Das vantagens de viajar sozinho

Hardin (MT) – Spearfish (SD) – 20 de julho

Uma das vantagens de viajar sozinho é que você não precisa se preocupar em agradar ou desagradar alguém. Não existe coisa mais decepcionante do que você estar curtindo um local, uma paisagem, uma viagem e ter alguém do seu lado de cara amarrada, como se estivesse pensando “- Se soubesse que era esta merda não teria vindo!”.

Prometi a mim mesmo jamais ver ou ouvir isso. Além do mais, a convivência durante a viagem traz um desgaste natural, e o que era motivo de risada no início, no final é um pé para uma discussão.

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Tudo isso para dizer que, saindo tarde de Hardin (MT), a ideia era tocar direto para Spearfish pois quanto mais demorasse debaixo da fornalha, maior seria meu desgaste.

Peguei a 212 para fugir da Highway I-90, mas logo no início vejo uma placa com um nome que me fez esquecer tudo: “Little Bighorn Battlefield National Monument”. Meus amigos, ali, em 25 de junho de 1876, os Lakota, Cheyenne e Arapaho, liderados pelos lendários Touro Sentado e Crazy Horse deram uma surra no Sétimo de Cavalaria sob o comando do não menos famoso Tenente-Coronel Custer. Foi um verdadeiro massacre onde 263 homens brancos encontraram a morte, entre eles o próprio Custer.

Viagem de moto pelos Estados Unidos

Ironicamente, Custer era famoso pela sua sorte (Custer Luck). Em batalhas na guerra civil, nada menos do que 11 de seus cavalos foram atingidos e mortos e ele teve apenas um arranhão de um estilhaço de granada dos Confederados.

O local está preservado e, em cada sítio onde ocorreram batalhas, existem quadros e depoimentos de combatentes de ambos os lados. Nos locais onde soldados tombaram existe uma lápide branca marcando o local. O mesmo acontece onde índios (poucos) tombaram, com diferença na coloração da lápide e, no caso dos índios, elas tem o nome do guerreiro.

Existe também um cemitério, o Custer National Cemetery, onde estão sepultados os soldados do 7º de Cavalaria e veteranos das Forças Armadas Americanas.

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O Visitor Center tem um auditório onde são exibidos filmes sobre a batalha, salas onde estão expostos uniformes, armas, vestimentas e fotos da época. E, como não poderia deixar de ser, uma loja vendendo camisas, lembranças e uma série de itens ligados ao tema. Os Rangers, que cuidam daárea, também fazem palestras sobre a batalha e é muito comum ver professores conduzindo suas turmas para assisti-las.

Viagem de moto pelos Estados Unidos

Investi duas horas de minha vida e não me arrependo. Fale quem quiser e o que desejar, mas cada um enxerga de uma forma. Desligar a Helô no alto de uma daquelas ravinas, sozinho, apenas o vento embalando meus pensamentos ! Não há dinheiro que pague…..

Por essas e outras é que prefiro viajar sozinho, isso sem falar nos perigos de andar em um “bonde” de motocicletas. Não digo que não o farei, até mesmo porque estou me dirigindo a Chicago para fazer exatamente isso: incorporar-me ao “bonde” do Comichão Custom Club de Brasília, convidado pelo meu sobrinho, e voltar a Sturgis com essa turma maravilhosa. Afinal esses caras, que nunca tinham me visto na vida, foram a Luziânia (a 60 km de Brasília) me receber e me escoltar até Brasília, onde fui alvo de uma recepção que jamais tive em minha própria cidade. Nem mesmo quando voltamos de Ushuaia (Patagônia) com 5 membros de um mesmo moto-clube. Essa é a diferença entre motociclistas e fanfarrões.

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