A estrada mergulhava numa grande depressão, em seguida ao forte aclive a visão impactante de um imenso azul do oceano Pacífico… Foi sem dúvida o encontro mais emocionante da viagem. A visão daquele grande oásis teve um misto de surpresa, beleza e alívio… Creio que mesmo que não tivéssemos decidido antecipadamente ficar por ali, essa imagem seria mais que suficiente para convencer a todos.
A cidade é a capital da Segunda Região do Chile e tem na atividade industrial e portuária sua marca mais importante no desenvolvimento do norte chileno. Além de uma geografia singular, espremida entre o mar e a cordilheira, apresenta ainda grandes atrações turísticas nas formações geológicas de falésias, com grande destaque para o monumento natural “La Portada”, um ícone do turismo local. Mesmo cansados da viagem, não resistimos pilotar nas suas avenidas à beira mar, com o disfarçado intuito de encontrar um hotel, mas que na verdade era de sentir a brisa marinha e absorver um pouco do agitado cotidiano da orla, jardins e cores que o deserto cinza tinha nos negado por vários dias.
Acabamos nos instalando num apart-hotel, por oferecer além da economia, a possibilidade de juntar todos numa única e espaçosa acomodação, que contava com uma garage segura e ótima localização na área central à beira mar. Não demorou meia hora para chegar ao local mais dois motoqueiros brasileiros em duas esportivas e o papo engrenou, mesmo antes de desfazerem as malas… Depois de percorrermos a pé a orla e seus belos jardins, ficamos o resto da tarde num grande shopping, que possuía um formidável terraço com vista ao oceano, de onde consegui fotos inusitadas do pôr do Sol no Pacífico, de enormes pelicanos em rasantes espetaculares, um fim de dia memorável. À noite saboreamos os tão elogiados frutos do mar chilenos, regados a um fino vinho da terra naturalmente, num restaurante do requintado iate clube local. Afinal uma rara oportunidade dessas até merecia uma pequena extravagância.
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