Curso big trail

Desafio Big Trail – Curso nível II

em

O Desafio BigTrail Serra Mar ou curso de BigTrail nível II foi planejado para ser um complemento ao Curso de Pilotagem Off Road de motos BigTrail que ocorre regularmente e com periodicidade mensal no centro de treinamento da Água Doce na grande Florianópolis (SC).

www.cursobigtrail.com.br
Curso Bigtrail no Facebook

Desafio Big Trail by Curso de pilotagem BIG TRAIL Floripa – Meu ID

Este treinamento é conduzido pelos experientes mestres Vantuir Boppré, Edson Mesadri e Jackson Feubak.

Recebendo o Certificado ao final do Curso
O Certificado não vai para a parede, mas vai para o Blog

A primeira edição deste curso nível II ocorreu em 04 e 05/10/2013.
A segunda edição deste curso nível II ocorreu em 26 e 27/04/2014.
A terceira edição deste curso nível II ocorreu em 19 e 20/07/2014.
A quarta edição está prevista para 20 e 21/09/2014 conforme anuncio em

Pousada das Flores – Urubici

Tive oportunidade de participar da primeira edição a qual está documentada neste post

Desafio Edição I

Com algumas diferenças nesta terceira edição com relação à primeira, vamos comentar os dois dias de treinamento e aventura nesta época de inverno. Já sabíamos com alguns dias de antecedência que a previsão de temperatura seria de zero grau para a cidade de Uribici, ponto intermediário de nossa viagem.

Dia 18/07/2014 (Sexta feira) – De Balneário Camboriú para Florianópolis

Como o objetivo era encontrar o pessoal que iria participar do curso nesta sexta-feira a noite durante um jantar e apresentação do briefing para nossa atividade de sábado e domingo, aproveitei e viajei para Florianópolis sexta-feira pela manhã.

No dia anterior, telefonei para meu irmão caçula que mora em Florianópolis e consultei se sua agenda permitia que ele me convidasse para um almoço. Agenda disponível, lá fui sem pressa curtindo uma sexta-feira com tempo excelente e temperatura amena devido a uma massa polar que se aproximava.

Cheguei ao hotel por volta de 11 horas e às 13 horas meu irmão me apanhou no hotel para o almoço e um bate papo familiar para atualizamos as novidades desde o último encontro.

À tarde fiquei no hotel, trabalhando via Internet e aguardando o encontro da noite. No pátio do hotel já encontrei duas motos GS800 que certamente seriam de companheiros do Curso.

À noite o encontro foi na Marina Pier33 onde todos os participantes do curso, instrutores e pessoal de apoio, se reuniram para conhecer detalhes de horários, informações sobre preparação das motos, bagagens, carros de apoio e roteiro a ser cumprido nos dois dias de treinamento.

Convite para o BRIEFING
Hora do BRIEFING com os instrutores Mesadri, Vantuir e Jackson (Jana registrando tudo…)

Como prato principal tivemos uma ótima massa com carne e molho branco preparado pelo Marcos (Bocão) Martins.

Após o jantar e considerações feitas pelos organizadores, voltei ao hotel em São José, antes passando no posto para abastecer e reduzir a pressão dos pneus que ficaram com 25 libras. Em seguida fui dormir, pois no dia seguinte iria encontrar o pessoal que estava saindo de Florianópolis às 6h45min no posto Galo, rumando em segunda para a Marina Pier33 em Bigaçu, ponto de partida para todos.

Dia 19/07/2014 (Sábado)– De Biguaçu para Urubicí

Na Marina deixamos Bauletos, passamos a bagagem para uma camioneta de apoio e partimos às 8 horas, iniciando nossa jornada de sábado. O dia estava muito bonito…

Dia lindo, frio, vento e céu limpo na Marina Pier33
A preparação para a saída – camionetes de apoio, bagagens, mantimentos, etc..

