Somente uma coisa é certa, a de que sempre haverá mudanças. Fato cada vez mais crescente nestes novos tempos, em número e velocidade. Estão tão presentes no nosso cotidiano, como a nossa dificuldade para assimilá-las.
Um simples papel que comumente usamos, era de 1000 anos até alguns dias atrás, a melhor tecnologia que tínhamos para efetuar registros.
Estima-se que no período entre o ano de 1986 e 2007 foram produzidos 296 exabytes, ou 296 bilhões de gigabytes, de informações. Este valor é muito maior do que tudo que foi produzido nos últimos 5.000 anos, até 1986.
Em 2010 foram enviadas uma média de 294 bilhões de mensagens por dia pela internet no mundo.
A cada mês são feitas mais de 30 bilhões de procuras no Google. Em 2006 eram 2,7 bilhões.
200 milhões de pessoas “vivem” no MySpace. Se ele fosse um país, seria o 5º maior do mundo, estaria posicionado entre a Indonésia e o Brasil.
Como a tecnologia tem se espalhado pelo mundo? Sabe qual é o país com mais conexões à internet por banda larga (per capita)? Resposta: Bermuda, e o Estados Unidos e Japão ocupam somente o 19ª e 22ª posições, respectivamente.
A NTT Japonesa desenvolveu um cabo de fibra ótica que envia 14 trilhões de bits por segundo, o que equivale toda a informação contida em 2.660 CDs transferida em 1 segundo.
Durante a leitura deste simples texto, cerca de 700.000 músicas foram baixadas pela internet no mundo. Detalhe: esta quantidade está dobrando a cada 6 meses.
E estas mudanças não acontecem somente com a internet e no que está à sua volta. Estamos vivendo tempos de muitos avanços em tudo.
Os 10 empregos com maiores procuras em 2010 não existiam a 6 anos atrás.
1 em cada 4 trabalhadores está em seu emprego atual a menos de 1 ano, e 1 em cada 2 está a menos de 5 anos.
Um celular relativamente comum hoje em dia toca música, é videogame, envia mensagens, acessa a internet, tem GPS e vários aplicativos. Ops (sic), íamos nos esquecendo, também faz ligação.
Estamos preparando estudantes pra empregos que ainda nem existem.
As informações técnicas estão mudando a cada 2 anos, significando em tese que quando um estudante do ensino técnico estiver no 3º ano, muito do que ele aprendeu no 1º estará ultrapassado.
O comportamento do consumo muda constantemente. Uma nova cultura de consumo coexiste em meio a constante mudança. Não são as tecnologias que mudam a sociedade, mas sim a sua utilização.
O rádio demorou 38 anos pra chegar a 50 milhões de lares. A televisão 13 anos. A internet 4 anos. O iPod 3 anos. O Facebook 2 anos.
E nós motociclistas e triciclistas estamos no meio destas mudanças, seja na nossa vida no dia-a-dia ou na tecnologia embarcada das nossas máquinas de 2 e 3 rodas, e equipamentos.
O nosso movimento motociclista é sustentado por valores remanescentes de uma história construída a muitos anos pelos primeiros amantes destas máquinas maravilhosas, e de tudo que gira em torno delas.
Muito pouco mudou nos sentimentos, ideais, costumes e indumentária básica destes seres em duas rodas ao longo desta história, num conservadorismo que parece se opor a esta constante mudança em quase todos os outros âmbitos da nossa vida.
O que pode parecer uma desconexão com a modernidade, se constitui justamente na razão de sua segura existência e perpetuidade, numa tolerante convivência com todas estas mudanças e com o seu tempo.
O sentido que damos ao nosso motociclismo está à frente de qualquer tempo e suas influentes mudanças. Em cada uma delas, devemos aproveitar os benefícios de sua modernidade na nossa vida no motociclismo e fora dele, com praticamente nenhuma influência nos nossos costumes e a temporalidade do nosso jeito de ser.
A nossa leitura do mundo precede a leitura dos tempos e suas mudanças.
Mesmo com todas as mudanças, sabemos por quais caminhos desejamos seguir, encontre-os neste final de semana e explore a perpetuidade de nossa existência como motociclistas e triciclistas.
Nesta semana abrimos parênteses, aliás, grandes parênteses pra falar de uma pessoa, na realidade de uma rainha guerreira do nosso motociclismo, deste tempo e que teria um alto valor em qualquer tempo. Uma grande alma do Estado do Rio de Janeiro, que se expandiu por todo o Brasil. Momento pra falar da Cris, Presidente do Raposa do Asfalto MC de Paraíba do Sul-RJ. Pra falar da Cristina D´dazzio, uma mulher admirável e de grande importância no motociclismo. A sua existência está consolidada a este nosso motociclismo, e vivendo nele, a viveremos para sempre, nos fazendo merecer o seu legado.
Abraços e boas estradas
Deixe um comentário