Prática de conscientes boas ações

Somos realmente criaturas intrigantes, somos capazes de boas realizações, mas também de ações irresponsáveis ou simples omissão.

Observaram que existe no mundo um grande número de pessoas que dedicam a sua vida pra nos servir? Diretamente ou indiretamente?

Onde muitas destas pessoas não recebem remuneração em espécie alguma, a não ser a de um mágico prazer, que somente elas o reconhecem, neste ato de se entregar totalmente na ajuda ao próximo.

Recentemente colaborei com um projeto da filha de um amigo do trabalho, que após terminar a faculdade, foi trabalhar voluntariamente num programa de ajuda humanitária, desenvolvido pra eliminar a fome em países de extrema pobreza na África, e cujos custos de viagem e subsistência neste continente têm que ser arcados pelo voluntário.

E este é apenas um pequeno exemplo de que existem pessoas que têm outra visão de mundo, e que embora sejam muitas, são insuficientes e estão muito aquém de provocar uma mudança com a força necessária pra deixar este planeta quase redondo mais digno pra todos os seus habitantes.

Estou longe de desejar que alguns poucos privilegiados hesitem por segundos, neste momento, de assinar aquele cheque da compra da sua nova Ducati Diavel, ou qualquer outra extravagância que seus justos atributos conseguirão conquistar. Mesmo no nível da maioria de nós pobres mortais, de nos provocar uma certa culpa pelas nossas pequenas extravagâncias. Não é isso.

A nossa proposta é outra. A nossa proposta é: PENSEM NISSO!

E façam algo diferente, e que não necessariamente irá afetar os teus recursos próprios e tuas extravagâncias, mesmo pequenas.

O que mais existe no mundo, nas sociedades e pessoas, são os desperdícios.

Imaginem se canalizássemos estes desperdícios para estas causas sérias de ajuda humanitária, de ajuda ao próximo.

De fato, numa pequena proporção, foi o que fez esta corajosa filha do meu amigo, que obteve, na média, uma quase desprezível doação em dinheiro de diversos conhecidos e simpatizantes desta bela causa e missão.

Canalizou algo com a nossa pequena e individual doação, que teria alto potencial de virar desperdício em muitos de nós, podendo assim entendermos, somando-a com o seu desperdício de tempo, também no provável entendimento dela, resultando em algo realmente valioso pra ela e a humanidade.

Poderíamos interromper esta escrita e leitura neste ponto, que já estava bom, mas existem outros interessantes desafios pra todos na seqüência deste raciocínio.

Desde de bem pequeno, sempre senti um imenso prazer de me dedicar ao simples ato de observar o mundo e as pessoas. Nada complexo, apenas contemplar cenários e observar.

Observar toda esta dinâmica de comportamentos, das pessoas, dos eventos da natureza, dos eventos do mundo, do movimento na rua, enfim, das diversas expressões e acontecimentos de todas as coisas no dia-a-dia.

E nesta observação, entendendo que antes de ser certo ou errado, tudo acontece, ou não, por uma simples razão, na maioria das vezes.

E que muitos destes atos, “por uma simples razão”, podem se tornar as tais boas realizações ou ações irresponsáveis.

Penso que consciência das coisas a grande maioria das pessoas têm, mas ao agirmos no dia-a-dia em “stand by” com ela, ou num estado de infraconsciência, parcialmente autônomo, e que nos permite agir num determinado meio sem cálculo ou controle consciente, nos tornamos reféns dos nossos próprios e mais toscos sentimentos de desconfiança, insegurança, pessimismo, inveja,… que por desleixo e reação, estão sempre à mão.

A vida não precisa ser feita de grandes realizações, ela sim de outra forma será grande, se praticarmos pequenas e boas ações no nosso dia-a-dia.

A nossa busca pode estar no simples direcionamento de nossos infinitos desperdícios, sejam originários no nosso tempo ocioso, nas nossas eternas discussões que não levam a nada, nas nossas intermináveis disputas onde só restarão perdedores, nas palavras ditas pela boca e não pela alma e coração, na fomentação de intrigas, na distância do que pregamos com o que de fato fazemos e até de parte das nossas economias que jogamos no lixo. Porque não?

Canalizando todas estas boas oportunidades na supraconsciência de cada um, pela qual temos conhecimento de que somos movidos por uma teia de dimensões que afeta a nossa vida, e com a qual interagimos com as de todos, mantendo-a ativa na observação e entendimento de todas as coisas do nosso dia-a-dia.

E por fim praticando.

Praticando conscientes boas ações, sem culpa e abrir mão de qualquer outro importante recurso próprio.

Pensem nisso. E façam algo realmente diferente, meus caros amigos motociclistas e triciclistas.


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