O trajeto inicial era com destino a Antônio Carlos e depois São Pedro de Alcântara. Saindo da Marina Pier33 em Biguaçu, entramos na BR101 em direção norte. Alguns quilômetros depois retornamos para o acesso a SC408 que leva ao município de Antonio Carlos. Como pode ser visto no mapa que segue, ali em Antonio Carlos alguém que estava puxando o bonde errou o caminho… Após voltar seguimos pela estrada correta, agora já estrada de terra, com destino a São Pedro de Alcântara.

Olha o GPS dedurando… Quem estava puxando o bonde?…

Seguindo, encontramos a SC407 e chegamos a São Pedro de Alcântara. Logo após passar a pequena cidade tínhamos o primeiro trecho bem difícil. Era necessário passar por uma trilha, com subida e muita pedra, com alguns desníveis de mais de 30 cm e tudo molhado com a umidade matinal destes dias de inverno.

A trilha ficava completamente fechada pela vegetação, tornando as pedras molhadas e com limo.

As motos passaram uma a uma e foi um sufoco para todos… No meu caso inicialmente o suor estava embaçando o capacete mesmo com a viseira dupla e então abri a viseira. Logo em seguida tudo ficou escuro novamente e agora era o óculos escuro que estava completamente embaçado.

Aproveitei uma rápida parada pois a moto da frente parou, rapidamente tirei os óculos e guardei na maleta do tanque. Agora sim com visão total segui para o final da trilha e confesso que foi uma vitória atingir o seu final.

Certo que uma hora tudo escorregou perdi o equilíbrio e inclinei para a direita, mas como era um barranco bem alto cheio de vegetação acabei ficando literalmente “encostado no barranco” sem queda…

O Bocão passando as informações da trilha. Está um pouco molhada…
Curso Big Trail
E lá vamos trilha acima…
Curso Big Trail
Opsss Parou. Parou… Michele ancorada nas pedras, alguém à frente atrapalhado…
Degrau de pedra para escalar…
Como iluminar o barranco…
Ao final desta trilha tinha uma pequena cachoeira e um belo rio com linda vegetação, como pode ser visto nas fotos que seguem.
Parando para apreciar o local
José Ricardo passeando na passarela…

Saindo de São Pedro de Alcântara pela estrada SC407 que vai até Angelina, depois de alguns quilômetros dobramos à esquerda com destino a BR282, saindo já depois de Aguas Mornas.

Este trecho foi todo de terra com estradas boas e largas até chegar na BR282 (Que vai de Florianópolis para Lages).

Depois de rodar alguns Kms na BR282 entramos na SC431 que leva a São Bonifácio. Rodamos alguns Kms e saímos a esquerda depois de Queçaba por uma estrada de terra que vai margeando um rio com muita vegetação em uma estrada bem estreita de terra mas muito bonita para o passeio de sábado pela manhã.

Paramos para um lanche e descanso as margens do riacho e depois seguimos até encontrar novamente a SC431 agora com asfalto.

Passando pelo Sítio PRIMAVERA em pleno Inverno…
Estrada típica de interior…
Acompanhando o Rio…
Parada para descanso, com Mesadri, “Queijeiro” e Bocão

Retornamos pela SC431 em direção a BR282 e antes de chegar a BR282 desviamos a esquerda por estrada de chão batido indo em direção a SC407 que leva a Anitápolis.

Após entrar na SC407 o trecho foi todo de asfalto até Anitápolis. Ali chegando, hora de abastecer, tomar uma água e seguir adiante pois já era por volta de 13:30 horas e o próximo destino era a Pousada onde estava programada a parada para o almoço de sábado.

Os paredões da serra…
Após o almoço alguém tirou uma soneca…
A numero 14 no intervalo do almoço
A turma toda após o almoço de sábado

Após sair de Anitápolis passando pela Pousada Encantos da Serra, todo o restante do trecho desta tarde era estrada de chão, onde encontramos todo tipo de terreno.

Com subidas e descidas, pedras, pontes e até um Rio para transpor por dentro da água. Esta estrada que vai até Aiuerê tem o seu trajeto margeando os paredões da Serra Geral e a vista é belíssima.

Como neste sábado estava sem nuvens o horizonte apresentava uma linda imagem de postal.

