O mundo precisa ser reinventado

É certo que o mundo sempre esteve em risco com um fenômeno cataclísmico eminente, do tipo que lhe fez “parir” a Lua, cuja teoria mais aceita, é que tenha ocorrido pela colisão da Terra com um corpo do tamanho de Marte, há aproximadamente 4,6 bilhões de anos. Nem lembro.

Ou de um tipo “mais recente”, em 65 milhões de anos (risos), da teoria que se fez desaparecer os dinossauros e quase toda a vida na terra, provocada pela queda de um corpo sideral de grandes dimensões, de um asteróide com cerca de 12 quilômetros de diâmetro, uma pequena “trombada sideral”, se considerarmos a anterior, com os 6.794 quilômetros de Marte. Ou de um tipo mais velho, numa outra teoria mais nova e concorrente, em 137 milhões de anos, que se articula sobre a ocorrência de uma queda brusca de temperatura em cerca de 9 graus nos oceanos, e que como a do tipo “mais recente”, e no lugar dela, teria dizimado os dinossauros e muitos outros seres vivos.

Pra se ter uma idéia da dimensão de tudo, essas criaturas reinaram na Terra, na pior das hipóteses, por cerca de 100 milhões de anos, eram formadas por centenas de espécies de animais (existem 700 nomeadas), que variavam de 0,5 até 30 metros de comprimento e 85 toneladas de peso. Esses sim são “os caras”.

Dá pra imaginar que esses “caras” iriam desaparecer da face da Terra?

O que estou a lhes relatar, não é pra parar algo de útil que está a fazer e se deslocar pro bar mais próximo a profetizar: “Dane-se tudo, agora acabou. Vou tomar todas.” Ou ainda fazer coisa pior (risos). Calma!

Continuando nessa visão comparativa, “os caras” viveram plenamente um mundo de equilíbrio de ecos-sistemas por no mínimo 100 milhões de anos, e se não fosse a conspiração do universo enviar uma “pedrinha” de 12 quilômetros de diâmetro, se comparada aos 12.103 quilômetros da Terra, certamente aqui não estaríamos, e provavelmente a animação “Família Dinossauro” seria uma realidade (risos).

A pergunta que vem à mente, se tornando bastante séria e perturbadora, é como um “serzinho” (sic) bípede falante, dito homem moderno e dotado de “inteligência”, pesando no máximo um pouco mais de 100 quilos e que surgiu a apenas 42.000 anos, consegue fazer tamanho estrago? E que, diga-se de passagem, 80% dele feito somente nos últimos 200 anos.

Acredito piamente no ditado “aqui se faz, aqui se paga”. Pode ser até que eu ou você não pague, mais alguém vai pagar, a humanidade vai pagar.

A Terra está pagando. A Terra está se apagando.

Nesse momento, o risco eminente e probabilístico de um fenômeno cataclísmico, é o que menos “está pegando”, usando o dito popular.

Traduzindo tudo isso pro “tupi guarani” e provando que “existe pecado no lado de baixo do equador”, dá quase pra acreditar noutro auto-crítico ditado “tupiniquim”, com sugerida autoria para o PAI do universo: “vais ver o povinho que irei colocar lá”.

Pois é, neste exato momento, creiam-me, tem um monte de espertinhos desmatando a Amazônia, em função da nova legislação e o novo Código Florestal, cuja progressão do desmate, segundo o próprio Ibama, está sendo estimulada “pela expectativa de anistia aos desmatadores” assegurada por esse novo Código.

Os dados divulgados confirmam essa progressão, e são de fato maiores que esses, devido a pressões políticas pra não divulgação dos dados reais e da cobertura não ser completa, pois somente cerca de 30% de toda a área é monitorada.

E tudo isso é só a “ponta do iceberg”, no sentido figurado, pois esse “cataclismo político” não atinge somente as questões florestais e não pode ser tratado individualmente, focando-se somente na ação de desmatamento, pois provém da fonte de todas as outras mazelas nacionais, tem que ser tratado na raíz e tem que ser curado da corrupção, da incompetência administrativa, dos parlamentares como profissão, das autarquias desvairadas, e principalmente, da chance de impunidade em qualquer nível e abrangência, curadas em emergência numa UTI político-patológica.

O Brasil precisa ser reinventado, o mundo precisa ser reinventado.

O despertar da consciência e ação tem que ser eminente, pois do contrário, não precisaremos de nenhum cataclismo do universo em milhões de anos, em somente alguns milhares deles, e por nós mesmos, poremos fim em tudo.

O nosso universo é muito maior do que todas as motocicletas, estradas, viagens, comboios, eventos, irmandade, motociclismo e todo o resto. Se não nos apropriarmos de consciência e ação, haverá pouco a se fazer, até o juízo final, por nossas próprias mãos e omissão.


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