O mundo desde que é mundo, se pauta na ótica do mais forte e da competitividade como uma questão de sobrevivência e de perenidade. Defendida por muitos como o processo de seleção natural e capacidade de adaptação das espécies, postulados pelas teorias de Darwin, mas que não vamos entrar no mérito.
“Na batida desse som”, pegamos um gancho com relação a todo o significado da palavra “confiança”, assunto muito discutido ultimamente nas corporações e utilizado pra definir sociedades evoluídas e mais desenvolvidas, já que é fato nesses lugares a incidência dela em alto grau.
A confiança é um fenômeno social, onde se encontra uma cooperação espontânea nas relações entre os indivíduos de uma determinada sociedade, gerando a abdicação de mecanismos de segurança e resguardo com relação a expectativa de que a outra parte agirá de forma oportunista e desonesta.
Na nossa sociedade “Brazuca”, e muito infelizmente, temos o sentido de um baixíssimo grau de confiança nas suas inter-relações, o que gera prejuízos enormes pra ela e seus indivíduos, no que tange a necessidade a criação de infinitos mecanismos de pseudo-proteção.
Quantos e quantos “tribunais de contas”, CPIs, comissões de investigação, órgãos reguladores, órgãos fiscalizadores, agências reguladoras, leis municipais, estaduais e federais, regras, normas, …(ufa!) são abertos e criados por aí todos os dias?
Todos esses mecanismos são frutos de uma sociedade caracterizada por baixíssima confiança, proveniente das impressões negativas do passado e presente nas nossas relações com os demais indivíduos. Pobre dessa sociedade, e de seus indivíduos, literalmente, pois consome enormes recursos numa tentativa de estabelecer uma ordem, alimentando vorazmente estes quase nada produtivos mecanismos com seus interlocutores e falcatruas. Que recursos e alimento são esses?
Alguém falou no enorme tamanho dos nossos tributos entre infinitos impostos, taxas e contribuições?
Verdade? Tem certeza que é aqui?
De volta ao nosso canto e coro em tantos eventos. “Que país é esse? É a ….”.
Enfim, o que isso tem a ver com o nosso motociclismo e com a gente como motociclistas de moto clubes e moto grupos que somos?
Simples. Tem tudo.
Quando escrevemos um monte de estrofes, rimas e versos em infinitos textos toda semana, sobre os valores desse nosso motociclismo, enaltecendo a nossa luta por deixá-los sempre pautados no que existe de melhor em moral e ética pra nossa sociedade, podem ter certeza, é porque temos muito a ensinar pra ela, em termos do que é ter e praticar a confiança.
Nas nossas relações no motociclismo praticamos, explicitamente e implicitamente, elementos cognitivos e emocionais que nos fazem servir aos da nossa própria imagem, ao próximo e a sociedade, sem necessariamente ter qualquer recompensa no plano individual.
Somos formados por grupos de indivíduos totalmente heterogênicos quanto a raça, cor, sexo, idioma, religião, opiniões políticas, regionalidade (sic), origem social, posição econômica ou outra condição que seja inerente a razão de ser um verdadeiro motociclista, e completamente homogêneos quando compartilhamos os mesmos bons valores.
O que nos sobra, a ponto de podermos compartilhar e influenciar toda a sociedade, são as nossas virtudes morais e de boa convivência, que nos trazem muita satisfação e liberalidade em confiarmos uns nos outros, em busca de um mundo mais justo e meritocrático.
Conclamo-os a “não arredar pé”, ao se manterem como guardiões e praticantes dos nossos bons valores, pra passo-a-passo conseguirmos contaminar positivamente a todos em todos os lugares.
E que um dia possamos ter o canto e coro que tanto desejamos nos nossos eventos.
“Que país é esse? É a grandeza do Brasil” Ou algo que o valha.
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