113° dia – 17/08/13 – sábado – Popayán (Colômbia)/ Tulcán (Equador)
Acordei às 3h30 e fiquei até às 6h, hora do despertador tocar, aproveitando a insonia produtiva para atualizar os diários e às 6h30 partimos para estrada.
Abastecemos mais adiante e, por coincidência, tinha um poster para concorrer a uma viagem ao Brasil.
No caminho, paramos num pueblo chamado El Bordo e nos indicaram o restaurante da dona (pronuncia-se duenha) Pepa.
Ambiente simples, mas agradável, tudo limpíssimo e melhor, banheiro com sabão e toalha! Nos preparou um café muito bom e quando contei para ela e o marido Alvaro, o significado do desenho da nota de P$5.000, que é de um poeta colombiano José Asunción Silva, que se matou por um amor impossível, ele imediatamente trouxe um livro com os poemas entre eles o Nocturno, e me presenteou. Infelizmente, como não temos mais espaço na bagagem nem para um cartão de visitas, agradeci muito, tirei uma foto do livro com o casal e guardo como lembrança carinhosa.
As estradas estavam excelentes, salvo alguns trechos em conservação. No meio do nada, de repente, um festival de flores de ipê amarelo cobrindo a estrada como um manto presenteado pela natureza.
Na estrada, de repente, um galpão de Salão de Baile num vilarejo com o letreiro ” Viejoteca”. Dentro do capacete quase morri de rir imaginando os véinhos de 60 anos dançando sob o som de músicas antigas e saudosas…
Em Pasto, paramos para deixar um abraço para Christian e o irmão Richard, haleyros apaixonados que tínhamos conhecido na ida. O Ruy deu a dica de como se tornar um PHD e creio em breve teremos dois novos companheiros.
Na fronteira, muita burocracia de cópias e mais cópias, mas sem ter que ficar carimbando isso-e-aquilo, que enche a paciência. Aí lembrei das primeiras passagens pela migração, quando apontavam para algum guichê (ventanilla/”ventania” pronuncia-se) normalmente com umas senhoras gordas e falavam que eu tinha que ir lá e “agarrar los seios”. Era pegar os selos (sellos pronuncia-se seios = carimbos)… Juro que nem tentei…
Bom, voltando às estradas, excelentes de um modo geral ressalvando-se alguns trechos em manutenção ou ampliação, são de fazer inveja às nossas BR’s. O trecho da BR-364 em Ji-Paraná, por exemplo, é uma estrada de “primeira”, ou seja, se passar a segunda marcha, quebra roda, suspensão, tudo… Alguns momentos da estrada via um tapete negro cortando o verde dos pastos e uma natureza exuberante em volta.
Penso um dia fazer um resumo sobre “leitura de piso”. Acho vital motoristas/ motociclistas “lerem” o que o piso das estradas ou ruas/ avenidas querem dizer. Podem transmitir muita coisa, inclusive salvar vidas. Uma mancha escura no asfalto pode ser óleo. Idem mancha colorida meio furta-cor na chuva, é óleo também e tombo certo, e aí vai,… marca de freadas na entrada de uma curva, é curva fechada ou perigosa. Mas nunca imaginei ler piso com bosta de cavalo… É que havia uns montinhos frescos e antevi carroça. Bingo! Já os rastros secos e já amassados por pneus tudo bem, já passaram há tempo. Enfim, quem quiser ajudar enviando mais dicas e experiências, podemos reunir tudo em um artigo de dicas para os viajantes aqui no ViagemdeMoto.com.
Chegamos a Tulcán num sábado festivo de feriadão. Quase todos os hotéis começaram a ficar lotados. Conseguimos um “bonzinho”, mas que tinha uma boate bombando no subsolo. No cansaço da viagem, apaguei e nem ouvi mais nada.
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