Alguns textos nos apontam lugares, que pelo visto fenomenais, de viagens de moto pelo mundo afora, mas eu queria relatar aqui que existem lugares mais pertinho tão legais e bonitos e, como eles, podem mexer com as emoções de uma pessoa.
Faziam uns oito anos que eu estava sem pilotar nas duas rodas, motivado por um acidente e, embora não querendo ir contra a familia, sempre ficava aquela vontade…, que se vai segurando como pode.
Até que um dia fui a São Paulo com a família e lá, eu ví como os “bandos” de motociclistas “andam”, nos corredores de moto no meio dos carros, e como fizeram meio que “na marra” uma interação, uma dinâmica no transito paulista, aquela da gente lá parado e os camaradas motociclistas ” se mandando” por entremeio daqueles carros todos.
Eu confesso; curti aquilo, mas o maior impacto ainda estava por vir, aquele que me fez retornar ao mundo das duas rodas.
Estavamos de carro na Imigrantes com sentido a Santos, e como naquela época não tinhamos em Minas rodovias de 110Km de velocidade maxima, estava achando aquilo o maximo, quando lá pela altura da represa Billings, vi pelo retrovisor um “trem” lá atras, e falei pro “meu povo”:
-Olha ai gente!! vem um pessoal ai atrás “esticando o cadarço”.
Eram máquinas esportivas CBF1000, algumas Ninja, mas eu posso ter me enganado porque elas passaram por nós “queimando o asfalto”, berrando alto, e do mesmo jeito que aquele grupo se aproximou, sumiu lá pelá estrada. Ali era um retão de varios Kms, metade em descida e a outra de subida leve. Não deu nem pra nós fazermos a descida e a turma já havia sumido.
Não fazia ideia, que estava rolando o maior encontro de motoclubes lá em santos e que o pessoal estava se deslocando pra lá. Isso só foi me ocorrer mais alguns quilômetros à frente, quando a paisagem se tornou deslumbrante, quando a Imigrantes chegou na serra do mar num cenário espetacular, muita mata, estrada boa, viadutos e pontes enormes e ao fundo o litoral de santos, além é claro dos não menos espetaculares túneis.
E foi dentro de um desses túneis que um outro bando passou por nós, estes estavam mais maneiros na velocidade, mas eram super-estilosos, eram os “Harleyros”. E cada maquina, meu amigo, cada uma mais bonita que a outra. Com muita disciplina o grupo passou por nós e o barulho (que aliás vim a saber mais tarde, que não se fala barulho, no mundo das Harley se diz “som” ) daquelas máquinas dentro do túnel era MARAVILHOSO.
Ao chegar na praia confirmei minha suspeita ao não encontrar lugar para estacionar, estava tudo tomado pelas motos, eram quarteirões inteiros só de motos estacionadas e tudas lindas.
Então, meu amigo, foi muita a pressão, a praia foi até boa mas de volta a Belo Horizonte, tive que contrariar a família. Comprei uma moto e finquei de vez, a minha bandeira no motociclismo.
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