Parada para apreciar a paisagem
Bocão passeando na grama…
Jackson ajudando o Bocão a sair da grama…

Por volta de 18 horas chegamos em Aiurê, um distrito de Grão Pará, agora já na SC439 que interliga Grão Pará com Urubucí via serra do Corvo Branco.

Estavamos parados aguardando todo o grupo chegar neste local e um jovem motociclista que vinha do Corvo Branco parou para nos informar que a estrada estava interditada…

Havia caído algumas pedras e segundo ele ninguém passava. Tinha ido até o local para ver o estrago e estava voltando. E agora o que fazer? A alternativa seria fazer o trajeto de retorno a Grão Pará, Braço do Norte, Orleans, Lauro Muller, Serra do Rio do Rastro, Bom Jardim e finalmente Urubicí (Um trajeto de 170 Km). Já a distância de onde estávamos até Urubici era de 43 Kms.

Como as camionetes de apoio não tinham alternativa, já se dirigiram para o novo roteiro onde teriam que subir a Serra do Rio do Rastro à noite e rodar umas três horas até Urubici. Ainda brincamos que pelos menos a serra do Rio do Rastro seria toda iluminada e muito bonita à noite. Mais tarde soubemos que a iluminação não estava funcionando e a subida foi no escuro mesmo…

Após algumas conversas entre os Instrutores Vavá e Jackson e os pilotos de apoio Marcos Bocão e José Ricardo, eles decidiram que iriam até o local para verificar a real situação do desmoronamento de pedras.

O grupo ficou esperando uma posição que seria passada pelo rádio. Bacana lembrar que todos os instrutores, pilotos de apoio e carros de apoio estavam equipados com rádios VHF permitindo a comunicação entre eles. Neste ponto alguns aguardavam e outros assim como eu já estavam pensando em fazer o caminho via Serra do Rio do Rastro.

Todo o grupo seguiu mais alguns quilômetros e depois paramos para aguardar qual seria a decisão.

O Jackson voltou e disse que dava para passar as motos uma a uma. Eu ainda achava que seria impossível subir com minha Super Tenere pesadona sobre as pedras para transpor o obstáculo.

Foi quando o Jackson informou que eles seriam os responsáveis em transportar cada moto, uma a uma, passando por cima das pedras e deixando as motos no outro lado para cada um de nós.

E quanto à lama ai para cima, tem muita? Para esta minha pergunta, o Jackson respondeu, tem um pouco, mas passa tranquilo…

Esta rodovia está em obras para ser asfaltada no futuro e obras de drenagem e alargamento estão em andamento.

Com alguma água que desce sempre, em alguns trechos tem áreas com bastante lama. Não deu outra, alguns pedaços tive que ir afundando os pés na lama para equilibrar a grandona que estava com pneu normal na traseira (Pneu de asfalto) e a toda hora ameaçava escorregar e ir ao chão… Parecia um pato pisoteando na lama ainda mais que anteriormente eu já havia caído duas vezes em trechos de lama…

Finalmente chegamos ao ponto do desmoronamento e para minha surpresa era bem no final da subida. Deste ponto do desmoronamento, até o final da subida tinha menos de 1 Km.

Um fato interessante ocorreu quando estávamos chegando ao ponto do desmoronamento. Algumas motos de instrutor e apoio já tinham sido transportadas para o outro lado do obstáculo.

Um morador ali da redondeza, com uma pequena moto modelo Fazer estava descendo, carregado com uma caixa plástica para transporte e encontrou o obstáculo. Como ele estava sozinho não teria a mínima condição de passar a sua mota para depois descer a serra do Corvo Branco.

Porém, como todo motociclista é colega, quando chegamos ao local o nosso grupo de instrutores e apoio estava ajudando o ilustre desconhecido a transpor sua Fazer que estava indo em sentido contrário ao nosso. E o motociclista da Fazer ajudava e falava o tempo todo dando orientações de como devia ser a travessia, como segurar, como acelerar, etc…

Tudo isto já no escuro, só com ajuda de algum farol e lanterna.

