“Kamizarake, ualaki” (algo como: bom dia, estou bem, na língua dos Uros).
Acordei cedo para um bom café, uma olhada na Capitão América, a troca da lâmpada de farolete e conferência do óleo. Tudo ok. Às 9 horas a agência veio ao hotel me buscar para o tour até as ilhas de Uros, que fica no lago Titicaca. O passeio foi em uma van com holandeses, canadenses, colombianos e peruanos. Seguimos até o porto, onde tomamos um barco pequeno com capacidade para 20 pessoas.
O nome Titicaca significa pedra de puma. Ele tem 8.560 km2, de 200 a 300 metros na parte mais profunda e chega a ter 160 km de largura. É o lago navegável mais alto do mundo. Era usado como meio de transporte entre Peru e Bolívia, mas após a construção das “carreteras” (estradas), a navegação comercial foi muito reduzida. O lago é muito lindo, parece um mar sem ondas.
Partindo da baía de Puno, o barco leva cerca de 30 minutos para chegar ao conjunto de ilhas dos Uros. Lá você é recepcionado pelas famílias que moram na ilha que você irá visitar. Todos são convidados a sentar e o guia, apoiado pelos Uros, fala da construção das ilhas e como eles vivem ali. Depois, cada família convida 3 pessoas para entrarem em sua casa e ai falam um pouquinho mais sobre a sua forma de vida.
Existem Uros que vivem mais isolados, em ilhas mais distantes e não recebem turistas, mas esses que visitamos fazem uma grande festa.
Parti para a Bolívia às 13 horas. Por cerca de 150 km a estrada margeia o lago Titicaca (para ter noção do tamanho desse lago). A paisagem era surreal, o lago com água na cor azul turquesa e ao longe cadeias de montanhas cobertas com neve.
Os trâmites na fronteira foram demorados, com muita gente, mas correu tudo bem. A imigração e a aduana dessa fronteira entre o Peru e a Bolívia fazem lembrar os arredores do Shopping Oiapoque em BH, um shopping popular no centro da cidade. (risos).
Poucos quilômetros após a fronteira, um posto policial para todos os veículos para registro. Ele fez o registro rápido e me devolveu meus documentos. Quando perguntei se estava tudo ok ele se preparou para falar algo e travou na hora que viu a câmera GoPro no capacete. Me desejou “feliz viaje” (Risos).
Entrei na Bolívia sendo recebido por um pôr do sol maravilhoso sobre o lago Titicaca. A estrada era boa, mas tinha alguns remendos. Passei por uma série de curvas subindo uma montanha. O GPS indicava altitudes acima de 4.000 metros e estava muito frio. A sensação térmica era de zero grau.
Cheguei a Nuestra Señora de La Paz às 20 horas. A cidade tem cerca de 2 milhões de habitantes e está a 3800 metros de altitude. Apesar da sede do governo ficar na cidade, não é a capital daquele país como muitos pensam. A capital constitucional da Bolívia é Sucre.
Encontrei um trânsito maluco, com milhares de vans, buzinação, congestionamento, obras e avenidas tomadas de terra. Cheguei ao hotel 2 horas após ter chegado à cidade.
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