Na manhã seguinte estávamos novamente na estrada em direção à Lisboa. Um compromisso assumido ainda no Brasil pelo Facebook levou-nos à Figueira da Foz, onde o Grupo Motard Amigos de São Julião, nos convidara para participar de seu Encontro de motos.
Figueira da Foz é cidade portuguesa no distrito de Coimbra, inserida na região Centro e sub-região do Baixo Mondego e situada na desembocadura do rio Mondego com o Oceano Atlântico. É conhecida por ser considerada a “Rainha da Costa de Prata” pelas suas praias extensas.
Chegamos às 11 horas e fomos recebidos pelo Carlos Vinicius (Presidente do Moto Clube) que nos levou ao encontro do grupo. Este já nos aguardava para passeio no alto da Serrinha, montanha que contorna a cidade em seu lado oeste e desce até encontrar a sua costa marítima e com um lindo visual. O percurso seguia depois pela orla, sendo o trânsito contido para nossa passagem por um batedor da polícia. Retornamos ao evento onde nos foi servido almoço, com sardinhas fritas no sal grosso, carne de porco e salada. Como tínhamos que continuar viagem até Lisboa, tiramos fotos e nos despedimos (Carlos, Manuela, Paula entre outros), agradecendo a receptividade.
Figueira da Foz
Após o almoço, nos dividimos em dois grupos, um seguindo para passeio em Fátima e o outro direto para Lisboa. Nosso hotel em Lisboa fica situado sob a Ponte 25 de abril (primitivamente conhecida como Ponte Salazar, mas com a designação oficial de Ponte sobre o Tejo), que é uma ponte pênsil rodo-ferroviária que liga Lisboa à cidade de Almada. A ponte atravessa o estuário do rio Tejo na parte final e mais estreita. Após o banho, partimos para a Doca Santo Amaro, localizada em área portuária renovada e próxima ao hotel, local onde a diversão é garantida. Predominam aqui os espaços amplos com decorações que procuram o equilíbrio entre o moderno e o antigo, notório tanto nos bares como nos restaurantes e discotecas. Na sua maioria, estas recentes casas de diversão ocupam hoje o espaço de antigos armazéns da doca marítima de Alcântara.
Na beira do cais fizemos nossa refeição e um lindo pôr do sol coroava mais um belo dia de viagem.
Doca de Santo Amaro
Dia seguinte acordamos e compramos tickets para o já famoso “busão”, que nos levaria aos principais monumentos lisboetas. Seguimos inicialmente em direção a Belém e descemos no Mosteiro dos Jerônimos. O Mosteiro dos Jerónimos é um mosteiro, testemunho monumental da riqueza dos Descobrimentos portugueses. Situa-se à entrada do Rio Tejo e constitui o ponto mais alto da arquitetura manuelina e o mais notável conjunto monástico do século XVI.
Como era 2ª feira, encontrava-se fechado e só pudemos fotografá-lo em sua parte externa. Mais adiante, chegamos ao Padrão dos Descobrimentos. Ele foi inaugurado em 1960, quando das celebrações dos 500 anos da morte do Infante D. Henrique (O Navegador). Evoca claramente a expansão marítima e foi desenhado na forma de uma caravela, liderada pelo Infante D. Henrique – que segura numa mão uma pequena caravela -, seguido de muitos outros heróis da história portuguesa (Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral, – Fernão de Magalhães – que atravessou o Pacífico em 1520 -, o escritor Camões e muitos outros). Lá, subimos por um elevador e tivemos acesso ao seu terraço, onde vislumbramos Belém e boa parte de Lisboa.
Padrão dos Descobrimentos
Caminhando mais um pouco ao longo do Rio Tejo, chegamos na Torre de Belém. A Torre de Belém foi construída na era das Descobertas (quando a defesa da cidade era de extrema importância) em homenagem ao santo padroeiro da cidade, São Vicente. Para melhorar a defesa de Lisboa, o rei João II desenhou um plano que consistia na formação de uma defesa constituída por três fortalezas junto do estuário do Tejo. Formava um triângulo, sendo que em cada ângulo se contruiria uma fortaleza: o baluarte de Cascais no lado direito da costa, a de S. Sebastião da Caparica no lado esquerdo e a Torre de Belém na água (já mandada construir por D. Manuel I).
Este monumento está repleto de decoração Manuelina que simboliza o poder do rei: calabres que envolve o edifício, rematando-o com elegantes nós, esferas armilares, cruzes da Ordem Militar de Cristo e elementos naturalistas. Com o passar do tempo, e com a construção de novas fortalezas, mais modernas e mais eficazes, a Torre de Belém foi perdendo a sua função. Foi também prisão política, viu os seus armazéns transformados em masmorras, a partir da ocupação filipina (1580) e em períodos de instabilidade política. Finalmente, em 1983 a UNESCO classificou-a Patrimônio Cultural de Toda a Humanidade.
Torre de Belém
Pegamos novamente o “busão” e seguimos para o Centro da cidade. Ali, desembarcamos na Baixa, bairro totalmente reconstruído pelo Marquês de Pombal após terremoto de 1755. Possui duas das mais belas praças da capital, Praça do Rossio e Praça da Figueira, rodeadas de algumas lojas mais elegantes da cidade, desde a Rua Augusta até a Praça do Comércio. Em todo o Centro ainda se deslocam os bondes antigos, tradição mantida nessa capital. Ali, paramos num barzinho “A Tendinha”, onde comemos salgadinhos típicos e tomamos um vinho verde à moda do local, casa tradicional desde 1840, muito freqüentada pelos “patrícios”.
Mais adiante, chegamos ao elevador Santa Justa, que faz a ligação entre a Baixa e o Carmo. Com 45 metros de altura este elevador centenário é o único que presta um serviço público e foi concebido por um discípulo de Gustave Eiffel, mantendo por isso um estilo arquitetônico peculiar. No topo do elevador, temos uma vista magnífica da Baixa Pombalina e do Convento do Carmo, uma antiga igreja da qual atualmente apenas as paredes subsistem e que foi transformado em museu.
Bondinho
No Brasil, fomos orientados para em Lisboa, evitar os restaurantes de famosos e caros. A orientação era fazer como fazem os lisboetas, que comem muito bem e por um preço justo. Após a pesquisa, encontramos um “Restaurante Típico”e resolvemos almoçar ali. Pedimos pratos de peixe (Bacalhau) e as porções eram impressionantes. Apesar de estarmos com muita fome, nenhum de nós conseguiu comer totalmente o conteúdo das travessas. Cada prato custava 6,5 euros e as porções dariam tranquilamente para duas pessoas. O nome do restaurante era “Casa Chinesa” e curioso, perguntei o motivo. A garçonete explicou que durante o período das navegações portuguesas, ali tinha sido um depósito de especiarias e sedas trazidas da China e como foram mantidas as gerações dos antigos proprietários, estes mantiveram o antigo nome, apesar da alteração do ramo de negócio.
Após o almoço, resolvemos visitar o Castelo de São Jorge. Conquistado aos Mouros em 1147, ele estende-se por uma área de aproximadamente 6000 metros quadrados, incluindo diversas torres, vigias, um fosso (agora seco) e duas praças divididas por uma muralha interior, mas com uma porta comunicante. Fica localizado no topo mais alto de uma colina no bairro de Alfama, com vista para o Rio Tejo e para a cidade. Foi considerado Patrimônio Nacional em 1910 e trata-se do monumento mais emblemático da cidade de Lisboa.
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