Considerações finais

Esta foi nossa primeira viagem de longa distância realizada em pleno inverno. Quase sempre escolhemos os meses de verão onde as temperaturas são mais amenas aqui no sul. Sabemos que subindo o Brasil pouco muda, mas a medida que se desce nesta América, o clima altera bastante.

E foi de propósito que escolhemos o mês mais frio do ano para sair, além de visitar os amigos chilenos, argentinos e reencontrar com os do Uruguai a vontade de ver a Cordilheira dos Andes totalmente nevada era grande e foi assim que decidimos tocar adiante a ideia da viagem.

Somente achei dois pontos negativos nesta época do ano (além do frio é claro). Primeiro, os dias são muito mais curtos e não se consegue sair muito cedo para viajar pos causa das baixas temperaturas e neblina, fato que não nos deixa muito tempo para rodar largas distâncias num dia. Resumindo, ou você anda menos ou invade a noite na estrada. Segundo que, salvo as áreas conhecidas de poucas precipitações junto a cordilheira, chove com mais frequência nos obrigando a frequentes paradas para a colocação dos “plásticos” pois não é bom arriscar uma roupa ou calçado molhado com tanto frio no ambiente.

Atravessar trechos de alta montanha já é perigoso no verão, no inverno então nem se fala. As nevascas são frequentes, o frio intenso é quase sempre presente e qualquer problema mais sério pode te custar a moto ou a própria vida. Por um pouco por imprudência passamos trabalho no trecho mais alto do caminho Santiago – Mendoza onde alguns fatores como o chegar da noite, a nevasca anterior, o frio e o gelo na pista nos cobraram um pedágio para atravessar a cordilheira no inverno. Apesar dos danos terem sido somente materiais fica um alerta que não se pode facilitar em momento algum e todo cuidado é pouco.

Mas, ao contrário que todos devem pensar, eu faria isso novamente. O risco vale a pena, a cordilheira branca com aquele risco preto de asfalto serpenteando entre seus vales é indescritível e o céu numa noite límpida como pegamos no trecho de Los Horcones até Uspallata é simplesmente fenomenal, a qualquer momento parecia que poderíamos tocar as enormes e incontáveis estrelas que pairavam sobre nossas cabeças. VALE CADA KM RODADO !!!!

O norte da Argentina foi uma novidade (apesar de já termos passado Jama uma vez). Acho que o fato de não ter pesquisado muito o roteiro e este definido quase no dia da partida e permanentemente alterado durante o percurso quando chegamos a região de Salta, San Salvador de Jujuy, Cafayate, Tafi del Valle e La Rioja fomos sempre acompanhados de novas e bonitas paisagens que nos reservaram a cada curva da estrada uma agradável surpresa.

O problema da gasolina me parece ter mais cunho político e de “olho grande” que falta de abastecimento propriamente dito. No retorno o preço na bomba havia subido e, “por milagre”, os postos com a famigerada placa “NO HAY NAFTA” eram quase inexestentes. Depois que o preço subiu a gasolina apareceu.

Buenas pessoal, agradeço à todos que acompanharam nossa viagem pelo site, que postaram seu comentários aqui, no Brazil Rider’s, e-mails ou nas redes sociais que fazemos parte e àqueles que até por mensagem de texto pelo telefone nos deixaram suas palavras de incentivo. Agradecemos também os amigos que nos auxiliaram durante estes 17 dias e cerca de pouco mais de 7000 km percorridos no Brasil, Argentina, Chile e Uruguai. Agradecimentos também à família que teve compreensão e paciência nestes longos dias.

Muito obrigado tchê !


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