32º, 33º e 34º dias – O retorno e a recepção dos amigos

32º dia – quinta-feira
Acordamos cedo em Passo Fundo, arrumamos a bagagem nas motos e pegamos a estrada. Seguimos para Blumenau (SC), pois tínhamos marcado com o Chico PHD, que chegaríamos até às 13h àquela cidade.

Teríamos que apertar o ritmo da viagem para percorrer os 500 km de distância e cumprir o horário. Teríamos muitas curvas pela frente, na BR-285, BR-116 e SC-470.

Seguíamos para leste, pela BR-285, com o sol nascendo e ofuscando nossa visão e a primeira hora de estrada foi difícil. Na primeira parada para abastecimento, tomamos café da manhã e seguimos sem perda de tempo. O tempo começou a esquentar muito, mas de repente apareceu um nevoeiro e o tempo ficou mais frio e nublado, condições ideais para pilotagem. E assim foi até próximo a Lages (SC). Daí para frente, muito calor novamente, até Blumenau.

Nestes 500 km, foi preciso muita habilidade da dupla para manter a velocidade necessária, sem descuidar da segurança. Deu para perceber que, apesar dos mais de 30 dias de viagem, ainda estávamos com disposição e atenção total. Modéstia a parte, mandamos muito bem. A moto do Ivan, desde Buenos Ayres, deixara de ser preocupação, ou seja, o problema foi resolvido definitivamente.

Chegamos à churrascaria no horário combinado e o Chico PHD já nos esperava, com chopp gelado já servido, pois quando ele escutou o ronco das motos já mandou servir o chopp. Isto é que é recepção!!!! Depois dos abraços e relatos das façanhas na estrada, falamos de vários assuntos, pois o Chico, apesar de ser muito ocupado, nos dedicou algumas horas, com muita calma e tranquilidade. Ele nos entregou os certificados do PHD, pela conquista do Fim do Mundo, devidamente carimbado e chancelado com selo trazido por ele do posto do Carteiro Del Fin Del Mundo, que fica dentro do Parque Nacional Terra del Fuego. Ele nos entregou os certificados, com a solicitação de que a entrega oficial, fosse feita pelo Capitão Senra, a quem ele muito respeita e admira.

Como veremos a seguir, assim foi feito.

Saímos de Blumenau, pouco antes da 16h e o Chico PHD fez a gentileza de nos guiar até a melhor saída da Cidade. Seguimos pela BR-101, contornamos Curitiba, evitando o forte transito local, e chegamos ao hotel em Quatro Barras (PR), já escurecendo. Rodamos cerca de 750 km nesta quinta-feira.

33º dia – sexta-feira.
Saímos cedo do hotel e tocamos direto até o Rodoanel de São Paulo, acatando a sugestão de um amigo do Chico PHD que, no momento de nosso almoço do dia anterior, estava nos Estados Unidos e, por telefone, nos deu uma dica de itinerário, para evitar o transito de São Paulo. De acordo com a dica, seguimos até o km 38 da via Anhanguera, sentido interior e pegamos a saída para Campo Limpo Paulista, e depois para Jarinú e depois pegamos a Rodovia Dom Pedro I, já em Atibaia. Depois pegamos a Fernão Dias (BR-381).

À noitinha, chegamos ao hotel em Oliveira (MG). Jantamos num bom restaurante, de onde Ivan, acertava, por telefone, detalhes finais da festa que ele daria no dia seguinte. De Quatro Barras a Oliveira rodamos cerca de 850 km.

34º dia – Sábado
Era o último dia de viagem e o sentimento que tínhamos era contraditório, porque por um lado tínhamos a ansiedade de rever parentes e amigos e por outro a vontade de esticar um pouco mais esta fantástica viagem. Tudo isto misturado com a sensação de que estávamos prestes a concluir nossa empreitada de ida e volta, ao fim do mundo.

Pegamos a estrada as 10h em ponto, e seguimos calmamente pela BR-381, com o tempo parcialmente nublado. Tudo foi tranquilo até Betim, onde um acidente com um caminhão provocou um congestionamento enorme. Perdemos algum tempo no trânsito.

Ao chegar a Belo Horizonte, na BR-040, no posto de gasolina, onde o pessoal dos Águias de Aço nos esperava, bateu uma emoção enorme, ao ver aquele grupo de amigos com suas máquinas ligadas, algumas buzinas tocando, todos os amigos nos saudando com entusiasmo. Muitos abraços, apertos de mãos etc. Foi emocionante. Muito emocionante mesmo.

Seguimos em comboio, para a casa do Ivan. Pelo caminho, muita comemoração, muito barulho, um clima total de festa. Quando o grupo chegou à casa do Ivan, os familiares soltaram fogos de artifício, e Ivan e eu fomos recebidos pelas respectivas esposas, e foi mais um momento de muita emoção dentro daquele turbilhão que foi a chegada. O Ivan assumiu o microfone, e em rápidas palavras começou a festa, onde rolou muito churrasco, chopp, muitos papos e muitas fotos entre os amigos presentes.

Depois de algum tempo iniciou-se uma cerimônia, onde os fatos marcantes foram;

  • Ivan agradeceu a presença de todos os seus convidados, onde eu (Ruy) também me incluía.
  • Usando a palavra, o Coronel José Guilherme homenageou o Capitão Senra e Dona Geralda, fundadores dos Águias de Aço.
  • Foi dada a palavra para o Capitão Senra, que ressaltou sua alegria de mais uma vez se dirigir aos Águias de Aço e demais presentes.
  • Capitão Senra nos entregou oficialmente os certificados, enviados pelo Chico PHD.
  • Tendo o Ivan como padrinho, fiquei muito orgulhoso por ter sido aceito como integrante dos Águias de Aço. Nesse momento, ouvi palavras generosas do Capitão Senra, a quem agradeço.
  • Capitão Senra, entregou para cada um de nós, Ivan e eu, uma placa dos Águias de Aço, nos homenageando por sermos os segundos a chegar a Ushuaia, lembrando que o Coronel Cruz Pitz, foi o primeiro Águia de Aço a lá chegar.
  • A festa continuou e, em dado momento, por sugestão do Ivan, sorteou-se dois galões de Nafta, gasolina argentina, que trouxemos em nossas motos e que nos foram muito úteis durante panes secas, pelo caminho. Os ganhadores foram Marcelo Souza e Kassin, diretor do HOG CHAPTER BH.

Assim termina o relato deste projeto de se chegar ao Fim do Mundo com nossas Harleys. Aproveitamos este momento final, para agradecer a vocês que nos acompanharam em toda esta jornada.

Nós sentimos a falta do Luciano Sfredo por não estar presente por motivos de compromissos particulares.

Obrigado a todos.

SUPERAÇÃO
Assinado Ivan e Ruy

Minha nota final: Chico Becatini, Silvan, Ivan, vocês foram os “culpados” pela minha descoberta do mundo Harley-Davidson, há mais ou menos oito meses atrás.

Obrigado amigos.
Assinado: Ruy


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