMO desta viagem. Daqui para frente, são trechos já percorridos em viagens passadas e que foram detalhados no meu livro.

No dia 15/11, depois de passar aquele sufoco na estrada com a ventania, fiquei o resto do dia aguardando o vento diminuir, o que aconteceu próximo das 19h. Como está escurecendo às 20h30 e a próxima cidade (Trelew) fica a 200 km do posto, resolvi aceitar a sugestão de um frentista (mais um anjo que Nossa Senhora colocou na minha vida?), pois vendo minha delicada situação, recomendou que eu não prosseguisse viagem (o vento estava moderado, ainda bem perigoso para motos) e me ofereceu um local abrigado para dormir, em uma sala de geradores auxiliares. Aceitei muito agradecido, preparei “minha cama” forrando o chão com dois casacos que ele me emprestou mais meu saco de dormir e, após um lanche no posto, “dormi”.

Viagem de moto Argentina

Obviamente dormi muito pouco e levantei às 4h30. Arrumei a bagagem na Gilda e saí às 5h30 com o dia clareando.

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Aproveitei o vento fraco, dia com sol, longas retas em estrada razoável com pouco movimento e rodei quase 1200 km em 14h20 min (meu recorde em um dia), com velocidade na maior parte do trajeto entre 120 e 150 km/h. Fiz 7 paradas para abastecimento e lanche em algumas.

Cheguei quase à fronteira da Patagônia com o resto da Argentina, em Santa Rosa e sem vento. Aleluia!!!

A rigor eu “voei baixo” pois queria sair logo do sul da Patagônia e deixar para trás o quase permanente e insuportável vento patagônico, que elimina todo prazer e satisfação em vaguear com a Gilda e, pior, extremamente perigoso quando está forte e causa muita dor nas mãos, braços e pescoço do motociclista, no seu esforço para manter a moto em linha reta.

Como curiosidade, tive que parar várias vezes em postos policiais nas rutas da Argentina, mas não para apresentar documentos (eles sempre mandam as motos de motociclistas aventureiros cheias de bagagem seguirem), mas sim esperando os veículos da frente passarem, pois o procedimento dos policiais aqui é parar o veículo ?e verificar os documentos no meio da rodovia (não encaminham o veículo para o acostamento como no Brasil e em outros países). Uma idiotice total! ?

Viagem de moto Argentina

No dia 17/11, domingo, assisti a Santa Missa das 10h no lindo ?Santuário Nossa Senhora de Fátima e segui até Villa Dolores.

Viagem de moto Argentina

O visual das estradas mudou de deserto para o verde, com lindas “estâncias” muito bem cuidadas, cheias de gado Angus ?e muita variedade de plantações.

Fiquei hospedado em um hotel 3 estrelas muito bom, bem na entrada da cidade. Depois de jantar tomando vinho, apaguei (~1900 km em dois dias). Ao levar minha bagagem para colocar na Gilda hoje cedo, fui surpreendido com a presença de 6 lindas damas, todas com um corpão que me encantou❤.

Fiquei observando os detalhes por algum tempo…

Fui então procurar os donos daquelas máquinas maravilhosas. Os encontrei tomando o café da manhã e conversamos um bom tempo. Vejam que show, eles estavam fazendo a primeira corrida 90/500 (a máquina tinha que ter mais de 90 anos e o percurso total era de 500 km em uma semana).

Pedi então que fossemos até elas, pois queria ouvir a música que sairia daquelas máquinas fabulosas. Fomos todos para lá. Fiquei até emocionado quando ouvi o som inacreditavelmente puro e original desta Harley-Davidson 1200cc ano 1925! ? que espetáculo!!!?

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Nos despedimos com a tradicional foto da galera…

Viagem de moto Argentina

Agora vou lhes apresentar o último e fabuloso local que eu me programei para passar com ela? e a Gilda? neste rolê. A travessia de uma grande montanha através do “Camino Altas Cumbres”, localizado entre Mina Clavero e Córdoba.

Para minha surpresa, o lindo e delicioso caminho estava forrado de carros e centenas de motos (nunca passei em uma estrada com tantas motos na minha vida). ?

Mas como assim, em plena segunda-feira?! Este caminho é semelhante (mas inferior) a nossa Serra do Rio do Rastro. Seguem algumas fotos…

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Então, retornando à Gilda, logo após tirar uma foto e apreciar a paisagem, vi uma “faixa branca” no pneu traseiro da Gilda. Cheguei perto e, caraca! O pneu teve um desgaste acelerado e já estava com parte dele no tecido (rodei até agora 11400 km, e um pneu novo traseiro dura uns 15 mil km). Bem, passei a rodar em velocidade bem baixa (Córdoba está a uns 100 km) até chegar a um posto de gasolina. Havia dois motociclistas lá, expliquei o que tinha acontecido e me falaram que em Córdoba tem uma grande loja de pneus, onde eu encontrarei um pneu para a Gilda, eles trocam e fazem o balanceamento, mas que estava fechado hoje, pois é feriado na Argentina. Ahhh, agora entendi o porquê de tamanho movimento na Serra em plena segunda-feira, é feriado!

Me recomendaram ficar em Villa Carlos Paz, onde estou, a 33 km da Nizzo Neumáticos em Córdoba. Amanhã irei cedo para lá, esperarei abrir (8h30), trocarei o pneu e volto a vaguear com a Gilda em direção de casa. Estou a quase 2700 km de casa, feliz por reencontrar a família e amigos ?, porém perto de encerrar este maravilhoso e o maior rolê com Ela e a Gilda. ?

Chegando lá, já começo a vaguear novamente com o planejamento do próximo!!!?❤?

Agradeço a todos que “viajaram comigo”, pelas mensagens enviadas e os “vai com Deus” ?! Sei que meus objetivos ao compartilhar estes relatos com vocês foram plenamente atingidos.

“Meu destino é o caminho!!!”?

Viagem de moto Argentina

Pôr do sol no pampa argentino. Que Maravilha!!!

Viagem de moto Argentina

Un fuerte abrazo y hasta luego! ?


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