Bryson City (NC) – Crossville (TN) – 19 de agosto
Cherohala Skyway, mais uma das 15 melhores estradas dos Estados Unidos para percorrer com uma moto.
Hoje pela manhã, após fechar a conta do hotel, resolvi fazer um ligeiro tour a pé pela pequena e aconchegante Bryson City, afinal de contas é a melhor forma de conhecer e sentir o verdadeiro “american way of life”. Recomendo a todos que o façam sempre que possível, misturem-se à gente da cidade, sem preconceitos e abrindo sua mente para todos os tipos de informação.
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Cada rua percorrida era mais bonita do que a anterior. Surpresas se sucediam, como atravessar uma ponte com vasos de flores decorando os gradis, a antiga estação de trem como se estivesse operacional, bibliotecas, museus, cafés ao ar livre e uma gente simpática e educada que me brindava com sorrisos e cumprimentos, fazendo-me sentir em minha própria cidade.
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Foi um tanto difícil encerrar o tour, mas eu tinha um compromisso com Cherohala Skyway. Finalmente consegui encontrar-me com essa belíssima estrada de nome tão perigosamente estranho. Desde 2011 tento encontrar-me com ela, mas sempre havia algum obstáculo. Desta vez ela me recebeu de braços abertos e, em alguns momentos, com os olhos marejados em forma de chuva.
Foi emocionante, principalmente quando a névoa nos envolvia. Só quem não gostava da brincadeira era a Helô que me puxava as orelhas quando eu ficava um pouco mais ousado: – “Juizo seu velho desmiolado, já corrigi várias lambanças de Vossa Majestade (é uma forma irônica dela me tratar), mas se continuar a pilotar desta forma vai acabar nos derrubando!”. Isso refreou meu entusiasmo e trouxe-me para o mundo real.
Encontrar a Cherohala foi facílimo seguindo as instruções da bonita e simpática dona do posto de gasolina de Tobacco Branch (arrependi-me de não fazer-lhe a côrte com mais ousadia… mas eu voltarei) além disso ela me forneceu mapas e “folders” que ajudaram a entender um pouco a malha viária da região. O início da estrada, umas 3 milhas, lembra bastante as curvas do Tail of the Dragon. A pista estava molhada pela chuva da noite e o sol ainda não havia saído para seca-la.
Pilotagem cuidadosa, pisando em ovos, margem de segurança maior do que o normal até que alcançamos o marco do final da Cherohala, no nosso caso seria o início, já que faríamos o sentido inverso.
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A partir desse ponto, com a pista mais seca e as curvas permitindo velocidades maiores, a gente começa a se entusiasmar. Muitas motos na estrada, mas ninguém atrapalha ninguém, se o cara está mais lento ele dá passagem até mesmo indo para o acostamento quando possível.
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Eu estava empolgadíssimo quando começou uma chuvinha não muito forte, mas que me obrigou a colocar o “google” por cima do meu óculos de grau.
Continuei no mesmo ritmo (a Helô está com pneu novo na traseira e o dianteiro está excelente) até baixar a neblina. No começo ainda tentei seguir na mesma toada, mas começou a piorar a visibilidade até que a Helô me deu o tal puxão de orelhas. A chuva aumentou e a visibilidade era de no máximo uns 20 metros.
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Segui bem devagar, tenso, principalmente quando a faixa amarela do centro da pista desaparecia, e isso durante as 12 milhas mais longas de minha vida de “coxa”. Finalmente, logo após entrar no Tennessee, o tempo foi melhorando, a chuva parou e pudemos voltar a pilotar com garbo e elegância, já que o “cagassus galopandis” ficou para trás.
Chegando a Tellico Plains com uma fome de padre, vi uma lanchonete a beira de um rio, estacionei a Helô bem ao lado de uma mesa, debaixo de uma grandeárvore e à beira do tal rio. Lindo o lugar e ponto de parada dos motoqueiros.
Fiquei por lá quase 1 hora curtindo o local. Sai dali e poucos metros à frente um dealer Harley-Davidson obrigou-me a outra parada para as fotos coxinhas de praxe.
Como já estava ameaçando chuva novamente botei o pé na estrada e segui para o Motel 6 que reservei em Crossville e de onde teclo essas mal traçadas letras.
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P.S.: A Cherohala Skyway atravessa duas florestas nacionais, uma da nação Cherokees (de onde foi tirado o “Chero”) e a outra da nação Nantahala (de onde vem o “Hala” para formar o nome Cherohala).
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