De Mendoza a Uruguaiana

Como de costume, iniciamos nossa viagem pela região central da Argentina, às 7h, com uma temperatura de 19ºC, que permaneceu amena por grande parte do dia. Rodamos uns 400 km em pista dupla, seguida por uma estrada de pista simples, mas de asfalto bom.

Fomos parados pela policia provinciana de San Luis, na divisa com a Provincia de Mendoza e pela primeira vez em toda a viagem nos pediram documentos (da moto, carteira de motorista e carta verde). Passamos pela região de Rio Cuarto, que é um grande polo agroindustrial. Apesar de ser um sábado, pegamos muitos caminhões e a temperatura chegou aos 32ºC. Depois de 638 km chegamos a Villa Maria, onde pernoitamos no Hotel Amanecer.

O destino do dia seguinte era Uruguaiana (RS) e tínhamos muitos quilômetros pela frente e a aduana. Saímos às 6h30 também com temperatura amena (19ºC), mas a partir do meio do caminho o calor voltou e bateu novamente nos 32ºC.

O trecho até a cidade de Santa Fé é muito travado por causa das muitas cidades pequenas pelo caminho com quebra molas e semáforos. Apesar de ser domingo, a passagem por Santa Fé foi com trânsito, assim como por Paraná, já na Província de Entre Rios. O Rio Paraná divide as províncias de Santa Fé e Entre Rios e a passagem é por um túnel sob o rio na divisa. Muito interessante esse trecho.

A partir da cidade de Paraná saímos da Ruta 12 e pegamos a Ruta 127, esta com pista simples e asfalto muito ruim. Fomos parados novamente, agora pela polícia provinciana de Entre Rios, que tem a péssima fama de encontrar irregularidades onde não há, para exigir propina. Para nossa sorte, somente pediram documentos e nos liberaram.

Chegamos a Uruguaiana no final da tarde, também com calor. A aduana (Paso de Los Libres) foi super rápida, em menos de meia hora estávamos liberados. Ficamos impressionados com o número de carros argentinos passando a fronteira, seguindo para o litoral do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Depois soubemos que no período da manhã e início da tarde a espera na aduana era de duas horas, mais ou menos.

Já havíamos pesquisado hotéis na cidade, porém sem reservar, e seguimos para o primeiro da lista, Hotel da Fronteira. Conseguimos preço bom e fomos guardar as motos no estacionamento. Quando estávamos tirando a bagagem das motos, chegou o Alex, de Ribeirão Preto (SP), que também estava hospedado no hotel e ouviu o barulho das motos. Ele estava vindo do Uruguai com sua esposa, pilotando uma Yamaha Super Ténéré 1200. Conversamos rapidamente e combinamos de tomar uma cerveja no restaurante ao lado do hotel.

Banho tomado, fomos para o restaurante onde o Alex já se encontrava com a esposa. O papo rolou solto. Nos deu várias dicas de roteiro pelo interior do Rio Grande do Sul, sugerindo que evitássemos Porto Alegre por conta do grande numero de turistas argentinos. Enquanto batíamos um papo, encostou no restaurante uma Harley-Davidson Street Glide. Era o Paulo e sua esposa, da Bahia, que também estavam viajando pela região. Estavam procurando hotel e acabaram ficando no mesmo que estávamos. Deixou a moto no hotel e voltou para nos acompanhar na cerveja. O papo rolou solto até bem tarde.

Tínhamos esquecido de que no Brasil é horário de verão, o que adiantou o relógio em uma hora. Nos despedimos, trocamos telefones e no dia seguinte cada um seguiu seu rumo.


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