Dia 6: de Cafayate a La Rioja

Novamente colocamos as motos tarde na estrada. A temperatura caiu bastante, mas o ar seco e o céu aberto não deixaram o frio chegar. Logo na saída já rodamos por um pedaço deslumbrante da Ruta 40, entre duas cadeias de montanhas, passando por pueblos centenários e um caminho repleto de bodegas e viñas. É uma das diversas “Rotas do Vinho” argentina e também da produção de pêssego, noz, figo e marmelo.

Neste trecho também passamos pelas ruínas de Quilmes. Estas são resquícios de uma civilização pré-colombiana que viveu neste Valle Calchaquí na província de Tucuman. Hoje a visitação é administrada por descendentes do povo Quilmes. A decisão de não adentrar os 5 km de estrada de chão foi acertada, pois além do tempo de deslocamento ainda teríamos o tempo de visitação, fato que, no final do dia impediria nossa chegada ao destino La Rioja, onde já havíamos reservado hotel e efetivado um compromisso com nosso amigo Noni. É só uma desculpa para voltar um dia hehehe.

Ruta 40, muitos rios passam por cima da estrada
Ruta 40

Ao chegar na localidade de Amaicha del Vale abastecemos as motos e iniciamos a subida forte e longa da Cuesta de Los Cardones que nos levou aos 3040 msnm de Abra del Infernillo nos Cumbres Calchaquies, a estrada neste trecho se encontra em péssimo estado, com o pavimento cheio de “remendos”, fazendo a moto sacudir muito e forçando uma redução na tocada. Por 2 vezes fomos obrigados a parar e reapertar a bagagem na moto. Para nossa sorte a paisagem é cinematográfica, com montanhas nevadas, llamas, cabras, ovelhas pastando e o lindo vale que deixávamos para traz.

Cerro Calchaquies, um pouco mais de 3000 msnm

Neste trajeto ainda existem atrações como o Museu de la Pachamama em Amaicha del Valle e o Observatório Ampimpa, este quase no final da subida.

Em seguida iniciamos a descida por um caminho tão bonito como o da subida porém, agora com um asfalto novinho em folha, salvo os trechos de terra que ainda estão aguardando o pavimento. Logo chegamos em Tafí del Valle, uma pequena cidade com um forte movimento de turistas, aproveitamos para abastecer as motos e fazer um lanche a base de hamburguesas. Não demoramos muitos e seguimos viagem ladeira abaixo.

Cerro Calchaquies, ruta 307

Já de longe avistávamos uma densa neblina que parecia estar presa na encosta da montanha e foi por este caminho que iniciamos a descida por uma estrada tortuosa, novamente com pavimento ruim e de 40 km de extensão, muito parecida com a Serra do Rio do Rastro em Santa Catarina.

Entre Monteros e Concepcion a estrada perde seus atrativos e dá lugar a imensos canaviais com direito a cana-de-açúcar e tratores com 3 reboques cada se arrastando pela estrada. Muito perigoso mesmo.

Tafí de Valle

Entramos na cidade de Catamarca para abastecer e, sem perder tempo, tomamos rumo sul, passando por outra serra belíssima antes de chegar no nosso destino do dia.

La Rioja, com a família do Noni

Encostamos as motos no posto que fica em um dos acessos de La Rioja extamente às 18:30 h, completamos o tanque ( pois a fila das motos estava pequena e rápida), aproveitei para ligar para casa e ter notícias da família e também liguei ao nosso amigo motociclista Noni que, em poucos minutos, chegou em sua Gold Wing para nos guiar até o hotel e após nos convidou à sua casa para uma parrillada com sua agradável e simpática família.

Hotel : Imperial, rua Mariano Moreno n 345, fone 03822 422478, imperial_hotel@hotmail.com , preço US$ 50,00 apt duplo.

Percorridos 500 km


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