Acordei invocado e lembrei-me de Napoleão: “-L’audace, toujours l’audace !”. Foi ai que resolvi entrar para valer na Guerra Civil americana, afinal, estava tendo uma chance única de conseguir um posto mais honroso do que o de soldado de 1a. classe dos meus tempos na gloriosa Força Aérea Brasileira. Onde também, diga-se, tive o supremo privilégio de varrer o avião que trouxe Yuri Gagarin ao Brasil em 1962.
Era meu maior feito militar até então e aquilo apenas não me satisfazia. Mal tomei o café, fui até o quarto e dei uma “beiçada” no inseparável Jack Daniels para firmar o caráter. Tentei montar na Camila como se fora um cowboy mas quase que me estabaquei e preferi deixar aquela parte para outra ocasião. De qualquer forma sai com cara de invocado e procurando uma oportunidade. Ao dobrar uma esquina eis que me deparo com um acampamento dos rebeldes, tentei convence-los a se entregarem.
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Naturalmente, oferecendo uma generosa e vitalícia “bolsa rendição” isenta de Imposto de Renda, fora os atrasados, quinquenios e jetons (não sei que bosta é essa mas deve ser bom). O sacana do general rebelde não aceitou. Não tive alternativa a não ser passa-lo pelo fio de minha espada.
Os yankes, que a tudo assistiam através de um tal de Reality Show, ficaram entusiasmados com meu desempenho e ofereceram-me o posto de Coronel no Décimo de Cavalaria, com toda a pompa e vantagens inerentes ao cargo. Fiz-me fotografar devidamente paramentado e voltei rápidamente para contar as novidades para a Camila, inclusive sobre a ração gratuita a que ela teria direito.
Aqui um parênteses, eu e a Camila nos entendemos maravilhosamente e sempre através de telepatia mas dessa vez, a primeira e única, ela falou. Fecha parenteses. “- Olha aqui seu velho maluco, joga fora aquele Jack Daniels antes que voce se atreva a me chamar de Rocinante, do contrário voce vai comprar um belíssimo lote vizinho ao do General Custer.” É, uma promissora carreira acabara de ser abruptamente encerrada. Coisas da vida, coisas da vida…
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