Após terminar de passar a Fazer, o pessoal falou para o desconhecido.

– Tá pronto, agora você tá liberado pode tocar para casa.
E sabe qual foi a resposta do ilustre desconhecido?
– Negativo, agora vou ajudar vocês a passar todas as motos…

E ficou até o final da aventura, ajudou a passar todas as 15 motos, e continuou dando dicas e instruções sobre como ficava melhor para transpor cada uma das motos.

É o espirito de companheirismo que impera entre os motociclistas e certamente o resto de sua vida ele vai contar que ajudou uma turma de bacanas com suas motos Big Trail a transpor um desmoronamento na serra do Corvo Branco.

As pedras miúdas…
A minha Super Tenere iniciando a escalada. Note o Guard Rail à direita, amassado pela queda da pedra…
Subindo na força do braço…
Iluminada e subindo…
Final da subida. Temos Super Tenere em cima da pedra…
As pedras vistas do outro lado…

Um vídeo mostrando a passagem de uma das motos: www.youtube.com/watch?v=7RrC82FhH6A

Não havia sinalização e apenas ficamos sabendo devido ao motociclista que nos informou em Aiurê.

Assim podemos considerar que este foi o “MOMENTO CULTURAL” pois segundo Carlos Drummond de Andrade…

A Pedra no meio do Caminho

tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra “
Ou segundo o meu amigo Marcio Sonza que postou no Face…

Existem Pedras e Pedras…

Após terminar de subir a Serra do Corvo Branco, agora já completamente escuro, o que não permitia a linda foto do grupo entre o paredão que existe no alto da serra, rumamos para Urubicí.

Encontramos alguns carros que estavam indo para descer a serra e informamos que não passava de jeito nenhum. Também chamou a atenção que não havia nenhuma barreira informando sobre o bloqueio da rodovia.

Segundo noticiário posterior sobre o desmoronamento ocorrido, ficamos sabendo que havia acontecido na madrugada deste mesmo sábado, dia 19/07/14. Uma foto de Gidiomar Maia/Divulgação publicada na imprensa mostra o paredão no dia seguinte.

Foto de Gidiomar Maoa/Divulgação

Rodamos uns 5 km ainda por estrada de chão e logo chegamos ao novíssimo asfalto (em torno de 20 km) que leva até Urubicí.

Lá chegando, todos os participantes se dirigiram ao posto para abastecer e na sequência ao destino final do dia ou seja, para a Pousada das Flores de nosso amigo Marcus Zilli.

Linda a recepção com fogos de artifício e muita alegria de terminar esta primeira etapa. A recepção do Zilli com fotos, fogos, barulho e um caldo quente prontinho para equilibrar a fome da tarde foi tudo de bom.

Depois foi relaxar, conversar, aproveitar a hospitalidade do Zilli e aguardar as caminhonetes de apoio que estavam com as bagagens… Assim, a maioria optou por jantar enquanto aguardava as bagagens e depois tomar banho e dormir pois a programação para o próximo dia começava as 6 horas da manhã, com previsão de zero grau e muita geada…

O roteiro completo neste dia foi o seguinte:

Roteiro de ida – Visão Google Earth
Roteiro de ida – Visão Gpsvisualizer
Roteiro de ida – Visão Perfil Gpsvisualizer

Dia 20/07/2014 (Domingo– De Urubicí para Florianópolis via Serra do Rio do Rastro e Praias)

No domingo levantamos cedo, após uma noite de muito frio. Felizmente a pousada contava com boa infraestrutura, chuveiro quentinho, boas cobertas e inclusive um lençol elétrico que garantia um conforto contra o frio serrano. Ao passarmos pelo termômetro na cidade o mesmo mostrava -1 grau às 7 horas da manhã.

Temperatura em Urubici dia 20/07/14 às 7 horas

Tudo arrumado para a partida, na hora da saída surgem os contratempos. Uma das motos GS800 na noite anterior tinha chegado na pousada com o pneu dianteiro furado. O Marcus Zilli tentou todas as borracharias, mas não encontrou ninguém disponível sábado à noite.

