Minhas andanças pelas estradas da vida ensinaram que as despedidas, apesar do aperto no coração, marcam apenas o início da contagem regressiva para um ansiado reencontro. E foi assim, com a alegria de reencontrar meu amigo Rodrigo Cabral, que comecei a me preparar para despedir-me da Helô, a fiel e perfeita parceira de uma tournê de 20.000 km, onde cruzamos 25 estados desta grande nação.
Encontrei pessoas de vários países que me trataram como irmão. Os americanos, desmentindo a fama de formais e distantes, envolveram-me de atenção e carinho que deram início a grandes amizades.
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Eu já estava com hotel reservado em Orlando, mas o Rodrigo de Rezende Cabral me fez cancelar a reserva e instalou-me como se eu fosse um príncipe. Não tenho palavras para descrever como fui recebido, nunca vou esquecer de cada uma dessas pessoas: Rodrigo de Rezende Cabral e Flavia, Cristiane e Bob, Odete e Dan, Jeremy, Brittini Kynaston Gehring, Mark Edward Bratcher e muitos outros de quem não me recordo ou nem mesmo sei o nome. Pessoas que tiveram cuidado comigo, um me dando uma garrafa de água gelada, o outro me dando um colar gelado para hidratar o pescoço, a turma de Barcelona, preocupada com minhas queimaduras de sol, e muitos outros exemplos da mais pura e desinteressada fraternidade.
Hoje foi meu último dia com a Helô. Levei-a para trocar o óleo e dar uma volta aqui em Kissimmee, cidade que me traz grandes recordações. Quando cheguei, o Rodrigo falou-me num pequeno aeródromo onde existe uma espécie de museu com aviões da Segunda Guerra e da existência de um biplano que faz voos panorâmicos. Perguntei como era o biplano e a cada detalhe eu ficava mais emocionado. Em 1993 estive aqui em Kissimmee, com a minha amada Iôla na primeira e única viagem que fizemos juntos fora do Brasil e ela quis voar naquele biplano. Embora tivesse apenas duas carlingas (uma era do piloto e a outra do passageiro), o piloto topou que eu e ela nos espremêssemos na carlinga da frente (tenho isso filmado), e assim, realizamos nosso voo de sonho. Eu estava com tudo isso na cabeça quando parei com a Helô. Ouvindo o som de um motor de avião pensei: “- Será que é o nosso biplano ?”. Olhei para cima e não consegui identificar o modelo do avião, mas isso não teve a menor importância, pois o que ele escrevia no céu era, para mim, um recado lembrando que a dor da separação não é maior do que a certeza do reencontro.
Winter Garden
Na primeira foto, a Helô, estacionada na garagem do Rodrigo, aguardando meu retorno. Enquanto isso, o Rodrigo vai mantê-la em atividade, pois é um crime deixar uma moto com a personalidade e o caráter da Helô invernando como se fosse um urso….
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