Acordamos hoje antes do despertador que estava programado para tocar às 7 horas, havia um ônibus de excursão saindo cedo e todos os seus passageiros estavam tomando o café da manhã, imaginem a conversa. Mas não foi nada, assim tivemos mais tempo para arrumar a bagagem.
Logo nos primeiros 80 km já paramos para abastecer as motos na localidade de Patquia, a gasolina estava racionada à $ 30,00 pesos por veículo mas foi o suficiente pra completar nossos tanque. Nesta parada começamos a vestir mais roupas contra o frio que chegou para valer, também aí encontramos dois casais de brasileiros que estão em viagem em seus 4×4 pela Argentina, fizemos algumas fotos e tocamos o barco.
Paramos mais uma vez em um pueblo que não me recordo o nome e tampouco achei no mapa, depois em Chepes para abastecer e lanchar por volta do meio-dia. Aí o frio já estava de matar e nada do sol aparecer, o tempo nublado só fazia aumentar a sensação térmica de frio. Seguimos viagem agora por uma região quase desértica, com muitas rajadas de areia atravessando a pista, vento lateral, uma reta sem fim e aquela paisagem com quase nada a oferecer aos olhos do viajante.
Distante 130 km de Chepes chegamos ao local de martírio de Deolinda Correa, popularmente conhecida como Difunta Correa, a quem se atribui milagres não reconhecidos pela igreja mas, como vimos, atrai uma legião de seguidores que depositam na Difunta seus pedidos milagrosos. Como conta a história que ela morreu de sede com o filho em seus braços a forma de oferenda ou de agrado para que seus pedidos sejam atendidos é deixar uma garrafa de água junto a seu altar, seja este na localidade de Difunta Correa ou nos milhares existentes pelas estradas argentinas. Às vezes até parece que um caminhão de bebidas virou, tamanha a quantidade de garrafas pet depositadas nos pequenos altares espalhados “por las rutas”.
Nesta parada, além da gasolina, colocamos as roupas de chuva para nos proteger do frio. Depois de terminada a viagem, foi consenso da dupla que este foi o dia com pior sensação térmica de frio enfrentado, a travessia da cordilheira com – 8 °C foi barbada. A última parada da estrada foi na capital San Juan, bem rápido, sem mesmo tirar os capacetes porque não queríamos entrar a noite viajando.
Era exatamente 17:30 h quando paramos em Mendoza, abastecemos as motos (após esperar o caminhão tanque da YPF recarregar as bombas) para facilitar nossa saída no dia seguinte e fizemos um lanche pois nossa ideia inicial era não jantar porque já estamos a alguns dias abusando na alimentação.
Ao chegar facilmente ao hotel com a ajuda do GPS já encontramos estacionadas à frente as motos de nossos amigos uruguaios Fito e Ruben, os quais também acabaram de chegar e nos relataram que pegaram muita chuva e frio de 0 °C no trecho de San Luís. Buenas, contrariando nossas expectativas de ficar light nesta noite, a dupla uruguaia nos convence a ir comer um espeto corrido a algumas quadras do hotel, num restaurante próximo ao parque San Martin.
Nesta terça-feira tentaremos atravessar a cordilheira, vamos até Uspallata verificar se “hay paso”, a previsão é de – 15 °C e tempo nublado.
Agradeço à todos que estão acompanhando nossa viagem e enviando mensagens, isto só nos fortalece. Desculpe não responder um-a-um, o tempo não me permite, mas saibam que lemos com toda a atenção que é necessária. Um grande abraço.
Assim que chegar a Santiago prometo colocar mais fotos.
Hotel : América, av Juan B Justo nº 812, US$ 50,00 apt duplo, fones 261 4258284/ 4231477/ 4254022
Percorridos 634 km
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