Como o Jackson tinha uma câmera de ar reserva, lá foi a “Borracharia Feuback” para um atendimento especial no sábado a noite. Enquanto meia dúzia bebia vinho e davam palpites Mr. Borracheiro Jackson manipulava as espátulas na troca da câmera.

Curso Big Trail – Feubak´s TIRES rides again…

Na hora de encher o pneu aquele compressor portátil do Mesadri não deu conta… Para matar uma mosca foram buscar um canhão e assim apareceu um compressor enorme daqueles de oficina que encheu um porta-malas do carro que foi buscar o mesmo. Busca extensão liga o monstro e assim foi possível encher o pneu.

Pois na manhã seguinte o dito pneu estava quase vazio. Lá foi para o posto para reparo.

Outro transtorno foi e perda da mala de tanque do Henrique. Sumiu, não se encontrava, diversos colegas que tinham igual conferiram as suas e nada de encontrar. Na noite anterior um amigo do Zilli tinha levado o Henrique de carro até outra pousada destinada para o Henrique. Ligaram para este amigo do Zilli e ele ainda dormindo disse que não tinha ficado nada no carro.

Para não atrasar, o grupo saiu e o Zilli foi com o Henrique na casa do amigo para conferir in loco se não estava no carro. E lá estava a maleta de tanque. O amigo do Zilli estava meio dormindo e nem tinha conferido direito no porta malas do carro. Mais tarde o Zilli e o Henrique encontraram o grupo já no parque Nacional de São Joaquim.

O roteiro deste dia, após sair de Urubucí, previa sair do asfalto em Vagas Gordas e passar pelo Parque Nacional de Sâo Joaquim até Bom Jardim da Serra. Um trecho muito bonito onde a maior parte estava com geada, o que conferia uma beleza adicional à paisagem do local.

Campos branquinhos de geada
E começou o trajeto pelo parque Nacional de São Joaquim
Alguns trechos estavam com lama…
Cuidado – acostamento com geada…
A sombra pilotando s Super Tenere…
Tudo inclinado…
Pedra pouca é bobagem – desliga o controle de tração…
E continua a geada na sombra…
Opss … Boi na pista I
Opss … Boi na pista II
Ponte congelada?
Pequeno riacho para ultrapassar…
A diferença na sombra e no sol…

Em algumas partes tinha lama na estrada. Numa dessas, que estava com uma grande poça de agua gelada, muita lama e mais extensa, resolvi comprar o terreno lamacento…

Bom que na queda eu já estou defendendo bem as pernas para não deixar preso em baixo da moto. Mas a sujeira da lama lambuzou a lateral da calça e da jaqueta.

As duas luvas ficaram encharcadas de lama. Levanta, esfrega a bunda na grama para limpar um pouco, troca o par de luvas (Ainda bem que tinha um par reserva…) e vamos adiante.

No click do Marcus Zilli – Veja a sujeira após comprar um terreno lamacento…

Chegamos ao topo da Serra do Rio do Rastro e no mirante fizemos uma parada técnica. O local estava muito movimentado e outros grupos de motociclistas, o que é comum de se encontrar neste local, vieram falar conosco e saber que raios era aquele treinamento Desafio Big Trail.

As camionetes de apoio estavam com lanches, frutas e água e a pausa foi revigorante, além de matar a fome.

Parada no mirante da Serra do Rio do Rastro

Neste domingo pela manhã o céu estava limpo, típico dos dias de inverno e a visão lá do mirante estava fantástica.

Certamente esta manhã tão agradável contribuiu para o enorme movimento de carros na serra do Rio do Rastro nesta manhã. Além de um grupo grande de ciclistas que certamente estavam participando de alguma prova ciclística, um grande número de automóveis estava subindo a serra.

Uma tranqueira estava ocorrendo, pois um ônibus da Catarinense estava descendo e em cada curva ele tinha que manobrar para completar a curva, causando tranqueira a cada curva. Após passarmos o ônibus a pista de descida estava toda livre, mas em compensação a de subida estava totalmente congestionada com um carro após o outro e tudo parado…

Em um click do Rogerio Barion podemos ver a serra engarrafada…

Nossas camionetes do apoio ficaram engarrafadas na descida atrás do ônibus e somente fomos reencontrar o pessoal na hora do almoço, já em Laguna.

