Estudo sobre motos no corredor

Estudo diz que acidentes com motos no corredor são menos graves

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Enquanto avançam lentamente pelas estradas congestionadas, os motoristas da Califórnia verão muitas vezes os motociclistas passarem rapidamente no espaço estreito entre duas faixas de carros. Esta prática de ultrapassar outros veículos que viajam na mesma direção, compartilhando sua pista, é chamada de corredor (no Brasil). Em um relatório da Universidade Berkeley, pesquisadores de transporte descobriram que não importa o que alguns motoristas irritados poderiam pensar, não necessariamente transitar no corredor representa um maior risco para lesões. 

Um estudo realizado por pesquisadores do Safe Transportation Research and Education Center (SafeTREC) da Universidade Berkeley constatou que o corredor é relativamente seguro se for utilizado com o tráfego em movimento em 50 mph (80 km/h) ou menos, e se motociclistas não excederem a velocidade dos outros veículos por mais de 15 mph (24 km/h).

“Surpreendentemente, descobrimos que a diferença de velocidade entre a moto e o tráfego circundante foi um fator maior de lesão do que a velocidade isoladamente”, disse o principal autor do estudo, Thomas Rice, epidemiologista do SafeTREC, que é baseado na Escola de Saúde Pública da Universidade Berkeley. “Acima de um diferencial de velocidade de 15 milhas por hora, o risco de lesões aumenta significativamente.”

A Califórnia é o único estado americano onde motocicletas utilizarem corredor não é ilegal; um projeto de lei que regulamenta a prática está fazendo o seu caminho através do legislativo estadual. Os pesquisadores analisaram dados de colisões de trânsito envolvendo motocicletas na Califórnia entre junho de 2012 e agosto de 2013. Dos cerca de 6.000 acidentes relatados pela California Highway Patrol, 997 circulavam pelo corredor no momento da colisão.

“Aprendemos que, quando os motociclistas que circulam pelo corredor estão envolvidos em colisões, o cenário mais comum é um piloto viajando muito rápido quando um motorista tenta mudar de faixa”, disse Rice. “Eu acho que quaisquer esforços para incentivar os pilotos a reduzir seus diferenciais de velocidade irá prevenir colisões e lesões. Um resultado da legislação ou outras diretrizes pode ser uma maior consciência entre os motoristas sobre motocicletas no corredor. “

Os dados utilizados no relatório da Universidade Berkeley incluem detalhes sobre a maneira pela qual os acidentes nos corredores ocorreram, tais como a velocidade dos veículos, a hora do dia e os tipos de capacetes utilizados. Os relatórios também incluem informações sobre os ferimentos sofridos.

“É importante notar que a partir dos dados do nosso estudo, não somos capazes de estimar o risco de entrar em uma colisão em primeiro lugar”, disse Rice. “O que podemos fazer é olhar para as colisões que ocorreram envolvendo motocicletas e determinar se o corredor coloca um maior risco de lesão para os pilotos, e se a maneira pela qual os pilotos conduziam suas motocicletas influenciaram determinados tipos de prejuízo.”

Comparado com outros motociclistas, aqueles que conduziam no corredor eram mais propensos a andar em dias de semana e durante o expediente de trabalho, utilizam melhores capacetes, e viajam a velocidades mais baixas. Era menos provável que tenha feito uso de álcool e que esteja transportando um passageiro.

Também em comparação com outros motociclistas envolvidos em uma colisão, os pilotos que se acidentaram no corredor eram menos propensos a sofrer lesões na cabeça (9 por cento contra 17 por cento), lesão do tronco (19 por cento contra 29 por cento) e lesão fatal (1,2 por cento versus 3 por cento).

A maioria das motos que andavam no corredor – cerca de 69 por cento – excederam a velocidade do tráfego circundante por cerca de 15 mph ou menos. Mas cerca de 14 por cento deles viajavam pelo menos 25 mph mais rápido do que os veículos circunvizinhos.

“É claro que, quanto maior o diferencial de velocidade, mais perigoso é, portanto, um conselho óbvio é desacelerar para diminuir o risco de lesão”, disse Rice.

Link para o estudo

Fonte: UC Berkely


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