Na manhã seguinte estávamos partindo para a Bolívia. A estrada era muito boa, com belo visual e logo chegamos a Desaguadero, fronteira do Peru com a Bolívia. Havia ali um movimento intenso nas aduanas e nos chamou a atenção a arquitetura Boliviana e suas construções. Na Bolívia, o material de acabamento das casas e prédios (areia, areola, argila) é muito caro e somente as casas mais abonadas utilizam em sua construção. Por toda parte (inclusive La Paz, sua capital), construções somente no tijolo, sem nenhum emboço, trazem um ar de favela por todo país.
Observamos também pouca higiene e grande volume de lixo e detritos jogados por todo caminho, além da pobreza reinante pelo país. Belezas naturais aliada à vista dos Andes com seus picos nevados, compensavam o prazer da viagem.
Na definição do nosso roteiro de viagem, tínhamos deixado de lado a Bolívia em virtude dos relatos informando sobre a dificuldade de abastecimento neste país e sentimos na pele ao chegar a La Paz. Paramos num posto de gasolina e fomos informados que não poderíamos abastecer as motos. Como a gasolina é subsidiada pelo governo, estrangeiros para abastecer somente em postos com Nota Fiscal e pagando preço 3 vezes superior ao normal. Porém, provavelmente para fugir da tributação governamental, praticamente nenhum utiliza.
Rodamos por todo o entorno e contratamos um táxi que nos levasse a um posto que nos atendesse. Após rodar bastante, conseguimos o feito. Com a apresentação de 1 passaporte, todos fizeram o abastecimento e o pagamento foi com um bom ágio. Em seguida, partida para Oruro.
Muitas obras por todo o caminho com diversos desvios sempre ao lado e trechos de areia e pedra. Após rodarmos uns 100km, violenta tempestade se aproximava e logo fomos atingidos por ela. O céu escureceu rapidamente e chegou uma nevasca rápida e logo após uma grande tempestade de granizo. Ali, Rui e Vitor, que encontravam-se mais à frente, seguiram o caminho. Eu e mais alguns que paramos para colocar roupas de chuva e atrasamos um pouco, chegamos a um pequeno vilarejo e paramos para nos proteger do granizo. A partir dali, a chuva ficou intermitente e a cada desvio a lama aliada à pedras ficou intensa. Começava a anoitecer e o cruzamento com os outros veículos sujava totalmente a viseira do capacete.
Chegamos à noite no Hotel em Oruro. O restaurante do Hotel ficava no 7º andar, com uma vista maravilhosa da cidade. Tagino solicitou pizzas e “pollo” (frango), que foram devorados com vontade pelo grupo, acompanhado da minha parte por um scotch com preço bem honesto.
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