Após a descida, passando por Lauro Muller, chegamos a Orleans onde passamos para uma estrada de terra, na margem esquerda do rio que vai até Tubarão, via Pindotiba, Rio do Pouso e Guarda.

No início uma estrada larga onde estão preparando para asfaltar e depois por estradas bem estreitas e novamente voltando a estradas de largura média com movimento mínimo, apenas de interior e quase inexistente no domingo pela manhã.

Nesta região as estradas são de areão. Uma mistura de terra com pedrinhas pequenas ou uma areia muito grossa. Decorrente da decomposição milenar do granito que é abundante nesta região. Quando bem compactada até parece um asfalto, mas em muitos pontos a terra solta com aquelas pedrinhas soltas deixam tudo mais difícil, exigindo atenção redobrada.

Estradas de areão, bem boas…

Algumas descidas mais íngremes com valetas atravessando a pista devido ao escoamento das aguas demandaram cuidado especial, pois nada segura nestas condições.

Na sequência, após passarmos por uma linda ponte de concreto daquelas que quando o rio enche o mesmo passa por cima da ponte, tínhamos um desafio especial.

Água… Aproveitar para lavar as botas enlameadas…
A parada na ponte…

Aproveitei a parada ai na ponte, desci até o rio e lavei as duas botas que estavam imundas de barro, ainda do dia anterior quando afundei as patas nas lamas subindo o Corvo Branco.

O desafio seguinte consistia em passar por dentro de uma área rural. Entramos na propriedade de um colono e saímos na casa de outro colono depois de cruzar por um caminho estreito, no meio da vegetação, entre duas cercas (uma eletrificada), desníveis, e grandes pedras. Não dava para ver nada do caminho devido a vegetação alta e fechada. Os baraços ficavam engalhando nas pedaleiras e nas botas. Foi uma passagem sem visualizar o tipo de terra que tinha abaixo da vegetação, mas apenas lembrei que se os instrutores passaram e as motos da frente também é por que o caminho existia…

Iniciando a trilha vegetariana…
Pedras no caminho…
Será que tem buraco abaixo da vegetação?
A direita era uma cerca elétrica…
Trilha engarrafada…

Na sequência chegamos a Tubarão e passamos para a margem direita, seguindo via Madre em direção à estrada que vai de Laguna ao Farol de Santa Marta.

Esta estrada é boa e em alguns pontos fica um pouco mais arenosa. Neste ponto o retrovisor direito da minha moto ficou frouxo e com a trepidação ameaçava cair.

Parei para retirar o mesmo e o Marcos Bocão me ajudou na tarefa. Conversando com ele sobre a condição da estrada às vezes bastante arenosa, ele explicou como andar nesta condição.

De pé, acelerando, sem deixar a dianteira enterrar. Valeu Bocão, depois disso aprendi a andar com bastante confiança nestas partes mais arenosas.

Atravessamos a balsa e fomos direto para a sede do Motoclube de Laguna. Aliás o pessoal já estava a nossa espera na saída da Balsa e fomos escoltados pelo grupo de Laguna até sua sede social chegando por volta de 14 horas.

Chegando ao Moto Clube Laguna – By Jana
Após o almoço, no Moto Clube Laguna – By Jana

Lá um excelente almoço nos aguardava e o prato principal era um gostoso risoto de camarão. Valeu pessoal de Laguna, a recepção de vocês foi fantástica.

O restante do caminho era via praia. Seguimos pela orla de Laguna e na praia do Gi entramos na areia seguindo pela beira do Mar.

Ao final da praia do Gi tem um morro chamado Pedra do Frade com uma vista fantástica tanto para o lado de Laguna como para o norte onde temos a praia do Sol.

Ali na Pedra do Frade tinha uma possibilidade de descer uma trilha íngreme indo até mais próximo ao mar. Era uma descida opcional, mas alguns dos colegas mais afoitos realizaram o desafio com proeza.

