Ontem, ao entrar no quarto, tomei um susto com os travesseiros. Tudo bem que os hotéis têm mania de encher a cama de travesseiros (até hoje não descobri o motivo), mas esse foi muito estranho, botei a imaginação para funcionar e a coisa tomou ares pornográficos, achei melhor parar.
Hoje nem comentei o assunto com o dono, fiz o desjejum e coloquei a Brigitte na estrada depois de me agasalhar bem. Ontem, na chegada, já tinha sofrido um bocado. Hoje coloquei 2 meias, a calça de cordura, que deixa um cheiro de xulé miserável, por cima da calça de inverno e coloquei o forro de inverno que eu tinha retirado da jaqueta. Além disso, coloquei cachecol e luvas inteiras, pois o sol não tinha saído e estava uma espécie de neblina baixa. Melhorou muito e ficou gostoso de pilotar serpenteando por entre muros e galpões de pedra dos pequenos vilarejos, testemunhas de muita história com H maiúsculo.
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Mas isso era passado, agora era nosso momento, eu e a Brigitte. Ela, muito elegante e altaneira, jamais perdendo a classe, mesmo nos passos mais ousados. O problema era passar direto por paisagens de cinema sem fotografa-las para vocês. Perdi várias, por excesso de velocidade ou por vir carros colados na minha traseira, mas acho que algumas delas dão uma ideia aproximada da beleza da região.
Minha viagem de moto pela Europa continua. Meu destino do dia era Porcaro, onde se situa a capela da Notre Dame dês Motards, claro só velho coxinha sabe disso e, principalmente, a ligação dela com a Notre Dame de Fátima.
O caminho para Porcaro passa por Rennes, onde cheguei por volta de meio-dia e fui direto para uma concessionária Yamaha para resolver o problema do GPS. Eles tinham acabado de fechar para almoço e só abririam às 2 horas da tarde. Para minha sorte, o Fred, proprietário de uma bela loja de acessórios e pneus ao lado da Yamaha, vendo meu problema, ajudou-me contactando o gerente da oficina da Yamaha (via celular), guardou meu capacete e casaco e me deu a dica para comer bem e barato a uma distancia de 1 quadra de onde estávamos. Na volta, encaminhou-me ao gerente e ainda me deu uma rede para prender a bagagem de brinde.
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O pessoal da Yamaha atendeu-me rapidamente, o serviço ficou perfeito, pois fizeram a ligação pós chave, escondendo o fio por baixo do tanque. Despedi-me de todos e o Fred ainda me deixou seu telefone para qualquer emergência com o idioma. Nas minhas viagens acontece com frequência encontrar esses verdadeiros motociclistas.
Parti para Porcaro encontrei a Capela da Notre Dame dês Motards e coloquei a moto bem próximo à entrada, já que não tinha ninguém tomando conta.
Após as orações e as fotos, comecei a me preocupar com a gasosa da Brigitte, parei na cidadezinha de Guer, tracei uma comida caipira (um tal de couscouz) e abasteci a garota.
Depois da comilança vim para um hotel sensacional, onde a entrada é pela porta dos “toilettes”! Também, vocês querem o quê por 34 Euros? Tomara que não tenha os travesseiros pornográficos do hotel de Le Ribay.
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