Ao planejar uma viagem de moto mais longa sempre nos deparamos com um problema: abastecimento. Em média, uma moto de maior cilindrada, tem autonomia entre 250 a 280 km, salvo raras exceções, causando um certo desconforto e preocupação aos viajantes, afinal de contas, quem gosta de ficar parado por falta de combustível? Combine este problema a variações de clima, por exemplo (chuva, calor ou frio), não vai ser nada confortável.
De imediato, para resolver o problema, qualquer um de nós pensaria em utilizar como reservatório de gasolina uma, duas ou mais garrafas pet de 2 litros, dependendo do percurso que acreditamos não ter ponto de abastecimento. Problema resolvido, vamos preocupar com os demais detalhes da viagem. Não é tão simples assim, acredito ser importante fazer uma avaliação dos riscos e até mesmo avaliar outras opções mais seguras.

Mensurar os riscos é fundamental, pois o conteúdo a transportar é altamente inflamável. O local em que o mesmo será colocado na motocicleta deve ser avaliado, ao encher a garrafa deve deixar pelo menos 5% de espaço livre em virtude da geração de gases ao abastecer e transportar e nunca encher até a tampa, enfim, é preciso ter cautela.
Além disso, é preciso evitar problemas com a fiscalização, acidentes e sei lá mais o que pode acontecer. (dias atrás postei um artigo: a única certeza da viagem: os imprevistos!).
Legislação
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), em vigor desde agosto de 2008, por motivo de segurança, proíbe textualmente (NBR 15.594-1) a venda e o transporte de combustíveis em recipientes plásticos, como o citado, e, ainda, define os procedimentos para o abastecimento de motocicletas. (alguma vez o frentista pediu que saísse da moto para ele poder abastecer? essa norma prevê isso como procedimento padrão).
A venda de combustível fora do tanque do veículo só pode ser feita por meio de recipientes metálicos ou não metálicos, rígidos, certificados e fabricados para este fim e que permitam o escoamento da eletricidade estática gerada durante o abastecimento. Além disso, estabelece que este deve ser feito com o recipiente fora do veículo e apoiado sobre o piso, com o bico embutido o máximo possível dentro dele. Ainda segundo a norma, para evitar transbordamento pela dilatação do produto, esses “tambores” devem ser preenchidos em até 95% de sua capacidade.” (fonte: Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo).
O que fazer? Deixar de viajar? De forma alguma…
Não vamos descartar totalmente a utilização das garrafas pet´s. Volto a falar nelas daqui a pouco, mas antes vamos a uma excelente opção de transporte.
Garrafa própria para transporte de combustível (recomendado)

Fabricada na espanha pela Primus, a garrafa própria para transporte de combustível líquido é em alumínio, revestida internamente com camada anti oxidante, tampa com orifícios para saída de pressão e é ultra-leve, com peso de 166 gramas. O recipiente maior é de 1 litro e possui um ano de garantia contra defeito de fabricação.
Por ser um recipiente próprio, o custo não é de uma coca-cola 2 litros, mas levando em conta a segurança, fundamental neste caso, o custo é moderado, entre R$ 80,00 e R$ 100,00.
Onde comprar: Pack Track Outdoor Equipment ou Arco e Flecha
Garrafa pet (não recomendada e proibida a utilização para compra e transporte de combustível)

Como acredito que a maioria vai achar um absurdo ter que adquirir uma garrafa especifica para este fim, vou sugerir a utilização da garrafa pet, deixando ciente as restrições legais da mesma, visto que a maioria faz a utilização desta embalagem.
Pensando na segurança, ao acomodar tal recipiente, deixe em um local na motocicleta que seja mais seguro em caso de um incidente (queda por exemplo), vede bem, enrole com cuidado, não encha até a boca e a dica mais importante de todos, mude a forma de utilização da pet.
A ideia é que ela seja uma reserva, no entanto, usando como parâmetro a média de consumo da sua moto por litro, quando rodar o correspondente aos litros que você esta levando de reserva, pare e complete o tanque com o recipiente pet, desta forma você irá rodar um número de quilômetros menor transportando a gasolina e por consequência evita uma série de riscos, inclusive com a polícia.
No próximo abastecimento, complete novamente a garrafa pet e repita o processo. A viagem irá render um pouco menos, mas em contra partida você estará despreocupado a maior parte do seu percurso. No mais, boa viagem…
Fonte: Monges MC
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