Depois de levantar, o próximo passo foi pedir à recepção do hotel para ligar à Gendarmeria e verificar se o caminho ao Chile estava liberado. Logo veio a boa notícia que “hay paso”. Buenas, tomamos o café da manhã, carregamos as motos e saímos de Mendoza por volta das 9 horas vestindo toda roupa de frio que carregávamos.
Logo que adentramos a pré-cordilheira uma neblina densa tomou conta da paisagem, a visibilidade era de uns 10 metros creio e o frio se tornou mais intenso. Para nossa surpresa esta neblina começou a congelar na moto, viseira do capacete e roupas, estas últimas ficaram brancas com a camada de gelo formado, pena que não paramos para registrar o efeito do frio devido ao intenso movimento e pouca visibilidade na estrada.
Para nossa alegria a neblina foi embora e deu lugar a um céu azul límpido onde o astro rei brilhava forte e abrandou um pouco o frio de – 6 °C que estava fazendo.
Próximo a Uspallata já apareceram os primeiros nevados, aproveitamos e já paramos para abastecer as motos e nos aquecer com um café no primeiro posto da cidade. Nesta parada observamos que o fluxo de veículos para o Chile era intenso e chegamos a comentar que a fila seria grande no complexo aduaneiro Los Libertadores.
Logo na saída de Uspallata já começamos a ver mais neve que estávamos acostumados quando passamos nos meses de verão. Não demorou muito para a cordilheira se tornar branca, o acúmulo de neve era grande, desde o topo das montanhas até ao lado da estrada. Realmente uma cena fantástica que ficará gravada na retina de nossos olhos para o resto de nossas vidas. Apesar de tanto gelo na paisagem, não sei ao certo se por causa de nosso deslumbre, ou por viajar devagar ou ainda se, simplesmente não estava tão baixa a temperatura, mas o fato foi que não sentimos frio nos 3000 msnm desta parte andina.
Logo que passamos Los Horcones, achamos o trânsito parado no pedágio argentino antes do túnel Cristo Redentor. Os gendarmes estavam retendo os veículos pois a fila no complexo que fica do lado chileno já estava tão grande que quase chegava ao túnel internacional. Enquanto aguardávamos a liberação ficamos conversando com um pessoal de Minas que viajava em carro e que também não conseguiram cruzar para o Chile por Jama.
Logo fomos liberados para passar, não foi necessário pagar o pedágio e nos colocaram à frente da fila para a travessia do túnel. Mas nossa alegria durou pouco, assim que saímos do túnel o trânsito estava parado. Haviam muitos caminhões, ônibus de turismo e poucos carros. Assim que conseguimos passar esta fila, pois os que viajam de moto e carro fazem os trâmites diferenciados, chegamos ao complexo aduaneiro que se encontrava lotado. Depois de 5 horas de nossa chegada à fronteira fomos liberados e iniciamos a descida dos caracoles e seguimos a Maipú onde chegamos já de noite.
A nossa surpresa foi encontrar neve quase até a localidade de Los Andes, onde, geralmente é bem mais quente. Para os que já passaram por este caminho, para terem um ideia, tinha muita neve naquele primeiro posto de gasolina Copec no caminho a Santiago, logo depois dos caracoles.
Chegamos os quatro motociclistas na casa do Juan por volta das 19:30 h, fomos recepcionados com um vinho quente, pisco Mistral e uma excelente janta preparada pelo “Viejo Malo”. Nem preciso dizer que fomos dormir tarde por causa da conversa que se prolongou até a 01:00 h da manhã.
Percorridos 400 km
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