Urubici

Em nossa viagem de ida, optamos em deixar de lado a BR 101 (litoral) e buscar as estradas pelo interior dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Seguindo para Urubici, o roteiro era de serras maravilhosas e onde placas de sinalização “GELO NA PISTA”,
nos indicavam as temperaturas esperadas.

Chegamos à tarde e após deixar as bagagens no Urubici Park Hotel, buscamos local para almoçar. Encontramos somente o Restaurante O Bifão, único em funcionamento naquela hora. Enquanto almoçávamos, curiosos olhavam as motos estacionadas e nos recomendaram visitar ainda naquele dia o Morro da Igreja, aproveitando o dia claro e sem nuvens que se apresentava, pois raramente se conseguia ter visão perfeita naquela região. Apesar de passar das 16 horas, resolvemos seguir o conselho. São 29 km o trecho a ser percorrido, sendo 12km pela SC-439 e com acesso a uma pequena estrada pavimentada com 17 km, íngremes e repleta de curvas. Em seu pico localiza-se a PEDRA FURADA, com 1.828 metros de altitude e uma abertura de 30 metros de circunferência. Ao fundo, a cadeia de montanhas que faz parte do Parque Nacional de São Joaquim. Lá, em 1996, registrou-se a menor temperatura no Brasil, -17,8ºC. Segundo moradores do local, a sensação térmica foi de menos 40oC negativos, além de congelar cachoeiras e pequenos córregos. Em 2008, os ventos chegaram à velocidade de 178,9km/h. No alto do morro está também localizada a base do CINDACTA II – (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo).

À noite, partimos para o Bistrô “A Taberna”. Com cozinha comandada pelo Chef Fernando Moniz e sua esposa Elizabeth Queiroz, oriundos do Rio de Janeiro (de Copacabana conforme relato de Elizabeth). O local possui ambiente extremamente agradável, contando com 26 lugares, cozinha personalizada e adega climatizada.

Na manhã seguinte, confirmamos as indicações das estradas e dos passeios a serem priorizados com o atencioso Rafael Menzega, administrador do nosso Hotel. Partimos em direção à Serra do Corvo Branco, na Rodovia SC-439, e após rodar 32km chegamos ao local. Como tínhamos algumas motos Custom no grupo, recebemos recomendação de que elas seguissem somente até determinado ponto, pois dali iniciava-se subida íngreme e cheia de pedras. Essa Rodovia leva até a cidade de Grão Pará e em seu topo, foram feitos cortes nas rochas em enormes paredões de 90 metros de altura. Mais adiante, inicia-se descida íngreme com aclive de mais de 45º e curvas onde só se consegue passar um veículo. Somente assim consegue se ver a Pedra (Corvo Branco) que dá origem ao nome da Serra. Na descida, encontramos um motociclista de Florianópolis com uma GSX650R (moto esportiva), que estava parado admirando o local (ou apavorado com a descida e sem coragem para subir novamente).

Retornamos em direção ao Morro da Igreja e subimos até a Cascata Véu de Noiva. Lá, em virtude da estiagem, a cascata estava com pequeno volume d’água e alguns preferiram ficar na estalagem próxima, aquecendo-se do frio. Aproveitamos para ali almoçar, saboreando deliciosa truta. Na descida, visitamos a Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, antigo cemitério indígena, onde diversos romeiros deixam pagamento de promessas por graças concebidas. Retornando pela SC-439 e seguindo pela SC-430 em direção a São Joaquim até o Mirante de Urubici, com visão integral da cidade. Mais 8 km e chegamos à Cascata do Avencal, com queda d’água de aproximadamente 100 m de altura.


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