Pedra do Frade descida opcional…
Pedra do Frade subida para experientes…
Pedra do Frade vista panorâmica

Na sequência continuamos sempre pela beira do mar, passando pela praia de Itapirubá e chegando até Imbituba.

Este era o caminho para Imbituba – By Jana

Entramos na cidade para contornar a zona portuária e novamente chegamos à praia ao norte de Imbituba que se chama praia da Ribanceira. Novamente pela beira do mar chegamos à praia de Ibiraquera.

Analisando por onde passar…
Areia fofa…
A plateia esperando a queda…
Já chegando do outro lado…

Circulamos por volta da lagoa de Ibiraquera e seguimos por estrada de chão até encontrar a SC434 que liga Garopaba a BR101.

Aqui terminava nossa aventura off road. Agora era seguir pela BR101 até a Marina Pier33 para o encerramento das atividades deste segundo dia de treinamento. A viagem até Biguaçu foi repleta de engarrafamentos, sendo que logo no pedágio em Paulo Lopes começou a tranqueira, exigindo uma pilotagem In Road tipo Inside Road passando pelo meio das duas filas congestionadas até o morro dos cavalos e depois novamente ao passar por Florianópolis.

Chegamos à Marina por volta de 19 horas e novamente as camionetes de apoio estavam enroladas no transito congestionado e chegaram duas horas depois. Enquanto isso, aproveitamos para conversas sobre o treinamento realizado, tomar cerveja e comer pizza em pedacinhos enquanto aguardávamos as bagagens.

Ao final foi feito o encerramento, entrega de certificados e a despedida do grupo pois ainda retornei para Balneário Camboriu nesta noite.

O roteiro do retorno foi o seguinte:

Roteiro da volta – Google Earth
Roteiro da volta – GPSVisualizer
Roteiro da volta perfil mostrando altitude X Km

Os arquivos com os dados coletado pelo GPS estão disponíveis para download. Tem dois arquivos no formato KMZ (Para google earth) e dois arquivos no format GPX (para diversos softwares de analise). Sendo um arquivo para a ida e outro para a volta. Clique aqui para baixar o arquivo zipado.

Um excelente vídeo produzido pelo nosso amigo Marcus Zilli nos mostra diversos momentos deste trajeto de Urubici até o Litoral: http://youtu.be/GYIK9I_HDIM?list=UUqp_Ojs3Rr0ECzsxqEceYQQ

Conclusão

Um treinamento como este é uma oportunidade única de praticarmos o que se aprende no curso Big Trail Off Road.

Como toda a viagem é assistida e orientada pelos instrutores, temos oportunidade de complementar e consolidar o aprendizado. O estilo de condução da moto é específico para o piloto e para o tipo de equipamento, no caso, o modelo da moto.

Depois de passar por tantos obstáculos e situações adversas, aprendemos a ter mais confiança na moto e em nós mesmos.

Alguns medos pessoais que tínhamos no início deixam de existir e no final sentimos uma grande realização pessoal por ter conseguido atingir aquele desafio que parecia, no início, ser além de nossa capacidade.

Obrigado Mesadri, Vantuir e Jackson

Curso Big Trail
Bela foto! Valeu Jana

Participantes:
Paulino Nienczewski
Marcelo Barbosa Leite
Sergio Pitaki
Michelle Speck Pereira
Sandro Rogério Rauen Lopes
Cristiano T Rosa
Ruben Rumpi Caetano
Pedro Luiz Hansaul
Paulo Gernhardt
Rogério Baron
Daniel Certo Lopes
Henrique Fogaça
Ademir Goulart

Instrutores:
Edson Mesadri
Vantuir Boppre
Jackson Feubak

Motos de apoio:
José Ricardo de Castro
Marcos Martins

Fotografa:
Jana Roberge

Apoio nas Camionetes:
Maximiliano Saicha
Liane Barden
Raphaela Sprigi
Juliana de Castro

Fonte: http://www.goulart.pro.br/blog/


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