Minha Bzinha é um show

Creiam, se puderem, pois esta estória é verdadeira.

Numa das viagens de moto, desta vez ao Pantanal, fizemos mais um amigo, o Marcão, lá de Bonito-MS, que tornou-se bastante especial, pela sempre cordial atenção e camaradagem.

Certa época nos retribuiu a visita, sendo hospedado em minha casa por uma semana, quando repousaria de cansativo período de trabalho.

Neste período, ansiosos por retribuir-lhe da mais agradável maneira e total hospitalidade, já que viera de moto, programamos vários passeios sobre as 2 rodas, no intuito de que aproveitasse cada instante da visita.

No meio da semana, eu já tinha um compromisso na capital, quando levaria minha filha ao médico, o que, claro, foi feito de carro, na companhia do amigo Marcão. Camarada bonachão, sotaque caipira, cheio das piadas na ponta da língua, com infindáveis casos contados com humor invejável.

Pois bem, no trajeto de casa para São Paulo, minha filha e esposa, ainda sem conhecer bem o ilustre visitante, provocam assunto daqui, outro de lá e a viagem seguindo. Um dos temas foi o estresse provocado pela rotina de trabalho, compromissos familiares, o custo de vida e…

…Marcão soltou a língua: “- Parece mentira contar que arguém pode ficar estressado em Bonito, né???? Mas acontece com todos e eu não tô fora disso. Sempre que me sinto assim, trepo na Bzinha e pau!!!!” Minha esposa e filha se entreolharam admiradas, mas ele não se intimidou e continuou.

“- A melhor manêra que achei de me desestressá foi esta, e só homem sabe como é bão, né Zé??” Eu, meio que sem jeito, na frente da família, e sem querer chateá-lo, acanhado, concordei sob olhares críticos das duas passageiras. “No fundo, vocês sabem que nunca trepei com nenhuma Bzinha; sempre fui, e sou, homem de fé, que tem na família sempre uma prioridade.”

Dirigindo e sem espaço pra dar um sinalzinho ao amigo pra que ele mudasse de assunto, Marcão continua…..

“- Ceis sabe: casamento e trabaio é sempre as mesma coisa, mas depois que consegui conquistar minha Bzinha, um velho sonho, nunca mais briguei nem em casa nem lá no Sucuri” (onde ele trabalha).

“- Deu estresse, pau…. e ela tá sempre à minha disposição, num nega fogo nunca!!! Mesmo quando fico um tempão sem usar, é só meter o dedo no botão e ela pega fogo.”

Eu comecei a engolir seco e pensava: até onde Marcão vai com essa estória? Kct, o que a minha esposa vai pensar??? Me libera sozinho pro Pantanal, eu conheço Marcão que é tarado na Bzinha. Por sinal, quando lá estive, ele, gentilmente, me ofereceu pra dá uma pegada na bzinha: “- Zé, é uma fera, apesar da idade!!! Já tô com ela há 5 anos e não troco por nenhuma ôtra. Devido à idade dela, eu não uso mais proteção, mais tá sempre bem lubrificada !!!!” Minha mulher já mandava o olhar numero 16, aquele do “conversamos na volta.”

Já minha filha, jovem e desprendida, provoca: “- Mas Marcão, lá na cidade pequena você não tem receio do que tá rolando com a “bzinha” causar um abalo na sua relação??” “- Que nada!! Minha relação é forte e foi escolhida “a dedo”. Minha segurança num tem preço.”

E continua: “- Que nada!!! Eu não vou ficar dando rolê pela cidade e dá mole pros malandro que tão sempre de olho nas minha coisas. Ela é meia velhinha, mais uma companheira fantástica. Num refuga, num engasga, num treme, rola suave. Sempre sumo com ela na natureza e como ceis sabe, lá num falta, né?”

“- Costumo pará num lugar bem afastado, pra ninguém me enchê o saco. Lá debaixo da goiabêra, numa sombra linda, rola tudo que minha cabeça puder pensar e ela firme ali, do lado. Isso é que é companheira ponta firme, né Zé?” Acho melhor a gente parar pra um cafezinho no Frango Assado, o que acham? E Marcão: “- Qui nada Zé, lá na capitar nós tomamo um café.” Perdi de novo a chance de dar um toque pro Marcão e me perguntava até onde ele teria coragem de ir com esta conversa.

“- Tem coisa melhor? Deitá numa sombrona da goiabêra, relaxando, sem hora pra vortar, ninguém sabe onde que eu me enfiei, tem água fresca ali mesmo na bica, mais ela nunca pede água, mesmo quando o negocio esquenta pro lado dela”, continuava. “- Eu sempre fico de barriga pra cima pra ficá olhando pra ela; sei lá se num aparece arguém que qué metê a mão na minha bzinha??? O tempo passa, vô relaxando, e vem a vontade de cumê uma bem madura e ali, bem do meu lado, sobrando. É só levantar o braço que já meto a mão em duas redondinhas, bem em cima de mim” (ele falava era da goiaba).

A esta altura do papo, já chegávamos a São Paulo, mas a erótica descrição, quase um monólogo, nos deixava até curiosos. E Marcão mandava: “- Depois das duas, eu já tô enjoado e não quero mais nada, só uma soneca. Êta coisa boa, né Zé ??” Eu já não tinha mais palavras, a boca seca me impedia de qualquer manifestação.

“- Óia, quando eu chego em casa, eu tô ôtro!!! A mulher qué saber o que deixou eu tão relaxado e exclama: Já sei !!! foi pro mato dá um role na Bzinha, né??? E eu, abraçando forte a patroa, respondo: isso mesmo já guardei ela e só na semana que vem eu saio de novo.”

HONDA BIZ(inha) 125 – sua companheira pra qualquer hora.

Esta estória, que dedicamos ao Marcão, é sempre lembrada com carinho.

Zé, Jane, Lara e Bia.


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