Sai de Roma tentando recuperar o dia a mais que fiquei para fotos. Para isso teria de pegar autoestradas, mas ao mesmo tempo tracei uma rota que não fosse tão insípida a ponto de dar sono.
Olhando no Guia Michelin, vi que na costa do Adriático, bem na reta de Roma, tem uma cidade chamada Giulianova e a estrada passa pelo Parque do Gran Sasso. O Gran Sasso é, como o nome diz, uma enorme rocha onde funciona uma badalada estação de inverno e onde Mussolini chegou a ficar preso em setembro de 1943 por ordem do Rei Victor Emanuelle. Ele foi libertado por ordens expressas de Hitler. O escolhido para a missão foi o Major Otto Skorzeny e seu grupo de paraquedistas. Numa operação cinematográfica, chegando em 10 silenciosos planadores e sem disparar um tiro, prenderam toda a guarnição italiana e puseram o sacana do Mussolini num teco-teco, levando-o para uma região da Itália dominada pelos nazistas. Não adiantou muito. Logo depois a guerra chegava ao final e ele e a amante, Clareta Petacci, foram fuzilados e dependurados em um poste de cabeça para baixo. Coisa de italianos.
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A estrada tem um túnel passando por debaixo do Gran Sasso e foi motivo, e ainda o é, de brigas intermináveis com os ecologistas. Na época da construção, um bolsão d’água foi perfurado, inundando a galeria e matando alguns operários. Depois disso resolveram fazer um laboratório para experiências científicas debaixo do túnel (dizem que é um local onde uns tais de “raios que os partam” nunca alcançam). Mais tarde ainda ocorreu um pequeno vazamento de substância química, afetando pastos próximos. Bem, passei pelo túnel. Com cagaço, mas passei.
O tal rochedo é realmente imponente. Depois dessa epopéia, foi a visão do Adriático à frente, com suas águas muito azuis, que contrastavam com as plantações de girassóis que passaram a me acompanhar na beira da estrada. De quando em vez ruínas de uma edificação dos mouros, dos romanos, dos visigodos ou dos engenheiros brasileiros…
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